Suicídio: é preciso falar para mudar

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. Primeiro passo para prevenção é falar sobre o tema

26 ABR 2019 · Leitura: min.
Suicídio: é preciso falar para mudar

Suicídio é uma epidemia silenciosa. É um tabu. E quando falado é muito mal compreendido. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima-se que mais de 804 mil pessoas tenham se suicidado no mundo no ano de 2012.

Estamos falando de 1 caso a cada 40 segundos. O suicídio é um assunto bastante complexo e de difícil explicação já que envolve vários fatores, como: os pessoais, os sociais, os culturais, psicológicos, biológicos, ambientais e quiçá espirituais.

A própria OMS considera o tema como caso de saúde pública. É de comum acordo entre os profissionais da área da saúde, que tratam e se debruçam nesse tema, que a dor de viver é o que leva uma pessoa a cometer suicídio.  E sem sombra de dúvida a Depressão é a principal causa do suicídio. O suicídio é democrático: qualquer um pode ser atingido: ricos ou pobres.

Número cresce entre mais jovens

Aqui convém chamar a atenção para a crescente mortes que vem ocorrendo entre os jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Outra questão importante é que para cada suicídio, há em torno de 6 pessoas que são diretamente impactadas e sofrem prejuízos emocionais e financeiros quando uma tragédia dessa vem acontecer.

E por último, mas sem dúvida o mais importante é que de 10 casos 9 poderiam ter sido evitados, caso os familiares, amigos, colegas, soubessem identificar os sinais que essas pessoas dão como forma de pedido de ajuda.

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Nesse artigo, não vou me deter nas questões existenciais que estão ligados ao aumento de casos que vem atingido muitos adolescentes na fase da vida que deveria ser a de mais alegria, exuberância, criatividade e disposição. Meu principal objetivo é de chamar a atenção para os sinais e para a prevenção efetiva na prática.

Sinais de depressão, desesperança, desamparo e desespero estão presentes. Frases como: “eu não sirvo para nada", "eu tenho vontade de sumir", "minha vida não tem mais sentido" ou frases de ameaças são sinais clássicos de alguém que pode vir a cometer o suicídio.  Outros dados como histórico familiar de suicídio, alteração brusca no comportamento, problemas com álcool e drogas em geral, são também indicativos de que existe uma propensão a essa ocorrência.

Estar atento aos sinais e escuta mais empática ajudam na prevenção

Estar atento a esses sinais mais clássicos podem nos ajudar a salvar vidas. Para isso precisamos estar presentes, tendo uma escuta mais empática e menos julgadora e, acima de tudo, acolher ao próximo com sentimento de fraternidade e se possível, amor  

Há momentos em nossas vidas que o desespero e desesperança tomam conta, mas ter a confiança que se trata apenas de uma fase turbulenta e que depois da tempestade vem a bonança, vai depender exclusivamente de nossa fé na vida e em nossa capacidade de resiliência que precisa ser desenvolvida ao longo de nosso desenvolvimento cognitivo, sensório-motor, social e emocional.

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Falar sobre o assunto, pedir ajuda a médicos, procurar por psicólogos, procurar por centros de apoios é fundamental para ajudar a passar por essa crise.

É preciso falar sobre esse assunto que ainda é um grande tabu. Enfrentando o preconceito com medidas eficazes, nossas chances de combater essa epidemia é muito grande. Mas ainda é preciso que os profissionais ligados à área da saúde e educação abracem essa causa. Aprendam a identificar e lidar com situações que vem ocorrendo cada vez mais.  Além disso, é necessário realizar muitas campanhas de conscientização e divulgar as redes de apoio como os CAPS, Universidades, CVV (Centro de Valorização da Vida) e preparar líderes religiosos, já que a igreja, centros espiritas, budistas e tantos outros são considerados como fator de proteção.

O trabalho na prevenção do suicídio precisa ser constante e intenso. Já houveram muitos avanços, mas ainda precisamos trabalhar em prol da psicoeducação da humanidade. O mundo clama por saúde mental e emocional. Clama por bem-estar. Clama por (re)descobrir o sentido da vida. Que é sem dúvida o de Vvver.  

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E, para finalizar, vou enumerar uma lista de locais que podem ajudar no atendimento humanitário e profissional as famílias e pessoas que estão vivendo esse momento de desespero e desesperança.

  1. CVV – Centro de Valorização da Vida - www.cvv.org.br – Fone: 188.
  2. Em caso de risco de suicídio iminente, ligar para 190 ou 192 e solicitar atendimento.
  3. Programa RAISE - Profissionais Recomendados no atendimento a prevenção do Suicídio  www.karinafukumitsu.com.br

Fontes:

Trigueiro, André, 1966 -Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo.  – 5º edição

World Health Organization. Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO, 2014 [acesso em: 20 agosto 2014]. Disponível aqui

 Por Adriana Maximina, psicóloga inscrita no Conselho Regional de Psicologia de São Paulo 

 Fotos: MundoPsicologos.com

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Escrito por

Adriana Maximina de Oliveira Volsi

niciou seus estudos nas áreas de humanas quando tinha quase 15 anos. Escolheu o magistério como formação técnica. Em seguida, optou por entrar na universidade para cursar psicologia, formando-se em 2002. É psicóloga clínica, trabalha atendendo crianças, adolescentes e adultos. Utiliza a arte como recurso lúdico terapêutico e atua com a abordagem da gestalt-terapia.

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Comentários 1
  • Nice Souza

    Tentei suidicio a base de varios remedios, outra vez foo me cortando,tenho recaidas ainda

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