Mãe também é uma profissional

Desde a década de 60, o papel da mulher no mercado de trabalho vem sofrendo mudanças. E a busca pela igualdade em relação aos homens num entorno competitivo vem atrasando a maternidade.

15 SET 2015 · Leitura: min.
Mãe também é uma profissional

A condição da mulher no mercado de trabalho a partir da década de 60 teve uma virada, pois lidar com as mudanças constantes no cenário organizacional e as diversidades em casa diante do que gosta de fazer e o que realmente consegue, tornou-se um conflito constante.

Invariavelmente a busca por equivalência de carreira com os homens no mercado competitivo e exigente fez com que as mulheres prorrogassem seus sonhos de maternidade e constituição de família com relacionamento duradouro.

Em grande maioria, o medo de não dar conta ou de frustrar uma realização profissional, torna as mulheres verdadeiras combatentes incansáveis na tentativa de ser a Super Mulher, aquela que consegue tudo e com um belo sorriso no rosto e uma aparência impecável.

Dentro dessa prisão que as próprias mulheres criaram, vivem pessoas em conflitos constantes com seus medos, vontades, fantasias e duras realidades. Abandonar tudo de que conquistou para se tornar uma "boa mãe", ou "boa esposa", ou ainda desistir da fantasia da "família perfeita", e viver a "dureza" de ser apenas um ser humano que as vezes só precisa de um abraço e alguns minutos sem o telefone tocar, alguém chamar ou querer uma decisão rápida sobre algo.

Ser flexível é requisito fundamental para as mulheres que querem ser boas mães e ótimas profissionais, sim ser flexível com você mesma, permitir-se descansar, não querer, não gostar, simplesmente não opinar, apenas contemplar sem cobranças.

Contemple seus momentos, observe o que come, o que gasta, com quem você faz as coisas que mais gosta e quem você mais admira. Basta algumas reflexões para começar a sessão de "mea culpa", não deveria ter feito... deveria ter feito... Abandone os rótulos, as postagens positivas, as fotos que não tem historia... apenas flexibilize a sua vida, seja boa com você mesma, experimente pelo menos por algumas semanas, fazer apenas aquilo que acredita que é o correto, mesmo que isso implique em dizer, "Não", não quero ir...não quero isso agora... e talvez e só talvez esse Não será apenas um exercício para um salto ainda maior, aprender a respeitar o seu tempo, suas prioridades e principalmente os resultados que tanto almeja e não tem atingido nos últimos tempos.

Percebe-se que com o nascimento do primeiro filho, se inicia um renascer para a mulher, ou seja, uma reorganização em todos os setores da sua vida. Algumas mulheres optam por continuar com trabalhos formais; outras optam por trabalhos informais para adequar seus horários e ajustar um tempo maior para os filhos e ainda há quem literalmente "para" sua vida profissional para viver o momento "mãe", pois consideram que Filhos x trabalho são incompatíveis.

Pois, partindo do principio de que você fez o que desejava fazer, filhos e trabalho são compatíveis e várias pesquisas realizadas com crianças de mães que trabalham e as que ficam em casa, os dados indicam que desde que a figura materna e paterna seja presente e marcante na vida da criança não existem grandes perdas ou problemas. Entenda-se que presença Materna e Paterna, não necessariamente estamos falando da família (Papai+Mamãe), mas sim da presença das figuras que trazem as permissões, as regras, o Não e os porquês e isso diga-se de passagem pode ser feito por qualquer cuidador que Ame e respeite a Criança.

Vale lembrar, que a mulher que trabalha fora tende a sentir-se um tanto culpada por não estar o tempo todo em casa e quase como uma obrigação tende a ceder aos caprichos e manhas que todas as crianças farão. Impor limites ao filho ou querer um tempo só pra você, "sem filho", também faz parte de uma relação saudável e não causará nenhum mal a criança e muito menos à você. O que vale para as crianças é o que fazemos de fato, se dedicamos poucas ou muitas horas, se for sem qualidade, animação, aprendizado, de nada valeu.

Conheço casos em que a mãe fica o dia inteiro em casa e falha na criação de seus filhos, pois é capaz de passar o dia inteiro num canto da casa e a criança no outro. O que vale mesmo é a qualidade do que se vive junto, seja um dia inteiro ou meia hora. Não se culpe por não dedicar mais tempo aos seus filhos ou família, pois se você conseguir dar qualidade, a quantidade é o que menos afeta sua relação.

Aqui vão algumas dicas do que pode ser um sinal de que a falta da qualidade da presença pode fazer com seus filhos:

  • Sinais que a criança costuma apresentar quando não está bem ou até mesmo sentindo-se sozinha: Alteração do sono; Alimentar-se mal; Falta de concentração e Ansiedade (querer que as coisas sejam agora).
  • Ser mãe independe de ter concluído o ensino médio, ser graduada e pós-graduada, solteira, casada, viúva ou divorciada. Querer e gostar de ser dona de casa e ter disponibilidade para se dedicar em tempo integral, não torna você a melhor pessoa do mundo para administrar sua vida. Não esqueça de que você é um ser humano que precisa de outras formas de realização, você tem aspirações profissionais; ideias, desejos, habilidades.
  • Ser uma pessoa afetiva e equilibrada emocionalmente também contribui para ser uma ótima pessoa e se tornar uma excelente profissional.

Então, lembre-se que cuidar do seu bem-estar e da sua família deve ser um hábito prazeroso e não uma obrigação, equilibrar sua jornada de trabalho com a jornada familiar é algo que pode ser feito com muito prazer e organização, desde que você mantenha um diálogo verdadeiro com aqueles que você ama e principalmente com você mesma para que o Sonho de ser mãe não se torne um pesadelo.

Uma boa dica de sucesso é pensar que Mãe é uma profissão que exige aperfeiçoamento e autoconhecimento, cada vez que consegue se sair bem como mãe é um plus para sua carreira no mercado de trabalho. Sempre lembrando que tudo que semear na infância de seus filhos e início de relacionamentos lhe renderá grata colheita na maturidade e como vivo repetindo: ações positivas quando mantidas são ações de sucesso!

Foto: por GabrielaP93 (Flickr)

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Escrito por

Kelly de Moraes

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Comentários 1
  • Cintia Spezia

    Vindo de você já sabia que teria uma ótima leitura. A decisão de ser mãe me martelou por muito tempo justamente pelo medo de não dar conta de tudo e cumprir todos os papéis exigidos por uma mulher. Faltou auto conhecimento e flexibilidade ao ponto de eu somatizar dores por esse desequilíbrio emocional. Hoje com muitos paradigmas resolvidos já consigo lidar com tudo isso com muito mais leveza, mas ainda há caminho pela frente. Parabéns pelo excelente texto, compartilhe sempre no face para que eu localize e faça boas leituras ;) Beijos

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