Qual a diferença entre neurose, psicose e perversão?

A personalidade é uma estrutura complexa. Muitas vezes, o comportamento de uma pessoa demonstra um padrão fora da "normalidade", que demanda cuidados. No artigo falamos mais sobre o assunto.

21 MAI 2018 · Leitura: min.
Qual a diferença entre neurose, psicose e perversão?

A personalidade é algo complexo, que começa a ser formado nos primeiros anos de vida e que vai sofrendo alterações com o passar do tempo, fruto da experiência e da convivência. Essas mudanças podem ser positivas e negativas, e algumas delas serem desencadeadas por problemas psicológicos.

Mas atenção! É importante saber entender as diferenças entre as características e a estrutura de uma personalidade. As primeiras seriam as mais moldáveis, e a última a parte mais difícil de alterar. A psicologia contempla três estruturas de personalidade: neurose, psicose e perversão. Entenda. 

Mesmo para os que estão familiarizados com os termos, é provável que coexistam diversas dúvidas sobre o que realmente querem dizer. Os três conceitos são usados para descrever cada uma dessas estruturas e quais sintomas e transtornos mentais podem ser manifestados dentro de suas particularidades quando adoecidas. Neste artigo explicaremos essas diferenças e como tratá-las.

O que é neurose?

A neurose é uma estrutura da personalidade que está intimamente ligada à angústia. A pessoa consegue manter um pensamento racional e distinguir o certo do errado. Ela tem a necessidade de seguir as normas e fazer aquilo que é correto, sentindo-se culpada quando não consegue cumprir com essa expectativa.

As atividades normais do dia a dia da pessoa não se vêm afetadas pela estrutura neurótica, porém a pessoa não consegue resolver de forma satisfatória esses conflitos internos. Quando foge à regra, precisa justificar seu comportamento, e para isso recorre a argumentos que falem de merecimento ou necessidade. Mesmo assim, não consegue se sentir aliviada.

Na neurose, a culpa e a ansiedade andam de mãos dadas. Segundo especialistas, a forma como a pessoa lida com essa ansiedade é o que a encaixa em um dos três tipos de neurose: a fóbica, a histérica e a obsessiva. A neurose é a estrutura de personalidade mais comum e saudável. Quando ocorre a somatória de inúmeros fatores que favorecem a manifestação de um transtorno mental, estas manifestações possuem um bom prognóstico de tratamento e podem incluir transtornos de humor e ansiedade. 

O que é psicose?

A psicose é uma estrutura da personalidade que prejudica a percepção e o pensamento da pessoa, afetando sua capacidade de julgamento. Diferentemente do neurótico, o psicótico não reconhece as regras ou mesmo que as reconheça se sente indiferente a elas, nem respeita as normas estabelecidas. Por ser isento de culpa ou ansiedade, é possível que seja capaz de distinguir o certo do errado, mas por se colocar sempre em primeiro lugar e não possuir capacidade empática, tende a seguir o que considera bom para si, independentemente de "certo ou errado" dentro da sociedade ou comunicade em que está inserido. 

Esse tipo de estrutura de personalidade costuma estar associada a transtornos psíquicos mais graves e crônicos. Quando ocorre um surto psicótico, é comum que haja alucinações e medo paranóico. Seus sintomas são mais intensos e persistentes, afetando negativamente a rotina e crítica da pessoa, como ocorre na manifestação da esquizofrenia. 

Alguns especialistas ressaltam que é uma das estruturas de personalidade mais perigosas, porque os psicóticos são capazes de ações extremas sem mostrar qualquer remordimento. Quando o indivíduo é muito inteligente, todo esse potencial é utilizado para manipular, controlar e para submeter aqueles que estão a seu redor. Na manifestação de transtornos mentais desta estrutura pode-se mencionar: sociopata, desvio de caráter e esquizofrenia. 

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O que é perversão?

A perversão é uma estrutura de personalidade na que a busca pelo prazer é constante. A pessoa sabe que existem normas, são capazes de reconhecê-las, mas tendem a transgredi-las.

No lugar de sentir culpa ou remordimento, o perverso costuma desfrutar desses momentos, não mostrando quaisquer sinais de ansiedade. Ao contrário, a ansiedade somente aparece nos momentos em que deseja transgredir e não consegue.

O perverso costuma materializar seu desejo de perturbar a ordem natural das coisas, as normas estabelecidas, por meio de dois grandes grupos de comportamento: a perversão sexual e a perversão social. É natural reunirem características exibicionistas e descaradas, sendo impulsivas e manipuladoras. A canalização de seu prazer é direcionada a algo que destoa do comum, considerado o movimento saudável da estrutura neurótica - parceiro, família, realização pessoal - para algo perverso e desejos fora do padrão. Podemos mencionar: pedofilia, zoofilia, entre outros.  

Como tratar uma personalidade disfuncional?

O primeiro passo é procurar um especialista em transtornos de personalidade para fazer um diagnóstico detalhado, e tratar de entender como a estrutura da personalidade vem comprometendo o equilíbrio psíquico da pessoa.

Nos casos mais problemáticos, é importante que o tratamento seja feito de forma multidisciplinar, com a participação de um médico psiquiatra. Os medicamentos, além de minimizar determinados sintomas, controlarão eventuais crises e brotes. vale ressaltar que mesmo que o prognóstico do perverso e psicótico não prevejam cura, o suporte adequado pode controlar a manifestação de sintomas e minimizar riscos que o indivíduo possa oferecer para si e terceiros, tornando-se indispensável.  

Fotos: MundoPsicologos.com

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Comentários 22
  • Luzinete Campos

    Texto esclarecedor, claro e objetivo. Obrigada!

  • Andrelina alves

    Estou estudando psicólogia, e trabalho como cuidadora de idoso, então somos 6 cuidadoras no local, das 6 cuidadoras 5 se dão muito bem entre elas , mas tem uma que consegue tiras as 5 do sério, com palavras preconceituosas etc, ofende todas e qndo alguém fala algo pra ela q não gostou de ouvir dela , aí ela tenta se explicar dizendo q não quis ofender as colegas , aí chora faz toda uma cena, mas em fim , eu fico observando o comportamento dela durante o horário de trabalho, e não consigo vê problemas psicológicos nela , pelo contrário vejo uma pessoa fria q não se importa nem um pouco em ofender as colegas, q se faz de vítima qndo algo se vira contra ela , vejo uma pessoa completamente manipuladora , em fim , lendo aqui essa página, só tendo mais certeza q realmente o problema dela está relacionada, sociopata, desvio de caráter e esquizofrenia ? Será?

  • Izabel Lima Silva

    Ótimo! Valeu , conteúdo excelente e claro. Obrigada. Conto com vocês.

  • gerson sampaio da silva

    Eu só sei que tá muito errado, principalmente o conceito de psicose, falta de responsabilidade de quem escreveu.

  • Jeronimo e

    Muito legal esse artigo, obrigado por compartilhar . Abraços

  • Sigmund Freud

    Nunca li na minha vida acadêmica uma definição tão péssima sobre psicose. Mergulhada em moralização e preconceito: "o psicótico não reconhece as regras... e nem respeita as normas estabelecidas..." Uma sensação de estar lendo um evangélico fanático falando sobre paciente psicótico. Além de uma confusão de conceitos e psicodiágnóstico, pois quem escreveu isso, descreveu o psicótico como transtorno antissocial, segue: "Por ser isento de culpa ou ansiedade, é possível que seja capaz de distinguir o certo do errado... porque os psicóticos são capazes de ações extremas sem mostrar qualquer remordimento". Vergonha em ver colegas de profissão propagando tanto "desconhecimento" e preconceito sobre o "louco" desta forma. Desculpa a grosseria, mas acho que que se propões a escrever e transmitir conhecimento, deve pelo menos estudar um pouco.

  • Fabio Souza

    Excelente explicação ,pois muitas vezes estamos convivendo o pessoas que tem essas patologias e por não ter conhecimento não tomamos os devidos cuidados ?

  • Fernando Souza

    Mesmo direcionado para leigos, o artigo é bastante superficial e, em certos momentos, equivocado. Por exemplo, ausência de empatia é característica da perversão, não da psicose. Não explica que essas estruturas são distintas das entidades nosológica da psicopatologia clínica (transtornos e síndrome presentes no CID ou no DSM) e do discurso jurídico (psicopatia, sociopatia). Não se refere, em momento algum, à posição sujeito-objeto de desejo que é estruturada a partir da cena edípica e do complexo de castração, de seus mecanismos de defesa (recalcamento, foraclusão e desmentido - neurose, psicose e perversão, respectivamente). Ou seja, é um texto que mais confunde que esclarece ao público leigo.

  • Celia carneiro pessoa

    Realmente , rstoubtentando me conhecer .Segundo meu psicólogo, que trabalha com bioenergética , falou que tenho traços de personalidade Psicótica rech .Preciso me entender melhor .

  • Damaris

    Creio que o objetivo aqui não foi o de aprofundar, mas justamente estabelecer de forma clara e sucinta a diferença entre as três estruturas. Para mim ficou muito claro, parabéns!


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