Transtorno de Despersonalização/Desrealização: sintomas e causas

O Transtorno de Despersonalização/Desrealização (DP/DR) pode ser definido como um distúrbio do processamento das emoções. O paciente pode sentir-se desconectado de seus próprios sentidos, como se fosse um observador externo ao ambiente e pessoas que o cercam.

Distorções sensoriais (dissociações do corpo) e distorções no tempo são sintomas do transtorno. Sua etiologia ainda é pouco conhecida, embora estudos mostram que a DP/DR podem surgir após crises de pânico, uso de drogas e álcool ou raramente de forma crônica desde a infância. Situações de extremo estresse, abuso emocional ou negligência durante a infância podem acarretar no transtorno.

Sintomas de despersonalização:

Sentir-se desconectado do próprio corpo, mente, sentimentos ou sensações. Os pacientes relatam que se sentem como robôs ou como se estivessem funcionando em modo remoto. As memórias e lembranças também podem ser afetadas.

Sintomas da desrealização:

Sentir-se desconectado do ambiente, tudo parece irreal. O mundo parece sem vida, é como se a pessoa vivesse em um sonho ou no meio de uma névoa. O mundo se torna sem cor e artificial. Ocorrem distorções na visão, os pacientes podem ver objetos sem nitidez ou desfocados. Sons ficam desproporcionais soando mais altos ou mais baixos do que realmente são. Os pacientes relatam que se sentem "desligados".

Os sintomas são angustiantes, ansiedade e depressão podem surgir concomitantemente. E por mais que não tenha nenhuma ruptura com a realidade os pacientes frequentemente acreditam que podem estar loucos. Outros podem ficar obcecados quanto à sua própria existência e verificar a cada minuto se suas percepções são reais.

Os critérios para diagnósticos são:

• O diagnóstico do transtorno de despersonalização/desrealização é clínico e baseia-se nos critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5):
• Os pacientes têm episódios persistentes ou recorrentes de despersonalização, desrealização, ou ambos.
• Os pacientes sabem que suas experiências irreais não são reais (i.e., eles têm uma noção intacta da realidade).
• Os sintomas causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional.

O tratamento deve ser feito com o psicólogo e psiquiatra, se necessário a medicação deve ser incluída no processo. O transtorno é reversível e tem cura. A recuperação é completa e possível para quase todos os pacientes, especificamente para aqueles que os sintomas resultaram de estresses tratáveis ou transitórios. Caso não seja realizado o tratamento adequado, o transtorno pode ser tornar crônico.

Aconselha-se que o paciente permaneça no presente, no aqui agora. Deve-se distrair das sensações subjetivas, mantendo a mente ocupada, focando em outros pensamentos ou atividades. Entrar em contato com o novo e realizar atividades que o façam entrar em contato com sensações: andar descalço, experimentar novos sabores, ouvir música, tocar instrumentos musicais, tomar banho no escuro e tudo aquilo que te faço entrar em contato consigo.

Por Tainnã Oliveira, psicóloga inscrita no Conselho Regional de Psicologia do Paraná 

Fotos: MundoPsicologos 

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