Infantil: desempenho escolar gera 11% das queixas

O número de pais que procuram ajuda psicológica para conseguir lidar com o comportamento dos filhos cresceu mais de 60%. Problemas de desempenho escolar estão entre os mais comuns.

17 NOV 2015 · Leitura: min.
Infantil: desempenho escolar gera 11% das queixas

Criar e educar uma criança não é fácil. A missão dos pais e familiares demanda delicadeza para compreender quais são as necessidades deste menino ou menina, além da capacidade de impor limites e de reagir da forma correta diante de situações delicadas.

Mas o que fazer quando falta conhecimento de causa e experiência? A lógica diz que o melhor é buscar ajuda especializada e o resultado nota-se na prática. O serviço de psicologia infantil é o segundo mais buscado pelos usuários do MundoPsicologos.com em 2015, perdendo apenas para terapia de casal.

O total de contatos enviados aos profissionais de janeiro a outubro deste ano foi 63% superior a todo o acumulado em 2014. De todas as questões retratadas nas solicitações, os problemas com o desempenho escolar merecem destaque.

Isso porque 11% das solicitações falam explicitamente de dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento escolar. Muitas vezes, a decisão de pedir ajuda a um psicólogo não vem naturalmente, mas sim recomendada pelo pedagogo/psicólogo da escola.

O ambiente familiar costuma ser o primeiro lugar onde qualquer problema infantil se manifesta, porém é quase impossível não haver reflexos no ambiente escolar, nas relações que a criança mantém com os coleguinhas e professores.

O denominador comum do baixo rendimento escolar

A maioria dos problemas relatados pelos pais se manifesta em crianças entre 6 e 9 anos. Os contatos com os psicólogos são motivados porque o filho(a) vem se comportando de forma agressiva e rebelde, tendo problemas de atenção e dificuldades para respeitar a autoridade.

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Essas variáveis afetam diretamente o processo de aprendizagem da criança, que, muitas vezes, perde o interesse pela atividade escolar, acumula notas baixas e reprova, mesmo não havendo qualquer problema com sua capacidade cognitiva.

A própria criança também sofre na pele as consequências deste comportamento. Em função das repreensões dos pais e professores e da resposta dos coleguinhas, começa a desenvolver problemas de ansiedade, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento.

Ainda considerando o perfil das crianças com problemas de desempenho escolar, há outro grupo problemático: meninos e meninas de 4 e 5 anos. Os pais reclamam de uma mudança no comportamento habitual da criança, que começa a adotar posturas agressivas na escola e dentro de casa, sem motivo aparente.

Independente de ter 9 ou 4 anos, a criança ainda é muito nova para saber lidar sozinha com seus sentimentos. Por isso, os especialistas em psicologia infantil costumam coincidir num ponto:

"A origem de um comportamento agressivo numa criança, normalmente, é um problema em casa, porque a criança reproduz tudo o que vê e vive."

Os psicólogos advertem que isso é ainda mais perceptível em crianças mais novas, pois encontram na agressividade e nos ataques de raiva a forma de "falar" de um incômodo que não conseguem expressar através das palavras.

Acompanhamento familiar

Seja por baixo rendimento escolar, agressividade ou por qualquer outro tipo de problema, o acompanhamento psicólogo à criança deve incluir também os pais ou a figura que desempenha tal função: tios, avós, etc.

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É importante entender como estão sendo construídos os vínculos afetivos entre a criança e sua família, para poder trabalhá-los e conseguir um desenvolvimento do relacionamento interpessoal em todas as esferas da vida desta criança.

"As próprias mudanças no comportamento das crianças possibilitam uma reestruturação nos adultos e vice-versa, pois tanto o comportamento do adulto modela e mantém o comportamento da criança como essa última controla o comportamento do adulto. Por isso, as perspectivas de cada um precisam ser analisadas", explica a psicóloga Léia Mayer Eyng.

Déficit de atenção e hiperatividade

É quase impossível falar em desempenho escolar sem que saltem questões sobre o déficit de atenção e a hiperatividade. Dos contatos enviados para o serviço de psicologia infantil, 16% já mencionam um problema de TDAH.

Porém é preciso saber fazer a diferenciação, já que nem todo quadro de agitação ou falta de atenção indica um transtorno psicológico grave. A avaliação do especialista é muito importante.

"Vários fatores devem ser avaliados antes de chegar a um diagnóstico, é necessário observar toda a dinâmica familiar na qual a criança está inserida e também como se comporta na escola. A partir daí é importante fazer um acompanhamento psicológico, pois será avaliado se há algum outro fator que possa estar influenciando o comportamento da criança", resume a psicóloga Érika Barra.

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