Por que estou sozinho?

Por que muitas pessoas continuam sozinhas apesar de tentarem estabelecer uma relação duradoura? Seria possível lutar contra esse tipo de solidão? Veja algumas dicas sobre o tema a seguir.

18 JUN 2018 · Leitura: min.
Por que estou sozinho?

Você sabia que a solidão é um problema crônico, que começa a ser tratado como uma questão de saúde pública em alguns países? O Reino Unido, por exemplo, nomeou este ano um ministério para traçar as estratégias governamentais de enfrentamento da solidão no país, que afeta a mais de 9 milhões de pessoas.

Ser solitário não é sinônimo de viver sozinho, e é importante saber separar a solidão ocasional daquela que é imposta. A primeira, na maioria das vezes, é por escolha própria e pode ser benéfica para a pessoa, porque marca um processo de amadurecimento, de reflexão, de autoconhecimento. Também entram aqui estágios passageiros, como uma separação, seja do companheiro ou da família, por exemplo.

A frustração cresce justamente naqueles casos em que a pessoa não quer ficar sozinha, tenta construir vínculos duradouros e simplesmente não consegue avançar. Se persistente, essa solidão imposta pode ser a porta de entrada para outros problemas, desde os que afetam a autoestima e o desenvolvimento pessoal, até quadros mais sérios como a depressão.

Ânsia pela conexão

Seriam os solitários aquelas pessoas com poucas habilidades sociais? Que acabam afastando os demais por não saber como nutrir e valorizar os relacionamentos? As investigações recentes parecem demonstrar exatamente o contrário.

Vários são os estudos que comprovam que os solitários têm uma noção de vida social e habilidades até mais altas que a média, porém são traídos pelo nervosismo. Eles sabem como deveriam atuar em um grupo, por exemplo, mas não consegue colocá-lo em prática uma vez que se preocupam se podem ou não conseguir fazê-lo. Quando surge uma situação em que eles acham que precisam usar suas habilidades sociais para se relacionar com outras pessoas, a ansiedade prejudica seu desempenho. Os tipos de habilidades que estão à sua disposição quando eles não estão preocupados, desaparecem uma vez que sua ansiedade entra em ação. 

Eles prestam mais atenção a detalhes como expressão facial e tom de voz porque anseiam conectar. Contudo, carregam uma pressão interior enorme, e acabam sendo incapazes de evitar erros práticos que na teoria no cometeriam.

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Controlar a ansiedade e ser capaz de reverter comportamentos negativos é fundamental, pois permitirá aos solitários dar um passo adiante e se sentir mais seguros.

A dependência por trás do amor

No plano sentimental, muita gente ainda idealiza o amor, comparando-a com aquilo que se define como amor romântico: duas pessoas que se entregam uma à outra de corpo e alma, sem limites. Um modelo de relacionamento que tende a ser possessivo.

O primeiro passo para construir um relacionamento saudável é ajustar essa percepção, tratando de buscar alguém com quem possa construir uma convivência marcada pelo companheirismo, pelo respeito, e não pela dependência.

A caminhada não é fácil, mas somente será capaz de ir superando os obstáculos da convivência se no relacionamento houver espaço para individualidades, para as vontades de cada um. Isso porque o "abrir mão de sonhos por amor" não se sustenta na realidade.

Mais cedo ou mais tarde, a realidade baterá na porta, despertando frustração e raiva na pessoa. A partir daí é muito natural a pessoa  começar a responsabilizar o companheiro por tanto sentimento negativo. Vale a pena trocar cobranças e ciúmes por projetos de vida onde haja espaço para os sonhos de cada um.

Alguns psicólogos especializados em relacionamentos, ressaltam que o segredo para não se sentir sozinho está na maturidade emocional, em compreender que é preciso dar à medida que se recebe. Para muitos será um aprendizado, conhecer os limites e saber respeitá-los.

Também ressaltam a importância de buscar a felicidade em si e em outras esferas da vida, que não sejam apenas um relacionamento sentimental.

Fotos: MundoPsicologos

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Comentários 1
  • FERNANDO FERREIRA SIMOES

    Eu não sei explicar muito bem isso, mas estou a tanto tempo vivendo minha vida sozinho, saindo sozinho que mesmo sentindo um angústia devido a solidão não consigo mudar meu jeito individualista, não sei como me aproximar das pessoas e estabelecer uma conexão com elas. Eu consigo abordar e bater papo com as pessoas, mas mesmo assim continuo sem amigos e sem iniciativa de conhecer gente nova... Não sei o'que acontece comigo...

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