Status: altos cargos sofrem mais stress
Trabalhadores destinam mais horas às suas carreiras estão sujeitos a uma série de problemas de funco emocional. Ansiedade, stress e dificuldades de relacionamento seriam apenas alguns deles.
O mercado de trabalho do século XXI abre espaço para uma classe de funcionários com formação de alto nível, que dedicaram vários anos ao estudo e acabaram por conquistar um posto bem remunerado. Como consequência direta, esses trabalhadores destinam mais horas às suas carreiras que os ditos funcionários-médios, exatamente para manter o status alcançado e continuar avançando, ou simplesmente porque gostam do que fazem.
Tal comportamento marca uma importante inversão de padrões na relação nível de instrução-tempo no trabalho, que inevitavelmente afeta o psicológico desses indivíduos e pode provocar uma série de problemas. Ansiedade, stress e dificuldades de relacionamento seriam apenas alguns deles.
Até a década de 60, os funcionários com maior nível de instrução eram justamente os que passavam menos tempo no trabalho, enquanto os trabalhadores braçais assumiam mais horas. Atualmente, a relação é inversa, e afeta indistintamente homens e mulheres.
O fato de os funcionários de alto nível chegarem a dedicar mais horas ao escritório que ao lazer foi reafirmado em uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, que recopilou evidências sobre o uso do tempo em 16 países entre os anos de 1961 e 2005, na tentativa de traçar tendências. Segundo os organizadores, o tempo de dedicação ao trabalho segue uma curva ascendente pelo menos desde 1970, contradizendo estudos anteriores, que acreditavam que os avanços tecnológicos seriam capazes de reduzir a jornada de trabalho e liberar mais tempo para o lazer.
Ainda conforme a pesquisa, um funcionário de alto nível dedica um mínimo de 9 horas diárias ao trabalho, uma a mais que a jornada máxima permitida. Evidentemente, uma parte importante desse “novo comportamento" no mercado de trabalho pode ser explicada pelo fato de funcionários estarem tão motivados e estimulados pela tarefa que desempenham que, por escolha própria, vão colocando o trabalho no lugar que anteriormente era ocupado pelo lazer.
Entretanto, é impossível fechar os olhos ao impacto da competitividade e aos transtornos que podem provocar as exigências desse sistema, que demanda sempre a máxima eficiência e a superação de limites.
Worklovers: diversão ou sacrifício
Nesse cenário, profissionais com alto nível de instrução já estão trabalhando mais que operários de fábrica, segundo dados do Internacional Stress Management Association do Brasil. O exemplo se aplicaria facilmente à realidade da maioria dos médicos e executivos, por exemplo. Pesariam ainda fatores como estabilidade e as ameaças constantes de reduções no quadro de funcionários.
A entidade afirma que, em média, 10% dos funcionários que trabalham muitas horas assumem essa postura por diversão. A ansiedade, entretanto, seria cada vez maior, afetando os níveis de stress. Pessoas com alto status no trabalho seriam justamente as que sofreriam mais sequelas, encontrando bastante dificuldade para gerenciar esse problema.
Um fator decisivo para contornar os problemas na vida laboral seria justamente conseguir um entendimento sobre as diferenças entre assumir uma rotina como essa por ser “worklover" ou por ser “workaholic".
- worklover: tem verdadeira paixão pelo trabalho, trabalha muitas horas por dia, mas a satisfação se estende à vida pessoa. Vive com equilíbrio e se há problemas no trabalho, procura soluções. Sofre menos stress, o que mantém saúde física e mental.
- workaholic: o trabalho se converte em vício, trabalha muitas horas ao dia e abandona a vida pessoal. Foge dos problemas pessoais direcionando ainda mais tempo ao trabalho e, se esse não vai bem, provoca intenso sofrimento e afeta a saúde (inclusive física). É o perfil mais propenso ao stress e doenças cardiovasculares.
A linha que separa ambos os perfis é frágil e difícil de identificar. Muitas vezes, esse trabalho somente será viável através da ajuda de um profissional.
Para ler a íntegra do estudo (em inglês), clique aqui.
Fotos (ordem de aparição): herval e topgold (Flickr)
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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