Ansiedade: o mal do século?

Em resumo, a ansiedade é uma condição clínica comum e que pode ser tratada com sucesso, desde que seja identificada precocemente e abordada de forma adequada.

20 ABR 2023 · Leitura: min.
Ansiedade: o mal do século?

Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no número de pessoas que sofrem de ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ansiedade é uma das doenças mais prevalentes no mundo, afetando cerca de 264 milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que mais de 18 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno de ansiedade, o que corresponde a aproximadamente 9% da população.

Mas o que é ansiedade? A ansiedade é uma resposta natural do organismo a situações de perigo ou ameaça, que tem como objetivo preparar o corpo para uma possível fuga ou luta. No entanto, quando essa resposta se torna exagerada e persistente, mesmo em situações que não representam perigo real, pode se tornar um transtorno de ansiedade.

Os transtornos de ansiedade englobam diferentes condições clínicas, como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, entre outros. Eles se caracterizam pela presença de sintomas como medo intenso, preocupação excessiva, taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular, entre outros.

Existem diversas causas que podem levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, como predisposição genética, eventos traumáticos, estresse psicológico, entre outros. Além disso, o estilo de vida moderno, marcado pela competitividade, excesso de informação, pressão social e tecnologia, também tem sido apontado como um fator que contribui para o aumento da ansiedade.

De fato, a ansiedade tem sido chamada de "mal do século", pois está cada vez mais presente na vida das pessoas, especialmente nas grandes cidades. A vida seguida, o excesso de trabalho, o trânsito intenso, a violência urbana e outros fatores acabam gerando uma sensação de angústia e estresse que podem ocorrer ou agravar os transtornos de ansiedade.

No entanto, é importante ressaltar que a ansiedade não é uma condição inevitável da vida moderna. Existem diversas estratégias que podem ajudar a prevenir e tratar a ansiedade, como a prática regular de exercícios físicos, a meditação, o sono adequado, a alimentação saudável e a terapia psicológica.

A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, é uma abordagem terapêutica eficaz no tratamento dos transtornos de ansiedade. Ela se baseia na ideia de que os pensamentos negativos e as crenças disfuncionais podem levar a emoções e comportamentos disfuncionais. Assim, o objetivo da terapia é ajudar o paciente a identificar e modificar seus padrões de pensamento e comportamento disfuncionais, para que possa enfrentar as situações que geram ansiedade de forma mais adaptativa.

Além da terapia, existem também medicamentos que podem ser prescritos para o tratamento da ansiedade, como os ansiolíticos e os antidepressivos. No entanto, é importante ressaltar que os medicamentos não devem ser usados como única forma de tratamento e devem ser prescritos e monitorados por um profissional de saúde capacitado, como um psiquiatra ou um médico de família com experiência em saúde mental. O uso de medicamentos deve ser sempre combinado com outras formas de tratamento, como a terapia psicológica, para garantir uma abordagem mais abrangente e eficaz.

Em resumo, a ansiedade é uma condição clínica comum e que pode ser tratada com sucesso, desde que seja identificada precocemente e abordada de forma adequada. Embora o estilo de vida moderno possa contribuir para o aumento da ansiedade, é possível adotar medidas para prevenir e tratá-la, como a prática de hábitos saudáveis e a busca por ajuda profissional quando necessário.

Referências:

  • Associação Americana de Psiquiatria. (2013). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5ª ed.).
  • Organização Mundial de Saúde. (2017). Depressão e outros transtornos mentais comuns: estimativas globais de saúde. 
  • Brasil, Ministério da Saúde. (2018). Transtornos de Ansiedade.

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Escrito por

Caroline Paula da Silva

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