Diferenças entre transtorno de personalidade borderline e bipolar
Apesar de haver semelhanças quanto a sintomas, o transtorno de personalidade borderline não deve ser confundido com o transtorno bipolar. Neste artigo listamos as principais diferenças.
Há pessoas que sofrem mudanças bruscas em seu estado emocional, que vêm como um ataque e que são impossíveis de controlar. São casos de transtornos, clínicos e de personalidade, que desencadeiam uma série de sintomas físicos e emocionais. Alguns desses transtornos podem ser facilmente confundidos, por se manifestarem de forma muito similar.
Neste artigo faremos um paralelo entre o transtorno bipolar e o transtorno de personalidade borderline, também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe. Confira a seguir suas principais características e entenda em que se diferem.
1) Presença ou ausência de euforia
Tanto no transtorno bipolar como no borderline há mudanças bruscas no estado de humor da pessoa. Porém, enquanto no primeiro é habitual a presença de episódios de mania, associados a um estado de ânimo de intensa euforia, no transtorno de personalidade limítrofe o que prepondera é o humor depressivo, não havendo espaço para a euforia.
2) Permanência da instabilidade
Outra diferença que ajuda a separar a personalidade bipolar da borderline é a permanência das alterações de humor sofridas pela pessoa. Num quadro de personalidade limítrofe, as mudanças no estado de ânimo são mais rápidas. Podem durar algumas horas e acontecer diversas vezes ao longo de um dia.
Já no transtorno bipolar, são alterações de humor mais estáveis. Os episódios de euforia duram ao menos uma semana, e os de depressão se mantém por, pelo menos, dois meses.
3) A razão da instabilidade
Como é de se esperar, há fatores que são responsáveis por provocar as oscilações de humor nas pessoas com transtorno bipolar ou borderline. No primeiro caso, de acordo com os especialistas, o desencadeador da instabilidade no estado de ânimo costuma ser um funcionamento atípico dos neurotransmissores, marcando a condição como um quadro clínico que afeta o funcionamento neurológico da pessoa.
Já no caso da personalidade borderline, são fatores externos os que contribuem para que haja a oscilação do humor, normalmente relacionados a relações interpessoais instáveis, stress, eventos traumáticos, etc.
4) Autoimagem e nível de autoestima
Como são transtornos que impactam a percepção que a pessoa tem de si mesma e seu nível de autoestima, é normal que haja um sentimento de inutilidade, de vazio e de desmerecimento, que se acentua à medida que o transtorno vai avançando sem o devido tratamento. A grande diferença se dá nos episódios de mania que marcam o transtorno bipolar. Quando isso acontece, a pessoa experimenta uma autoestima inflada, com sentimentos de grandiosidade e de supervalorização.
5) Períodos sem sintomas
A instabilidade emocional que marca o transtorno de personalidade limítrofe costuma perdurar, ou seja, integra a personalidade da pessoa e não há períodos assintomáticos. No caso do transtorno bipolar há alternâncias entre episódios de mania e depressão. Entre um e outro, costuma haver períodos sem sintomas.
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É importante observar que, como são transtornos fundamentalmente diferentes, apesar de compartilharem alguns sintomas, o tratamento também é conduzido de forma diferente. Enfrentar um quadro de bipolaridade costuma ser mais complexo, compreendendo a prescrição de medicamentos estabilizadores de humor e complementando seus efeitos com a psicoterapia.
No caso do transtorno de personalidade borderline, as sessões de acompanhamento psicológico costumam ser suficientes para que a pessoa consiga enfrentar o distúrbio e retomar seu equilíbrio emocional.
Fotos: MundoPsicologos.com
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Adorei o artigo! Muito objetivo e interessante.
Bipolares podem ser também borderlines?
Gostei muito da maneira clara e objetiva com que o assunto foi exposto. Parabéns!
Olá, meu é Adriana e sou psicóloga há pouco mais de ano. Adorei o esclarecimento feito através deste site principalmente por causa da dificuldade que se encontram muitos profissionais da área ao ter que dar tal diagnóstico.Obrigada.
Adorei! Sou intérprete de conferências e estarei trabalhando esta semana em Gramado, no Rio Gde do Sul, em um congresso de Psicoterapias Cognitivas. Este artigo me ajudou nos meus estudos de vocabulário. Muito obrigada! Simone de Paula
Bipolares podem ter alucinações???