Transtorno alimentar afeta 12% dos adolescentes

Cerca de 12% dos adolescentes apresentam comportamentos de risco para transtornos alimentares. A conclusão é de estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, que estrevistou 1.167 adole

9 ABR 2013 · Leitura: min.
Transtorno alimentar afeta 12% dos adolescentes

A perda de peso inadequada e os comportamentos que culminam em transtornos alimentares fazem parte da realidade de um número cada vez mais significativo de adolescentes brasileiros. De acordo com estudo divulgado recentemente pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), 12,2% dos adolescentes apresentam comportamentos de risco para esse tipo de transtorno.

Foram avaliados 1.167 adolescentes e, desse total, quase 32% mantém algum tipo de prática não saudável para controlar o peso. O estudo foi coordenado pela nutricionista Greisse Vieiro da Silva Leal, que entrevistou estudantes do ensino médio, com idades entre 14 e 19 anos. Dos adolescentes que apresentaram comportamento de risco para transtornos alimentares, 72,5% são do sexo feminino. Os hábitos de risco identificados foram:

  • compulsão alimentar (10,3%)
  • prática de dieta restritiva (8,7%)
  • uso de diuréticos para emagrecer (1,4%)
  • uso de laxantes para emagrecer (0,3%)
  • vômito autoinduzido para emagrecer (0,3%)

Dos jovens que apresentavam alguma prática não saudável para controle do peso, 66,8% são do sexo feminino. Normalmente, as práticas são comer muito pouca comida com o objetivo de perder peso (20,4%), omitir refeições ao longo do dia para perder peso (20,6%), assumir o hábito de usar substitutos de refeições ou relacionados para emagrecer (7,4%), além de usar remédios para emagrecer (2,1%) e fumar mais cigarros com o objetivo de emagrecer (1,6%).

Ainda de acordo com a pesquisa, as práticas de dieta restritiva aumentam a chance de apresentar comportamentos de risco para transtornos alimentares:

  • 17 vezes mais risco no sexo masculino
  • quase 13 vezes mais risco no sexo feminino

Os jovens foram selecionados através de sorteio e, para a coleta de dados, utilizou-se um questionário de atitudes alimentares de adolescentes (QAAA), adaptado com questões sobre comportamentos de risco para transtornos alimentares.

A coordenação do estudo ressalta que a leitura de revistas sobre dietas para emagrecer quase triplicou a chance de uma adolescente adotar práticas não saudáveis para controlar o seu peso. Isso porque esse tipo de publicação apresenta corpos muito magros como ideais de beleza e contribui para alimentar um clima de insatisfação com o próprio corpo.

No caso dos adolescentes do sexo masculino, o estímulo materno para a realização de uma dieta foi o que mais influenciou as práticas não saudáveis para controle de peso. Soma-se a esse fator o papel da mídia (televisão, artistas e modelos) no aumento do desejo de mudar a aparência corporal.

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