Dia da Não Violência contra a Mulher: abrace essa causa!

Nos seis primeiros meses do ano, cerca de 68 mil mulheres foram vítimas de violência. Os números colocam o Brasil entre as primeiras posições de um ranking incômodo. Como reagir?

24 NOV 2016 · Leitura: min.
Dia da Não Violência contra a Mulher: abrace essa causa!

Nem todas as datas comemorativas existem para marcar um acontecimento feliz ou que deva ser motivo de orgulho para a sociedade. O Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro, é uma delas. Quando falamos de Brasil, torna-se ainda mais urgente e necessária.

Você sabia que somos um dos países que mais mata mulheres no mundo? Em média, são registrados 13 homicídios femininos ao dia, segundo o Mapa da Violência de 2015. Muitos preferem negar a prevalência de um cenário de naturalização da violência no país, especialmente nos casos de violência de gênero.

Porém, os números são difíceis de ignorar. Se ampliamos o escopo e consideramos todos os casos de agressões físicas e verbais contra mulheres saltamos para quase 68 mil casos registrados, isso somente nos seis primeiros meses de 2016.

Estamos falando principalmente de violência física, psicológica, moral, sexual e de cárcere privado. A média é de 373 denúncias ao dia, de acordo com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

diadanaoviolenciamulhertentativa2.jpg

A violência tem cara

As principais vítimas de assassinatos e agressões continuam sendo mulheres negras e de baixa renda. Conforme o Mapa da Violência, 60,3% das mulheres mortas em 2015 se encaixam nesse perfil. Outro denominador comum que não se pode ignorar é o fato de os crimes serem cometidos em 33% dos casos pelos parceiros ou ex-parceiros da vítima.

O levantamento foi elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU). No ranking global de violência, o Brasil perde apenas para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.

O peso da omissão

Romper o ciclo de violência nunca é tarefa fácil para a vítima, que está fragilizada psicologicamente e, muitas vezes, sem qualquer apoio no entorno familiar e/ou social. Denunciar continua sendo a arma mais eficaz para dar um basta, mas o Brasil ainda precisa avançar em muitos pontos se deseja garantir que isso possa ser feito sem restrições.

Apesar de leis como a Maria da Penha, que existem justamente para proteger as mulheres vítimas de violência doméstica e garantir penas mais duras aos agressores, continuamos esbarrando-nos na burocracia, na falta de Delegacias de Mulheres em todas as cidades e no pouco preparo de parte dos funcionários que trabalham na rede de proteção às mulheres.

É fundamental entender, também, que a responsabilidade de denunciar não se restringe à vítima. Não são raros os casos em que as mulheres sofrem violência por anos a fio, com o conhecimento de familiares, amigos e pessoas próximas.

A ajuda pode e deve vir de qualquer cidadão, antes que seja tarde demais para salvar uma vida. O Disque Denúncia 180 funciona em todo o território nacional. Abrace você também essa causa!

Fotos: por MundoPsicologos.com

PUBLICIDADE

psicólogos
Escrito por

MundoPsicologos.com

Nosso comitê de especialistas, formado por psicólogos credenciados, está empenhado em fornecer informações e recursos precisos e confiáveis. Todas as informações são apoiadas por evidências científicas e verificadas para garantir a sua qualidade. Nosso objetivo é assegurar que as pessoas tenham acesso a informações e ajuda necessárias para melhorar seu bem-estar.
Consulte nossos melhores especialistas em
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

Comentários 1
  • Raja Zorkot

    A violência contra mulher exige uma mudança cultural ...que pode ser lenta mas é eficaz.. Enquanto se trabalhar por uma mudança de mentalidade por meio da educação, acredito que terapias de grupos podem contribuir para amenizar alguns casos de violência.

últimos artigos sobre atualidades sobre psicologia

PUBLICIDADE