Não sai do Instagram? Saiba evitar os efeitos nocivos da rede social

Que as redes sociais serviram para aproximar pessoas e facilitar a comunicação, ninguém discute. Entretanto, é importante estar atento a tudo o que de negativo elas podem causar, especialmente se nos centrarmos em ferramentas como o Instagram, que passaram a ser usadas como uma verdadeira vitrine da vida e seus momentos.

Você já se perguntou o que há de verdade naquilo que é exposto na Internet? No Instagram, por exemplo, há um verdadeiro desfile de corpos sarados, rostos bonitos, lugares lindos e comidas de dar água na boca. Porém, essas imagens são um reflexo do mundo real ou apenas um mundo que as pessoas se esforçam para mostrar como real?

Não é de hoje que especialistas em comportamento e psicologia vêm alertando sobre o efeito nocivo que essa constante exposição à vida sempre glamurosa do outro pode causar naqueles que consomem esse mundo sem fazer qualquer crítica à sua autenticidade.

O Instagram abriu espaço para que pessoas anônimas virassem influenciadores de milhares de pessoas. Da noite para o dia, elas se transformaram em criadores de tendência, algo que foi, inclusive, aproveitado pelo marketing e a publicidade. A rede social também tornou possível que seus usuários acompanhassem de perto o cotidiano luxuoso de celebridades. No entanto, é importante entender que plataformas como essa não refletem, de fato, a vida real de ninguém. Cada foto é pensada e editada para gerar mais "curtidas", aumentar o número de seguidores ou vender mais produtos e serviços.

Seguindo essa lógica, para aparecer e se destacar, torna-se necessário maquiar a realidade através de imagens que só contam um pedaço da história.

Os efeitos do "espelhismo"

Querer fazer parte de um mundo assim, tentar refletir essa mesma perfeição, acaba se convertendo em um fator de estresse, que pode desencadear sentimentos de ansiedade e angústia. E isso é algo que já vem sendo comprovado cientificamente.

De acordo com uma investigação da Royal Society for Public Health, o Instagram é a rede social que mais influência negativa exerce na sua audiência. O estudo foi realizado com 1.500 jovens do Reino Unido, com idades entre 14 e 24 anos.

A maioria dos entrevistados afirmou que o Instagram afetava a percepção da imagem corporal, piorava a qualidade de sono e aumentava o medo de perder a intimidade.

O estudo concluiu ainda que a segunda pior rede social seria o Snapchat, igualmente baseada no uso da imagem. Para elaborar o ranking, foram considerados 14 fatores de bem-estar e saúde mental, tais como sensação de pertencimento e comunidade, mantenimento de relações no mundo real, capacidade de definir sua própria identidade e solidão.

Como é de se imaginar, o impacto negativo é proporcional às horas dedicadas a essas plataformas. E não são raros os casos que culminam em crises de stress ou depressão.

Como manter a autoestima nas redes sociais?

O primeiro passo é tratar de limitar o tempo dedicado ao Instagram, Snapchat, Facebook e outras plataformas. As redes sociais não são essenciais. É por isso que as relações virtuais não deveriam ser predominantes na vida de uma pessoa, mas, sim, o tempo que se compartilha com amigos, familiares e conhecidos.

Não há por que publicar sempre, muito menos se obrigar a seguir tudo o que se publica. A vida real não se vive na Internet. Registrar um momento importante e querer compartilhá-lo com seus seguidores é natural e saudável, mas sem pressão.

Não deixe que a vontade de registrar impeça você de viver bons momentos. E nem perda tempo comparando sua vida com a de outras pessoas, especialmente porque nesse tipo de ferramenta você só tem acesso ao que querem que você veja.

Não deixa de se questionar sobre a intenção que está por trás de cada foto publicada. Ninguém é feliz o tempo todo.

Por último, tente se desconectar sempre que possível. Esse é o termômetro para comprovar que você controla suas redes sociais, não o inverso.

Caso o uso desse tipo de plataforma signifique angústia e sofrimento para você, não deixe de buscar ajuda especializada.

Fotos: MundoPsicologos

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