Como falar de sexo com as crianças

Falar de sexo com uma criança nem sempre é uma tarefa fácil. É importante saber o que dizer e quando dizer. Neste artigo compartilhamos algumas dicas para simplificar este desafio.

14 AGO 2018 · Leitura: min.
Como falar de sexo com as crianças

A infância é uma etapa da vida repleta de descobertas e desafios, e não seria diferente para os pais e responsáveis. Um deles: falar de sexo com as crianças. Os especialistas advertem: fazê-lo é fundamental para que elas tenham uma vida sexual saudável no futuro.

Mas qual é o momento certo para falar de sexo com as crianças? Como decidir que tipo de informação repassar a esse menino ou menina, de acordo com a etapa do desenvolvimento em que se encontra? Confira algumas dicas a seguir.

Para começar, o poder do diálogo

Muitos pais se bloqueiam na hora de falar de sexo com os filhos porque acreditam estar abrindo sua própria intimidade. Se sentem incômodos e com vergonha, receosos pelas perguntas que podem chegar a escutar. Há ainda a preocupação de que falar de sexo acabe por estimular um início da vida sexual precoce, algo que os especialistas em psicologia infantil rechaçam.

A melhor forma de educar sexualmente uma criança é através da intimidade afetiva. Conversar muito e sem censura, falar e saber escutar, evitar assumir uma postura "escandalizada", porque pode inibir a criança e até virar um tabu.

Com tantos estímulos na sociedade atual, é difícil negar que há uma tendência à hipersexualidade. As crianças desta geração são mais sexualmente avançadas que as da geração anterior, e o papel de educá-las sexualmente não deve recair na escola, internet ou amiguinhos; é responsabilidade dos pais. Não espere a adolescência chegar para criar o hábito.

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Recomendações por idade

Está claro que não há um manual para os pais que desejam falar sobre sexo com seus filhos, que muito vai depender da própria personalidade e nível de maturidade da criança. Entretanto, compartilhamos alguns conselhos gerais:

  • 2 a 4 anos: fase em que a criança tem curiosidade pelo seu corpo e pelo das demais crianças. É importante tratar a anatomia de forma natural, até mesmo porque começam a aprender sobre o tema na escolinha. Os pais precisam ser capazes de expressar termos como pênis e vagina com naturalidade, para normalizar o diálogo. Também é importante diferenciar as diferentes partes do corpo; por exemplo: todos podem tocar o braço, mas nem todos podem tocar a vagina.
  • 4 a 6 anos: nessa etapa começam a ser definidas as questões de gênero. Por isso, é fundamental evitar os estereótipos, em ações e comentários. É importante que a criança explore e se sinta livre para brincar com todo tipo de brinquedos, independente de ser feminino ou masculino. É quando criará as bases da sua identidade.
  • 6 a 8 anos: as descobertas da etapa anterior começam a se consolidar e a criança continua definindo sua orientação sexual. Surgem muitas perguntas sobre comportamentos e atitudes "femininas" ou "masculinas", dúvidas sobre não encaixar no padrão, etc. É momento de falar da importância de preservar sua intimidade. Vale lembrar que a liberdade que essa criança encontra para ser quem deseja ser, com naturalidade, é o que permitirá viver uma puberdade sem grandes traumas.
  • 9 a 12 anos: costuma coincidir com a fase das primeiras paixões e encantamentos. É importante entender que o funcionamento físico e químico do cérebro nessa fase ainda está em pleno desenvolvimento, porém com um grau menor de maturidade e com uma maior curiosidade e observação sobre o próprio corpo e as trocas afetivas. A compreensão é muito importante para lidar com as emoções envolvidas, com as mudanças hormonais e com as dúvidas sobre o corpo e todas as mudanças que está experimentando ou irá experimentar.
  • a partir dos 12 anos: nessa fase a comunicação entre pais e filhos precisa ser muito clara, aberta e dinâmica. É importante falar de coisas básicas e necessárias como reprodução, métodos anticonceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, não ceder a pressões externas, além de todos os aspectos emocionais ligados ao sexo e ao relacionamento. Tudo isso antes de acontecer na prática, exatamente para preparar essa criança/adolescente para tomar a decisão mais acertada quando decidir se relacionar.

Independente da idade, os psicólogos orientam a:

  • respeitar o tempo da criança
  • ouvir a criança sem julgamentos
  • respeitar as opiniões da criança
  • não obrigá-los a falar se não querem
  • não fugir do assunto
  • deixar de lado seus próprios tabus

Fotos: MundoPsicologos.com

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Comentários 2
  • Rosângela Guterres

    Minha filha tem 12 anos ,como falar de sexo?por onde começa?fala do ato mesmo?

  • Tatiane Pereira de Souza

    Minha filha tem 11 anos e nao sei por onde começar por favor me ajudem

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