Dia da Não Violência contra a Mulher: abrace essa causa!
Nos seis primeiros meses do ano, cerca de 68 mil mulheres foram vítimas de violência. Os números colocam o Brasil entre as primeiras posições de um ranking incômodo. Como reagir?
Nem todas as datas comemorativas existem para marcar um acontecimento feliz ou que deva ser motivo de orgulho para a sociedade. O Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro, é uma delas. Quando falamos de Brasil, torna-se ainda mais urgente e necessária.
Você sabia que somos um dos países que mais mata mulheres no mundo? Em média, são registrados 13 homicídios femininos ao dia, segundo o Mapa da Violência de 2015. Muitos preferem negar a prevalência de um cenário de naturalização da violência no país, especialmente nos casos de violência de gênero.
Porém, os números são difíceis de ignorar. Se ampliamos o escopo e consideramos todos os casos de agressões físicas e verbais contra mulheres saltamos para quase 68 mil casos registrados, isso somente nos seis primeiros meses de 2016.
Estamos falando principalmente de violência física, psicológica, moral, sexual e de cárcere privado. A média é de 373 denúncias ao dia, de acordo com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
A violência tem cara
As principais vítimas de assassinatos e agressões continuam sendo mulheres negras e de baixa renda. Conforme o Mapa da Violência, 60,3% das mulheres mortas em 2015 se encaixam nesse perfil. Outro denominador comum que não se pode ignorar é o fato de os crimes serem cometidos em 33% dos casos pelos parceiros ou ex-parceiros da vítima.
O levantamento foi elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU). No ranking global de violência, o Brasil perde apenas para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
O peso da omissão
Romper o ciclo de violência nunca é tarefa fácil para a vítima, que está fragilizada psicologicamente e, muitas vezes, sem qualquer apoio no entorno familiar e/ou social. Denunciar continua sendo a arma mais eficaz para dar um basta, mas o Brasil ainda precisa avançar em muitos pontos se deseja garantir que isso possa ser feito sem restrições.
Apesar de leis como a Maria da Penha, que existem justamente para proteger as mulheres vítimas de violência doméstica e garantir penas mais duras aos agressores, continuamos esbarrando-nos na burocracia, na falta de Delegacias de Mulheres em todas as cidades e no pouco preparo de parte dos funcionários que trabalham na rede de proteção às mulheres.
É fundamental entender, também, que a responsabilidade de denunciar não se restringe à vítima. Não são raros os casos em que as mulheres sofrem violência por anos a fio, com o conhecimento de familiares, amigos e pessoas próximas.
A ajuda pode e deve vir de qualquer cidadão, antes que seja tarde demais para salvar uma vida. O Disque Denúncia 180 funciona em todo o território nacional. Abrace você também essa causa!
Fotos: por MundoPsicologos.com
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A violência contra mulher exige uma mudança cultural ...que pode ser lenta mas é eficaz.. Enquanto se trabalhar por uma mudança de mentalidade por meio da educação, acredito que terapias de grupos podem contribuir para amenizar alguns casos de violência.