Como entender meus sentimentos e ações rudes?

Feita por >AGP2024 · 30 nov -1 Depressão

Olá, estou em um namoro há 2 anos e 8 meses a distância. Eu e meu namorado nos conhecemos na cidade que eu moro, ele também morava aqui, mas com 5 meses de namoro ele teve que voltar para a sua cidade natal. A princípio ele voltou para terminar sua faculdade, e nos comprometemos a tentar nos ver ao menos 1 vez por mês, afinal estamos há 800km de distância. Nosso esquema de nos ver 1x por mês deu certo, e fomos nos esforçando. Ele fez apenas 1 semestre da faculdade, e trancou novamente. Segundo ele não estava conseguindo conciliar a faculdade noturna com o serviço diário. Ele voltou pra cidade natal dele e mora com os pais e um irmão deficiente, e trabalha com o pai. Continuamos nossa rotina de namoro a distância, nos esforçando. Mas quando ele trancou a faculdade eu já fiquei um pouco decepcionada, mas tentei entender. Isso me decepcionou por que eu sou formada, tenho mestrado, sou servidora pública, e o fato dele não finalizar a faculdade me incomodou. Mas nossa vida seguiu. Outra situação que começou a me incomodar no nosso namoro foi o fato dele sempre estar com problemas financeiros, sempre reclamando que estava sem dinheiro. Nunca fazíamos nada diferente porque não tinha dinheiro. E ai comecei a me incomodar de toda vez que eu ia pra casa dele, tinha a família dele, uma mãe bagunceira e desorganizada, o irmão deficiente que fica gritando o tempo todo. Um verdadeiro caos. E eu comecei a ficar chateada porque ele sempre arrumada uma desculpa (principalmente financeira) quando eu falava que ele precisava ir conhecer minha família. Minha família mora em outro estado, eu moro sozinha aqui. E ele foi conhecer minha família depois de 1 ano e 4 meses de namoro. Um pouco antes desse encontro havíamos combinado que ele iria passar o ano novo com a minha família, e nas vésperas ele disse que não poderia ir porque estava sem dinheiro. Ele não ter ido conhecer minha família foi uma decepção grande, lembro que chorei muito, sozinha, no quarto, e não falei essa frustação pra ninguém, por vergonha. A partir desse dia senti que aquela empolgação do namoro começou a se perder, comecei a ficar mais em silêncio com ele, e outras situações que envolviam dinheiro começaram a aumentar essa frustação. Eu pensava "será que eu mereço isso? Um namorado que nunca tem dinheiro, mas que não faz grandes coisas pra tentar mudar essa situação". Comecei a perceber que ele tem uma dependência emocional da família, está acomodado na vida nos pais, não tem perspectivas de prosperar. Isso começou a cada dia mais me frustrar internamente, e mais uma vez fui guardando, e tinha vergonha de compartilhar isso com amigos próximos e até mesmo com minha família. Só que ai eu passei de uma pessoa dócil, atenciosa e prestativa para uma pessoa mais fria, grossa, chata. Ele começou a perceber isso, e quando ele questionava por muitas vezes eu estourava e falava que ele tinha que melhorar de vida, sair da casa dos pais, buscar viver a vida dele. Vale ressaltar aqui que ele é uma pessoa maravilhosa, de bom coração, super carinhoso e atencioso comigo, está sempre me elogiando e me colocando pra cima, e insiste em mim mesmo quando eu sou grossa e chata com ele. Isso pesa muito pra mim. Mesmo diante dessas minhas posturas horrorosas de grosseria, ele sempre foi muito calmo e querido comigo. Em novembro do ano passado eu acumulei essas frustações, que reconheço que grande parte veio por conta de uma expectativa que eu criei em cima dele, eu terminei com ele. Terminamos por mensagem. Eu já estava monossilábica, grossa e com pouca paciência com ele. Apesar de ter sofrido a cada frustração que era em cima das minhas expectativas, eu sofri ao finalizar a relação. Fiquei com o coração apertado, ele sofreu muito, veio atras de mim, conversamos e ele disse que mudaria, que tentaria vir pra cá, e resolvemos dar uma nova chance. Realmente no início ele tentou algumas mudanças, fez alguns contatos pra tentar emprego, mandou currículo. Mas se o mercado de trabalho já está ruim pra quem tem diploma, imagina pra quem só tem o ensino médio? Ele tentou fazer um concurso aqui, não passou. Só que eu percebo que desde que desde o episódio de término e a reconciliação eu não sou mais a mesma com ele, aliás, eu já não era a mesma há um tempo né. Mas percebi que quando passamos mais tempo sem nos ver ao nos encontrar eu fico extremamente grosseira e faço pouco caso, mas ai conforme os dias vão passando eu vou ficando mais amorosa. Outra coisa que tem me deixado frustrada é que no círculo de amigos, alguns estão de casamento marcado, outros estão já estão morando juntos, e eu não saio do lugar no meu relacionamento. Não temos uma data de quando essa distância irá acabar. Não estou vendo um futuro promissor, mas ao mesmo tempo não consigo colocar um fim. No fundo eu gosto muito dele, e também não quero magoar mais ele. Ele gosta muito de mim. Mas está estranho. Eu estou confusa com o que eu quero, com o que eu sinto, com o que espero dele, com minhas expectativas e idealizações. Eu me acostumei a fazer tudo sozinha, sem ele. Eu viajo sozinha, eu desenrolo minha vida sozinha, eu saio sozinha. E eu percebi que não preciso dele pra absolutamente nada, mas algo ainda me prende a ele. Talvez a esperança de que as coisas mudem, porque eu sei que homens com o caráter dele não se tem de bandeja por aí. Um fato recente aconteceu que me deixou super abalada e reflexiva. Fazia dois meses que não nos víamos, nesse meio tempo eu tive férias e viajei com uma amiga. Depois que voltei das férias eu estava seca com ele, poucas conversas, respondia o mais simples possível, não sei o pq. Ele veio me ver, eu fiz pouco caso, no primeiro dia eu dormia pra não ter que fazer sexo. Saímos com um grupo de amigos meu, e eu tratei ele mal na frente deles, fui grossa, isso depois de uma situação em que fomos num barzinho e ao pagar a conta, ele não comeu nada pq disse q não estava com fome, e ele fez uma cena ao pagar, fazendo um calculo só do que ele consumiu. Isso de fato não foi o problema, pq eu faria o mesmo, mas eu acho que eu já ando tão frustrada com a situação financeira dele que isso foi a gota d'agua. Depois desse episódio fui super grossa e arrogante com ele, não quis ficar perto, ele tentava aproximação, fazer carinho e eu esquivava. No final da noite eu gritei com ele e ele ficou mega chateado (com razão) e disse que queria ir embora, voltar pra casa dele. Ao chegarmos na minha casa eu gritei novamente com ele e falei que não queria que ele dormisse na minha cama, ele dormiu na sala. Eu fui arrogante, maldosa, e me arrependi profundamente do que fiz. Talvez o álcool tenha contribuído pra chegar a esse ponto. Mas no dia seguinte a primeira coisa que fiz foi ir até ele pedir desculpas. Ele passou o dia sem falar comigo, aquele clima de velório, foi horrivel, eu me senti muito mal por ter feito aquilo e causado essa dor nele. Depois, no tempo dele, conversamos. Ele falou que ficou muito decepcionado, que não é a primeira vez que grito com ele, que excluo ele, que fujo dos carinhos dele, que trato ele mal. Ele disse que isso já aconteceu pelo menos umas 3 ou 4 vezes, mas que essa foi mais intensa. E inclusive ele fez uma observação que fiquei reflexiva, ele disse que estou parecendo minha mãe. Minha mãe vive discutindo com meu pai, e as vezes ela briga com ele na frente dos outros. E em uma das poucas vezes que meu namorado foi comigo pra casa da minha família, ele presenciou uma situação que minha mãe gritou com meu pai na frente de outras pessoas, ele me comparou a ela. Fiquei reflexiva, mas também comecei a pensar que meu namorado tem várias atitudes que lembram meu pai, por exemplo o apego emocional da família dele. Meu pai deixava de fazer coisas com minha mãe, eu e meu irmão pra ficar com a mãe dele, que era uma aproveitadora. Enfim, voltando ao meu namoro. Tivemos essa conversa pós eu brigar com ele, pq ele mesmo eu fazendo essa humilhação com ele, ele não se alterou, não gritou comigo, não me tratou mal, ele simplesmente se calou e ficou na dele. Depois que conversamos eu fiquei com uma sensação de alívio, e ao mesmo tempo fiquei com medo de perder ele. E ai que eu fico mais confusa: o que eu realmente quero nessa relação? O que fazer pra voltar a ter o mesmo sentimento do início? O que eu preciso fazer pra não cometer esse erro novamente, de gritar, excluir, ser grossa? Que sentimentos estão ocultos dentro de mim, que me fazem ter essa postura? Eu estou perdida do que sinto.

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