Por que adoecemos?

Quando adoecemos nossa primeira decisão é a de exterminar o sintoma e raramente paramos para refletir o motivo de sua existência.

22 JUN 2015 · Leitura: min.
Por que adoecemos?

Quando adoecemos nossa primeira decisão é a de exterminar o sintoma e raramente paramos para refletir o motivo de sua existência. Acreditamos que estar doente é algo que nos traz mal estar e passamos a não perceber este fenômeno como uma resposta inscrita em nós mesmos.

É frequente segmentarmos o indivíduo em duas instâncias distintas: mente e corpo. Muitas vezes os tratamos de forma separada, o que nos afasta de enxergarmos o indivíduo como um ser único, ignorando a importância de observarmos a existência de um mundo interno, muito pessoal, de onde emergem sentimentos que são manifestados principalmente pela via corporal.

O corpo funciona como uma tela para a vida, no qual se inscrevem nossas perfeições e imperfeições, toda nossa trajetória e as experiências emocionais e físicas. Quando observamos nossos sintomas, as ocasiões em que aparecem, as repetições e quando se iniciaram, podemos conhecer mais sobre nós mesmos.

Uma emoção que não pôde ser devidamente expressada, um trauma não acolhido, adversidades com as quais temos dificuldades em lidar podem resultar em sintomas como dores, incômodos ou até mesmo em doenças graves, degenerativas e crônicas.

Quando não estamos em equilíbrio nosso corpo se torna suscetível a um possível adoecimento. O desequilíbrio contínuo pode gerar sintomas físicos e psicológicos, influenciando o sistema imunológico. A maneira como o sujeito adoece depende de fatores como as experiências vividas, o momento existencial, as tendências genéticas e o seu desenvolvimento psíquico.

Muitas vezes deixamos em segundo plano o aspecto psicológico, que constitui a subjetividade e individualidade de cada um. Compreender nossas emoções nos leva a encontrar o equilíbrio e nos torna mais fortalecidos para lidar com o que nos afeta.

Durante o acompanhamento de pacientes com histórico de doenças ou dores crônicas é importante a avaliação orgânica realizada por um médico. A avaliação médica é muitas vezes a primeira manifestação da "procura por ajuda" de uma pessoa em desarmonia.

No entanto muitas vezes, tratamentos sem bons resultados, exames complementares sem quaisquer alterações e a persistência de lesões levam a um desnorteamento de profissionais e pacientes. Isto acontece sempre que o foco de tratamento é a doença e não o indivíduo. Considerar o adoecimento da mente pode ser peça chave para um diagnóstico e tratamento eficientes.

A psicoterapia voltada à psicossomática trabalha o fortalecimento emocional e a compreensão de si mesmo, propicia o conhecimento das próprias limitações e auxilia na descoberta de caminhos para mudanças de alguns padrões que nos fragilizam.

Além disso, relaciona como tais fatos coexistem com as dores e possíveis lesões orgânicas que se apresentam. A manifestação dos sintomas é um sinal de que algo não está fluindo bem há algum tempo. Uma emoção pode ser ignorada, um sintoma dificilmente é. O corpo pede o cuidado que a mente necessita.

Foto: por volver-avanzar (Flickr)

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Escrito por

Etienne Gonze de Oliveira

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