Como nossas crenças influenciam o estresse

As crenças contribuem significativamente na produção de estresse. Elas são verdades que baseiam nossa forma de enxergar o mundo.

9 AGO 2016 · Leitura: min.
Como nossas crenças influenciam o estresse

As crenças são uma espécie de filtro das situações vivenciadas que tem como função interpretar, julgar, classificar e processar as informações e emoções de cada situação.

A reação de estresse desenvolve-se quando interpretamos a presença de um evento que exija alguma ação de proteção. Ou seja, a situação em si não é estressante, mas é a forma de enxergarmos a situação que pode nos levar a vivenciá-la como estressantes.

As crenças racionais (ou reais) são consideradas crenças fortalecedoras que dão à pessoa condições de analisar de forma real e objetiva os problemas e encontrar soluções plausíveis ou até mesmo se adaptar e aceitar uma situação problemática. Pode-se dizer que as crenças racionais são as que proporcionam condições básicas do ser humano enfrentar o estresse, resolver problemas e tolerar frustrações.

As crenças irracionais (ou irreais) são verdades distorcidas que estão ligadas a uma tendência da pessoa julgar equivocadamente a si mesma, o mundo e as pessoas. Essas crenças são limitadoras do desenvolvimento humano e normalmente geram frustrações, ansiedade e estresse.

Um exemplo de crença irracional comum, quando se trata de estresse, é: "as situações são a causa das minhas reações emocionais". Podemos perceber essa crença quando alguém é questionado por que se sente estressado ou irritado. Certamente essa pessoa dará uma lista de motivos externos como responsáveis por seu estresse: o chefe inflexível, o trânsito, falta de tempo e de dinheiro etc. Mas dificilmente encontra-se uma resposta do tipo "acho que este meu jeito de achar que nada dá certo tem piorado as coisas".

Para que se conheça um pouco mais sobre as "crenças racionais" que nos ajudam a enfrentar os desafios da vida e as "crenças irracionais" que promovem o estresse, veja os exemplos abaixo:

Crença 1

"É horrível e catastrófico quando as coisas não acontecem do modo como eu gostaria muito que acontecessem." Essa crença pressupõe um mundo perfeito em que as outras pessoas ajam conforme a sua vontade, que não contrariem sua opinião e que os planos sejam seguidos à risca e seus resultados atingidos custe o que custar; portanto, nesse mundo idealizado não vão existir frustrações e decepções.

Essa crença pode se manifestar em qualquer situação em que houve um planejamento ou um pensamento do que se gostaria que ocorresse.

Uma crença racional seria: "Foi ruim não ter conseguido o que eu esperava, mas não é a pior coisa do mundo, posso tentar novamente, as coisas nem sempre são como gostaríamos que fossem" ou "não podemos ter um controle absoluto e perfeito sobre tudo".

Uma crença irracional seria: "Como fulano não sabe? Um problemão desse! E ele não foi atrás de resolver, é inadmissível!"

A reação a partir dessa crença irracional seria: irritação, briga, raiva, discussão, ansiedade.

Crença 2

"Existe sempre uma solução correta, precisa e perfeita para os problemas humanos, e é uma catástrofe quando a solução exata não é encontrada." Essa é a crença dos perfeccionistas e pessoas muito exigentes e autocríticas. É como se tivessem um chicote na mão, prontas a se punir. Essa crença pode se manifestar em qualquer situação em que ocorrem erros.

Crença racional: "É errando que se aprende, tenho direito de errar..." Crença irracional: "O que eu fiz de errado? Se eu tivesse pensado melhor antes, isso não teria ocorrido! Eu simplesmente não posso aceitar." Reação a partir da crença irracional: culpa, ansiedade, sensação de derrotismo, reforço do perfeccionismo.

Crença 3

"Deve-se ter um controle absoluto e perfeito sobre as coisas." Esta é uma das piores crenças de deveres absolutistas que exercem um grau terrível de pressão e tensão internos na pessoa. Além das cobranças externas a que todos estão submetidos, existe ainda essa necessidade de controle interno. É como se a pessoa, não podendo deter o controle, deparasse com sua insegurança.

Situação: Normalmente pessoas com essa crença tentam estabelecer um controle sobre tudo. Crença racional: "É importante planejar, mas se algo sair fora do planejado, não é preciso ficar tão preocupado. O que de pior pode acontecer?"

Crença irracional: "Tenho que fazer essa apresentação para o meu chefe, tem que ser o máximo, ele tem que gostar, assim vou ganhar alguns pontos com ele. Caso contrário, será horrível." Reação a partir da crença irracional: tensão, perfeccionismo, ansiedade.

Não devemos esquecer que o estresse não é produto exclusivo de situações externas. Ele é produzido por nós mesmos a partir do nosso jeito de olhar para as circunstâncias, como nos sentimos e como reagimos diante delas. Portanto, cabe a você olhar para as crenças irracionais que podem estar dificultando sua adaptação à realidade e construir crenças racionais.

PUBLICIDADE

Escrito por

Darlan Novaes de Queiroz

Consulte nossos melhores especialistas em stress
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre stress

PUBLICIDADE