Irmãos que não se dão bem na vida adulta

Nem sempre as relações familiares são aquilo que se espera. No lugar do vínculo e da admiração, abre-se espaço para o distanciamento, para uma relação fria e pouco frequente. O que fazer?

28 NOV 2018 · Leitura: min.
Irmãos que não se dão bem na vida adulta

Os conflitos entre irmãos é algo bastante comum, especialmente na infância e na adolescência. São parte integrante do processo de definição da identidade, da imposição de limites e do amadurecimento. No entanto, o que fazer quando esses conflitos persistem na vida adulta? Por que isso geralmente ocorre?

A primeira dúvida a pairar em casos assim é se esses irmãos deveriam forçar a convivência e manter o vínculo, ou simplesmente se afastar. Neste artigo propomos uma reflexão sobre o tema, e sobre os danos psicológicos que uma relação assim pode causar.

A ambivalência de ter irmãos

De acordo com os psicólogos, a relação entre irmãos é permanentemente marcada pela ambivalência na identificação, ora se reconhecendo no modelo que o outro representa, ora rechaçando pelo conflito que o outro provoca. É uma constante aproximação e afastamento.

Com a vida adulta, a tendência ao amadurecimento e à aproximação se reforça na maioria dos casos, até mesmo porque os irmãos começam a compartilhar experiências muito similares: família, filhos, stress no trabalho, etc. Quando isso não acontece, as diferenças de personalidade e a crença de que há um “favorecido” entre eles, seja pelos pais ou pela vida, costumam ser as explicações mais recorrentes para o afastamento.

Independente dos anos de distanciamento, a conexão e o vínculo entre irmãos podem ser restabelecidos, sempre e quando seja algo desejado por ambos os envolvidos. Isso é imperativo para que o processo de reconciliação aconteça, pois passa por entender que o outro não necessariamente precisa se adaptar aos seus defeitos; que a atitude mais válida é uma revisão de quem você é, o que te determinada, para então ajustar e corrigir aqueles comportamentos que não são positivos para a convivência.

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Sem cumplicidade, não há amor

Está claro que vivemos em uma sociedade que valoriza muito a família, colocando-a como um dos pilares do sucesso e da autorealização. Por isso, se deparar com dois irmãos que não se falam ainda continua gerando estranhamento.

Se supõe que pessoas com esse tipo de vínculo, com um vínculo de sangue, devem se amar. Porém, os especialistas ressaltam que a conexão entre duas pessoas, da mesma família ou não, é algo que se constrói, não podendo ser forçada. O vínculo só resiste se está estabelecido sobre as bases da intimidade e da cumplicidade.

Forçar a convivência com um irmão que supõe uma afronta direta a tudo aquilo que você pensa ou acredita pode ser doloroso. Em casos assim, a melhor alternativa é se resguardar. Não se trata de colocar um ponto final em todo e qualquer tipo de convivência, até mesmo porque as pessoas, suas crenças e anseios vão mudando ao longo da vida, mas de se preservar de conflitos inecessários, involucrando a família nessa organização, para que contribuam com a sua parte e evitem encontros forçosos.

Tenho que amar meu irmão?

A sociedade valoriza muito a relação familiar. É comum se deparar com pessoas que consideram estranho que os irmãos apresentem relação conflituosa e não se falam. A construção do vínculo em algum momento se tornou instável e a relação distante. É nesse momento que a cumplicidade e intimidade não encontrada mais no irmão é direcionada para outras pessoas. É comum eleger para este papel primos ou amigos. 

Saber aproveitar as oportunidades

Como o ser humano é bastante a fim de rotinas e, facilmente, cai na inércia, é importante saber compreender quando um conflito entre irmãos é algo que continua latente ou que simplesmente a separação existe por comodidade.

Daí a importância de periodicamente analisar os motivos para o afastamento, e se questionar sobre se eles ainda continuam sendo reais ou importantes para você. É o primeiro passo para assumir sua parcela de responsabilidade na forma como se dá esta relação.

Reconhecer os erros, pedir desculpa, estar disposto a mudar determinadas atitudes, tudo isso faz parte do crescimento pessoal. Não seria diferente em se tratando se uma relação entre irmãos. Respeite-se, mas não tenha medo de mudar, se o que você tem atualmente já não é satisfatório.

Fotos: MundoPsicologos

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Comentários 22
  • Andréia Santana

    sempre priorizei a convivencia familiar,mas hoje aos 44 anos esta insuportavel,nao tenho prazer algum em estar proximas a elas,principalmente de minha mae e irma,vivem me depriciando,me menosprezando e me desrespeitando. cansei,nao consigo mais fingir que tal situação não existe,melhor me afasta.

  • Ravazio Gecilva

    Nos nuca tivemos discussões em casa...e do nada chega uma irmã e fala que não vai com minha cara.

  • Ravazio Gecilva

    Eu tenho dois irmãos, que se eu perguntasse se minha mãe havia comido algo,no dia? Eles já começavam a me agredir psicologicamente com condenações e julgamentos e espalharam para toda a família, a ponto de eu ter que sair de casa, por que não conversavam gritavam e falava coisas, que eu não dizia e eles falavam pra minha mãe que estava falando, como eu não desafiava e discutiam diziam que eu dou cínica, hipócrita e bandido...e daí tive que ficar longe da minha, qye esta com câncer precisa de muito carinho, e eles o tratam em tom alto e desaforado cheguei a gravar...o que fazer...ele bao esta comendo, bebendo água e comigo ela estava se alimentando não como antigamente mas já tinha se erguido um pouco..conversando e agora se entregou de novo e não posso fazer nada para evitar discussões.

  • Eliane Bastos

    E os pais como ficam....depois de dar a vida a um ser humano e depois a outro ,acreditando que quando eles partirem(morrerem)deixarão dois seres humanos amigos,e os anos que se dedicaram ,não dormindo,comprando de comida a roupas e brinquedos, aguentando choro,doenças,pagando colégio etc...etc...E os filhos não tendo respeito ou gratidão nenhuma por tudo isso!!Sem levar em conta a idade dos pais

  • Nuno Goncalves

    Eu nao tou bem sinto me sozinho tenho família so por dizer que tenho família não falo com ninguém da minha família tenho duas irmãs nao falo com a minha irmã mais nova a mais de 3 anos com a minha irmã mais velha falo de longe a longe sinto que a minha irmã mais velha está cada vez mais distante a minha e unica da minha vida é a minha mãe mas está muito doente um dia que deus leve a minha mãe eu não tenho mais ninguém na minha vida

  • Francisca

    Bom dia! Bom Eu Francisca mãe de 4 filhos e hoje agente vive distanciados como que agente não fosse uma família. isso tem me preocupado muito porque antes não era assim, tudo começou depois que o pai faleceu. Porriso eu pesso ajudar em forma de orientação.

  • Anabela Martins

    Preciso um pouco de desabafar sobre este assunto. A minha irma e eu , temos 2 anos de diferenca. Quando eu nasci, minha irma mostrou mais amor por mim do que qualquer outra pessoa na terra. vejo nas fotografias o quanto ela me adorava. eu era a ªbonequinha dela . me acariciava, passava o tempo dando beijinhos , era muito meiga. um tanto sufocante tambem , pois ja nessa altura me lembro, tinha uns 3 anos .que ela dava abracos com os bracinhos apertando muito a volta do meu pescoco, quase ficava sem folego. O tempo foi passando e nos tornamos as melhores amigas. Brincavamos juntas de bonecas, as cozinhas, as professoras , era muito delicioso, a minha irma sempre foi muito organizada e boa aluna e isso me motivava. Estava sempre aprendendo coisas maravilhosas com ela. Mas ao mesmo tempo quando entrei para a mesma escola primaria da minha irma, eu era muito chorona e muito protegida , e nao me sabia defender entao logo no primeiro dia a minha irma deu uma estalada noutra crianca que me roubou o pequeno'almoco . A partir dessa epoca a minha irma se tornou quase um soldado vigiando todos os meus passos. E se por um lado era maravilhoso pois me salvava de muitas. Por outro , os ciumes comecavam a aumentar de parte a parte. Eu tinha ciumes das amigas das escola dela, ela das minhas e por ai fora.... Com a idade entramos no mesmo liceu . Foi o horror. calheu numa turma de meninos mais velhos que tinham ficado no mesmo ano , e batiam'me quando eu passava . chamavam nomes. algumas vezes a minha irma era chamada mas ela nunca aceitou defender'me. Comecei a ficar uma pessoa mais triste. chorava muito sozinha, mas ainda assim a minha irma era o meu ombro amigo . ela nao tinha culpa do que me estava a acontecer. para resumir, todo o meu liceu foi um inferno . ate eu mudar para a o liceu tecnico de artes e design . Quando o meu pai morreu, a minha irma no ano seguinte casou. mudou de casa. a partir dai, ela se comecou a tornar fria e sem sentimentos, quando me via num local publico fingia nao me ver. se me via dizia que tinha pressa. o mesmo com a minha mae, que sofreu muito com isso. Quando a minha mae morreu entramos em discussao porque eu ja morava noutro pais , e ai ela se mostru muito gananciosa quis ficar com todos os livros de meu pai e minha mae, computadores e ate a casa . Fuqei muito desapontada . Nao veio ao meu casamento apesar de ter sido convidada, e nunca me veio visistar. tornou'se uma pessoa fria e sem sentimentos . e sempre que falamos raramente ela chama'me nomes , pois trabalho como professora , ou diz coisas piores.continuo a vista'la mas raramente, e prefiro assim . entendi finalmente que e alguem que eu nao conhecia , e egoista, so pensa nela , e nao mostra qualquer tipo de laco com a familia. decidi cortar as relacoes . vou continuar a visita'los ...mas prefiro assim. manter distancia-sera que faco bem?

  • Maria Clara Barbosa da Silva

    Eu vim através dessa mensagem por que meu irmão veve me chingando eu tento ser uma irmã boa mais ele não sabe o tanto de amor que eu sinto por ele ele só gosta da minha irmã mais nova por favor me ajuda eu peço tanto a deus para deus me ajudar

  • Valquiria dos santos dias

    Preciso de alguém para conversar

  • Luana Pereira

    Boa tarde, Tenho três filhos entre as idades de 20 e 17 anos. Dois deles não se suportam e criam um péssimo ambiente em casa, o que posso fazer? Obrigada Luana Pereira


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