Crenças familiares
Segundo Lara (2012), o núcleo mais importante na formação daquilo que somos é nossa família, em todos os sentidos.
Segundo Lara (2012), o núcleo mais importante na formação daquilo que somos é nossa família, em todos os sentidos. Aquilo que vivemos, ouvimos e vimos durante os primeiros anos de nossa infância formam a base da nossa autoconfiança ou insegurança, da nossa maneira de ver o mundo e interagir com ele, das nossas escolhas futuras: de parceiros, amigos, profissão, etc., podendo nos conduzir inconscientemente ao sucesso ou ao fracasso nas nossas ações.
Vou contar uma historinha que ilustra bem o que são as crenças, como são passadas e como influenciam a nossa maneira de viver.
Conta-se que um jovem, recém-casado, ficou curioso, ao perceber a forma com que sua esposa preparava peixe para fritar: cortava a cabeça e o rabo, até quase o meio do peixe. Perguntou-lhe o por quê daquilo, ela respondeu:
"Mamãe sempre fez assim e eu aprendi com ela, naturalmente, deve ser a melhor maneira."
E, assim, sempre que a esposa ia fritar peixe, procedia daquela forma. Num dia de domingo, estando eles na casa da mãe dela, ele observou a sogra preparando peixes para fritar. Viu que ela não cortava tanto como a sua esposa... que dissera ter aprendido com ela e, imediatamente, questionou-a quanto a sua forma de fazer o peixe. A sogra riu e lhe respondeu:
"Meu filho, eu sempre cortava o peixe daquela maneira porque naquela época, minha frigideira era pequena ... só isso!"
Este é um exemplo de uma crença que, provavelmente, não trará problemas para o casal. Mas existem crenças que podem nos paralisar, podem nos prender a algo que não está mais nos fazendo bem. De acordo com Seixas (2008, p. 26), "os valores e crenças transmitidos pelas famílias de origem tanto podem nortear com clareza nossas vidas, quanto impedir o desenvolvimento de relações familiares atuais saudáveis. Se os modelos transmitidos forem de dominação, abandono, injustiça ou desrespeito, dificultarão a individuação e a vida das pessoas envolvidas. Não só os valores são transmitidos de uma geração a outra, mas seus malefícios e benefícios também".
Para Dilts, Hallbom e Smith (1993), as crenças podem ser como "terroristas internos" que sabotam nossos melhores esforços. Pensando desta forma, precisamos conhecer nossas crenças a atualizá-las. Identificar a herança emocional que recebemos de nossos pais e das gerações anteriores e questioná-las, verificar se ainda são úteis e se essa é a herança que queremos transmitir as gerações futuras.
Foto: por RebeccaVC1 (Flickr)
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