A provocação e o Facebook

Este artigo é uma resposta a um recente questionamento sobre o Facebook e o momento narcisista da pós-modernidade, uma reflexão sobre a psicologia das massas.

6 MAI 2015 · Leitura: min.
A provocação e o Facebook

Discordo dos que dizem que o Facebook é uma vitrine de exposição meramente narcisista do mundo globalizado, claro que há uma parte que o utiliza como "fakebook", mas é uma excelente ferramenta de união pelas verdades intrínsecas no indivíduo e nos grupos.

Casos de denúncias esclarecidas, achados e perdidos, proteção dos mais frágeis, verdades escondidas que vêm à tona, nem sempre bem-vindas, mas é natural do homem a preferência por uma mentira cômoda a uma verdade transformadora.

O Facebook não é para os fracos, ele é deliciosamente provocador, é Nelson Rodrigues na veia, é uma investida psicológica, um hospital psiquiátrico, revela nossas mais profundas fragilidades.

Mas se o homem é tão afeito à comodidade, porque tantas pessoas estão na rede? Aí vem o meu lado otimista (pasmem!): o homem realmente está em transformação, ele deseja ser forte, ele quer enfrentar a mudança, os seus segredos e desejos, sejam as consequências quais forem.

Portanto você que enfrenta o Facebook, que procura um psicólogo, um analista, que questiona as comodidades-nossas-de-cada-dia (trabalho-relacionamento-família-casa-etc), você não é frágil, não está "fora da ordem", você é um guerreiro atrás do seu bem mais valioso: a sua verdade!

O Facebook é a prova que o ser humano quer mais, é um ser desejante, as vozes ululantes perduram numa insaciável busca de respostas individuais a perguntas coletivas, e isso é ótimo, porque mostra que a dúvida permeia as certezas não tão certas assim.

E nesse fervilhar de "posts", compartilhamentos e curtidas vão surgindo novas dúvidas sobre nós mesmos torna-se um processo de digestão do que somos ou tentamos mostrar que somos para nos transformar constantemente, a partir de nossas interações com o outro é que temos a oportunidade de nos refazer a cada dia, sem certezas ou verdades absolutas, num movimento é constante e saudável de trocas.

Acredito que essa geração hi-tech está mais preparada para se transformar com mais facilidade, pela flexibilidade de ideias e aceitação do caos e não fixação na ordem estabelecida.

Foto: por chriscorneschi (Flickr)

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Escrito por

Giseli Nunes Pereira

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