Tratar depressão e ansiedade dá retorno financeiro
As estatísticas indicam o crescimento massivo dos chamados "transtornos mentais comuns" em todo o mundo.
As estatísticas indicam o crescimento massivo dos chamados "transtornos mentais comuns" em todo o mundo. Cerca de 10% da população sofre deste tipo de problema e os sistemas de saúde precisam estar preparados para dar uma resposta.
Atualmente, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), para enfrentar adequadamente os quadros de depressão e ansiedade, deveriam ser gastos, a nível global, US$ 1,5 trilhão. A boa notícia é o inquestionável retorno. Para cada dólar investido, receber-se-ia o triplo, graças à melhora e aumento da capacidade de trabalho dos pacientes.
Esta é a conclusão do mais recente estudo da OMS sobre o tema, publicado na semana passada na revista científica The Lancet Psychiatry. Pela primeira vez, fica demonstrado que os benefícios do tratamento dos transtornos mentais mais comuns ultrapassam o bem-estar e saúde dos pacientes, sendo comprovadamente econômicos. Para a OMS, é o argumento decisivo de que vale a pena investir e ampliar os serviços de saúde mental em todos os países.
"Sabemos que o tratamento da depressão e da ansiedade são pertinentes para a saúde e o bem-estar, mas este novo estudo confirma que tem uma importância econômica também", ressalta a diretora geral da entidade, Margaret Chan.
Para ela, o desafio agora é encontrar formas de garantir o acesso a tais serviços a qualquer pessoa, independente da idade e de onde viva.
Ansiedade e depressão em números
Em menos de 25 anos, o número de pessoas com sintomas de ansiedade e/ou depressão aumentou 50%. A OMS contabiliza mais de 615 milhões de pessoas com o transtorno, o que significa 10% da população mundial e corresponde a 30% de todas as doenças não fatais.
Segundo a organização, o panorama de emergências humanitárias e conflitos coloca ainda mais peso na necessidade de ampliar a abrangência das políticas de tratamento, já que ao menos 1 de cada 5 pessoas atendidas nessas situações tem sintomas de depressão e/ou ansiedade.
Retorno supera gastos
O estudo da Organização Mundial da Saúde se propôs a calcular o custo do tratamento da ansiedade e depressão em 36 países (de baixa, média e alta renda) para os próximos 15 anos (2016-2030), traçando também o retorno das ações de apoio psicossocial e prescrição de medicamentos antidepressivos.
Segundo a OMS, prover os serviços de saúde mental custaria US$ 147 bilhões. O investimento, entretanto, desencadearia uma melhora de 5% na produtividade e participação no mercado de trabalho, com valor estimado de US$ 399 bilhões.
A organização aproveita o momento para destacar que o atual investimento em saúde mental é insuficiente, representado aproximadamente 1% do pressuposto em países de baixa renda e não mais de 5% nos países de alta renda.
Quer ler a íntegra da publicação científica da OMS? Clique aqui.
Foto: por bandita (Flickr)
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