Não é a criança que precisa de análise, e, sim, os pais

O papel de sintoma da criança vêm da família (pais, avô, irmão, tio) aqueles que exercer função simbólica para a mesma.

3 NOV 2016 · Leitura: min.
Não é a criança que precisa de análise, e, sim, os pais

No tratamento analítico com criança, costumo geralmente, convocar os pais, nas consultas preliminares, para analisar o caso e a necessidade de um empreitada de uma investigação psíquica. Assim, faz necessário, escutar a construção pré-histórica e arqueológica dos pais (os vestígios, as marcas, experiências particulares), onde é o começo e o princípio de todo registro e identidade do futuro adulto-criança, desde a concepção ao banho de linguagem implicado na fantasia. Começa ai, o respingo dos sintomas na criança (falta de desejo pelas coisas, desânimo, preguiça, insônia, agitação motora e psíquica, marcas e aranhões pelo corpo, etc). A criança não pede para vim para o analista, mais o inconsciente dos pais que insisti em relevar a rede simbiótica do gozo. Ou seja, assim, o papel de sintoma da criança vêm da família (pais, avô, irmão, tio) aqueles que exercer função simbólica para a mesma.

O analista, precisa interrogar e investigar sobre o sintoma da criança e sobre o que ela representa na estrutura familiar. Nessa pegada, remeto a Lacan "o sintoma da criança está na posição de responder ao que há de sintomático na estrutura familiar. O sintoma pode representar a verdade do par familiar." Ou seja, a criança nasce antes da ser concebida, antes de vim ao mundo. E assim, a criança se constitui com seu corpo banhado de idealizações e fantasias, e nessa possibilidade constitui o sintoma do casal parental, o que corresponde a angústia, sofrimento e mal-estar daquilo que não se sabe, onde é possível saber algo.

A psicanalista e pediatra infantil, Françoise Dolto, já enveredava por essa posição da criança com a mentira do adulto. Os pais tem em sua estrutura de discurso o mecanismo de renegação, de esconder, omitir a Verdade. E nessa mentira posta pelo adulto, onde o fantasma e o sofrimento vêm atona, com efeitos iatrogênico no corpo e na mente da criança. É no sintoma, exatamente que essa mentira faz barulho e amontoa a angústia. É o não dito, a mentira, que assume o papel monstruoso do sofrimento. Qual é o lugar, posição, que essa criança ocupa no discurso familiar? Que gozo estar implicado nessa mentira?

Para desenrolar dessa embaralhada rede arquivológica e arqueológica, o analista e o analisando vai conferir e possibilitar recolocar o sujeito em sua posição desejante. A posição diante do Outro, do que ouve, imagina e idealiza, saindo daí sua construção fantasmática. O analisando vai conferir o lugar da enunciação dos pais, o desejo da própria criança, possibilitando encontrar e recolocar diante do seu próprio discurso e desejo.

Rafael Muniz

Psicólogo | Psicanálise

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