Seria o phubbing o maior veneno para as relações?

Como você se sentiria se, ao tentar conversar com alguém, o interlocutor está mais centrado no celular do que em você? Incômodo e chateado, verdade? Acredite, você foi vítima de phubbing.

2 MAR 2017 · Leitura: min.
Seria o phubbing o maior veneno para as relações?

Não se sinta incômodo se essa palavra não faz qualquer sentido para você. O que ela define, entretanto, você provavelmente já sentiu na carne. Phubbing é a contração de "phone snubbing", uma expressão do inglês que define quando se é ignorado com o celular.

Começa a fazer sentido? Você está num bar tentando ter uma conversa legal com alguém, mas não vê reciprocidade. A outra pessoa está demasiado centrada na tela do celular como para seguir a conversação. Ou, então, você está em casa, no sofá, feliz por ter um tempo livre para estar com o namorado ou namorada, mas parece que ele ou ela só tem olhos para o que está passando nas redes sociais.

O phubbing é, sim, uma realidade, um fenômeno da nossa sociedade, que vem ganhando força e despertando o interesse de pesquisadores. O professor norte-americano James A. Robert, da Universidade de Baylor (EUA), entrevistou 453 adultos e quase metade deles afirmou haver sofrido phubbing por parte do parceiro. Para quase 23%, esse fato foi motivo para um conflito no casal.

Por que o phubbing é uma ameaça?

A resposta é bastante óbvia: porque tem um impacto negativo nas relações. James A. Robert concluiu que há dois motivos fundamentais para que isso aconteça. Primeiramente, porque o tempo dedicado aos dispositivos é um tempo que poderia ser empregado em fazer algo que reforce a união do casal, mas que não é.

Além do mais, acaba gerando mal-estar e, com ele, discussões e desentendimentos. O resultado direto é o desgaste da relação.

Próxima parada: estado depressivo

O estudo da Universidade de Baylor ainda serviu para demonstrar que as pessoas que são vítimas do phubbing são mais propensas a cair num estado depressivo. Cerca de 36% dos entrevistados afirmaram haver experimentado esse sentimento pelo menos uma vez.

viciocelular1.jpg

Não é difícil perceber que, nesses casos, o problema maior é a descoordenação entre o casal. Se os dois têm o mesmo comportamento e passam muito tempo no celular, há uma relação de equilíbrio. O que dá brecha para o mal-estar é justamente a sensação de falta de atenção, quando apenas um se sente prejudicado pela "ausência" do outro, que está fisicamente presente mas conectado a outras questões.

A partir desse ponto, é impossível evitar uma frustração crescente, algo que precisa ser tratado a fim de evitar que a relação de desmorone de vez. Mas como?

O diálogo com o companheiro e a negociação são indispensáveis. É muito importante que os celulares não substituam as comunicações cara a cara e, para isso, se faz necessário combinar momentos de uso. É preciso que ambos tenham consciência de que o hábito é um problema e que haja uma vontade real de mudança.

Existe a dependência do celular?

Muitos especialistas já trabalham com pessoas "viciadas" em celulares e tablets, na tentativa de ajudá-las a reconectar com o mundo real. Em casos assim, os efeitos provocados pelo uso da tecnologia são similares aos de substâncias entorpecentes: desencadeiam prazer a curto prazo e inquietação e ansiedade diante de um período de abstinência.

A intervenção de um psicólogo pode ser de grande ajuda na hora de estabelecer limites. O objetivo não é forçar uma desconexão completa, mas trabalhar com um desligamento parcial, como forma de alcançar o equilíbrio.

Fotos: por MundoPsicologos.com

PUBLICIDADE

psicólogos
Escrito por

MundoPsicologos.com

Nosso comitê de especialistas, formado por psicólogos credenciados, está empenhado em fornecer informações e recursos precisos e confiáveis. Todas as informações são apoiadas por evidências científicas e verificadas para garantir a sua qualidade. Nosso objetivo é assegurar que as pessoas tenham acesso a informações e ajuda necessárias para melhorar seu bem-estar.
Consulte nossos melhores especialistas em
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

Comentários 1
  • Elizabeth Tepes Höerning

    Sofro disso (phubbing) há mais de três anos em meu relacionamento. Já peguei-o em situações 'embaraçosas' e que poderia ter acabado com todo esse sofrimento, se eu o tivesse largado. Mas, temos um bebê de dois anos e quatro meses e moro na casa dele (que é da mãe dele). Já nos desentendíamos antes, devido às redes sociais. Quando engravidei, ele piorou e, após o nascimento do meu filho, ele começou a distanciar-se, não querer conversar e se isolou com o celular e também com jogos online. Já tentei conversar, mas, está logado em tempo integral. Pediu até a conta no serviço para poder ficar o tempo todo em casa jogando e respondendo Whatsapp, está solteiro no Face... Sem falar nos relacionamentos escusos e depravados que flagrei via-whats. É triste, mas terapia não adiantaria. O melhor seria deixá-lo. Não envelhecerei perto de alguém que não sabe que existo.

últimos artigos sobre atualidades sobre psicologia

PUBLICIDADE