Suicídio: como identificar risco em estudantes

O suicídio atualmente é um assunto preocupante para sociedade brasileira, sendo a quarta maior causa de morte em adolescentes e jovens entre 15 a 29 anos, Ministério da Saúde (2017). Diversos estudos sinalizam o impacto que o suicídio provoca nos familiares, nos amigos e na sociedade.

Este texto aborda os fatores de riscos e de proteção, com intuito de ajudar, principalmente profissionais que atuam na educação, a reconhecer eventos negativos associados ao suicídio.

O ambiente educacional representa um espaço oportuno para desenvolver programas de prevenção do suicídio, considerado um fenômeno complexo com interações de vários fatores: biológico, genético, psicológico, cultural, ambiental e social (OMS, 2006).

Cabe salientar que determinados transtornos mentais são predisponentes para o suicídio, tais como: "a Depressão, o transtorno bipolar, a dependência de álcool ou de outras drogas psicoativas, bem como a esquizofrenia e certos transtornos de personalidade (com característica de impulsividade, agressividade, labilidade), são as condições que mais predispõem ao suicídio" afirma Botega (2015).

No espaço escolar, os educadores costumam identificar sinais de sofrimento mental dos alunos, por esse motivo a importância da relação de confiança e respeito entre ambos, esse vínculo desenvolvido contribui na prevenção do comportamento suicida.

Para sensibilização, seguem os principais fatores de risco para suicídio, conforme Organização Mundial da Saúde (OMS, 2000):

Fatores de Riscos

• Transtornos psiquiátricos;
• Abuso de álcool e drogas;
• Raiva e comportamento agressivo;
• Comportamento antissocial;
• Pouca habilidade para resolver problemas;
• Baixa tolerância à frustração;
• Incertezas em relação à identidade ou orientação sexual;
• Histórico de suicídio na família
• Abuso e violência familiar (físico e sexual na infância);
• Brigas frequentes entre os pais/responsável;
• Divórcio, separação ou morte de pais/responsáveis.

Em relação aos fatores de proteção, destaca-se o apoio da família e de amigos, autoconfiança e capacidade de pedir ajuda quando necessário. São condições que contribuem para o desenvolvimento saudável do adolescente. Neste sentido, a importância de priorizar os fatores de proteção, segundo a OMS (2000) são:

Fatores de Proteção

• Bom relacionamento com familiares;
• Boas habilidades/relações sociais;
• Confiança em si mesmo, em suas conquistas e sua situação atual;
• Capacidade de procurar ajuda quando surgem dificuldades, por exemplo, trabalhos escolares;
• Capacidade de procurar conselhos quando decisões importantes devem ser tomadas;
• Integração social (esportes, igrejas, clubes);
• Bom relacionamento com colegas de escola;
• Bom relacionamento com professores e outros adultos;
• Aceita a ajuda de pessoas relevantes.

Quando houver qualquer manifestação de risco de suicídio no espaço escolar, recomenda-se manter uma comunicação de confiança e de respeito com o relato do estudante, acolher o educando e propiciar a melhor forma possível de cuidado.

Diante do risco de suicídio em estudantes "[...] devem ser encaminhados ativamente e pessoalmente pelos funcionários da escola, e recebidos por uma equipe composta de médicos, enfermeiros, assistentes sociais e representantes legais para assegurarem os direitos das crianças" (OMS, 2000).

Neste contexto, nota-se a relevância da educação realizar articulação com redes intersetoriais, assim como promover capacitação da equipe para prevenção do suicídio.

Considerando importante criar no ambiente educacional um espaço que o aluno possa sentir seguro para expressar seus sentimentos e emoções, estimulando a comunicação de confiança e de respeito.

REFERÊNCIAS:

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Prevenção do suicídio: Manual para professores e educadores. Genebra, 2000.

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