A arte de amar

O amor é para mim o significado de um olhar, cuidar, estar presente, às vezes de longe, às vezes de perto, mas presente em sua forma de ação.

4 FEV 2016 · Leitura: min.
A arte de amar

Estamos nos adaptando a uma forma diferente de amor, onde em terra de redes sociais, amar é "curtir" os posts alheios e compartilhar texto daquele que expressa em palavras àquilo que há dentro de nós. Estamos nos relacionando de maneira mais intensa, porém, mais superficial.

Contraditório não é mesmo? Eu explico, é intenso porque curte-se todas as fotos, faz comentários, põe coração, beijinho, carinhas com coração, o tempo todo, a cada minuto, mas quando se encontra ao vivo, é um oi sem graça, um sorriso de canto de boca, troca meia dúzia de palavras, aquele clássico como vai, tudo bem?

E acabou, tudo muito superficial, sem nenhum interesse em perguntar e dar continuidade até mesmo sobre aquela "super postagem" que adorou e fez um longo comentário para dizer o quanto estava de acordo e compartilhava da mesma opinião.

O amor é para mim o significado de um olhar, cuidar, estar presente, às vezes de longe, às vezes de perto, mas presente em sua forma de ação. Uma demonstração de amor ou afeto pode acontecer de várias maneiras, como um beijo na testa de bom dia, um sorriso sincero, um cuidado ao perguntar se está melhor, se já chegou ao destino, se fez boa viagem, se está tudo bem, avisando que viu uma foto e gostou, fazendo a comida preferida ou mesmo pedindo através de um delivery oras, porque não?

Nem todos possuem o dom da culinária (ou paciência talvez) e cá entre nós, a ação deve ser reconhecida com valor, afinal, ultrapassou o campo da intenção que é grande e fácil de se perder. O importante no amor é a escuta. Principalmente da escuta do que não é dito, mas demonstrado e vivido.

Devemos nos relacionar conscientes de que somos diferentes uns dos outros, no corpo, na alma e no modo de expressarmos nossas emoções, você certamente já participou, ou viveu, alguma situação em que foi presenteado e a boca disse ter gostado, mas os olhos não. Presenteou alguém de todo o coração e precisou perguntar um milhão de vezes se gostou, pois a feição alheia não dizia nada e depois descobriu que a pessoa gostou muito, mas não soube expressar.

Agimos assim o tempo todo em nossos relacionamentos, sejam eles, familiares, conjugais, afetivos ou de amizades, ficamos esperando que as pessoas se expressem da mesma forma que a nossa, quando na verdade só precisamos aprender a escutar, a prestar atenção no que ela diz sobre amar, muitas vezes em silêncio.

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Escrito por

Ana Teté Freitas

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