Baleia Rosa: para combater o macabro Baleia Azul
Lembra da Baleia Azul? Pois agora é a vez da Baleia Rosa, um desafio criado no Brasil para inverter a lógica macabra do jogo inicial com desafios para aumentar a autoestima e autoconfiança.
Possivelmente você tenha ouvido falar ou lido algo sobre o "Baleia Azul", uma espécie de desafio que surgiu na Rússia e causou, inclusive, o suicídio de muitos adolescentes. O jogo se espalhou rapidamente pelo mundo, ecoou nas redes sociais, chegou também ao Brasil, onde também fez várias vítimas.
O Baleia Azul promove uma relação entre participantes e administradores (chamados de curadores), responsáveis por designar desafios a quem faz parte do jogo. O problema é que a grande maioria das 50 tarefas dadas envolve a automutilação, que vai aumentando de grau conforme o jogo avança.
Leia mais: Baleia Azul e as reais ameaças à vida dos adolescentes
Na contramão do jogo que incentiva o suicídio, o Baleia Rosa tem como proposta criar desafios positivos e que visam auxiliar pessoas que passam por problemas emocionais. A página do jogo na Internet já conta com quase 300 mil seguidores. Entre os desafios (50 ao todo) estão:
- Fazer um novo amigo;
- Escrever, com caneta, o nome de uma pessoa amada na pele;
- Conversar com alguém com quem não se fala há algum tempo;
- Escrever mensagens de motivação pessoal;
- Compartilhar músicas que façam bem;
- Fazer algo que provoque o riso de alguém;
- Passar um dia sem usar palavras negativas;
- Pedir desculpas a alguém.
O Baleia Rosa, além de incentivar atividades motivacionais, visa também alertar crianças, jovens e adultos sobre a necessidade de se estar atento a situações que podem levar ao suicídio.
Sinais de um suicídio eminente
Psicólogos especializados no atendimento de adolescentes explicam que se trata de uma fase de transição, que pode envolver muitos problemas. Afirmam, por isso, ser fundamental um olhar atendo aos sinais de que algo vai mais, sejam pais, professores ou familiares.
Uma tentativa de suicídio não chega sem mais. Normalmente, foi precedida por situações como:
- Frases alarmantes: afirmações como "não aguento mais", "quero sumir" e "gostaria de morrer" são exemplos. Elas podem ser um claro sinal de que o adolescente não está só querendo chamar a atenção (como muitos pensam), mas de que realmente existe um problema;
- Mudança repentina: adolescentes com depressão tendem a passar por mudanças repentinas e mostrar desleixo com as atividades que antes eram motivadoras. Também podem apresentar mudança de humor, ansiedade, tristeza, agitação, isolamento e automutilação;
- Baixa autoestima: acreditar que os outros são sempre melhores, sentir vergonha de sair em público e ter a sensação de incapacidade também são sinais importantes;
- Abuso de álcool e drogas: adolescentes com problemas podem começar a abusar do álcool e outras drogas. Tendem a buscar nessas substâncias uma maneira de fugir dos sentimentos que os aflige;
- Conflitos sobre a sexualidade: a adolescência não é somente uma fase de descobertas, como também de afirmações. Entre elas, a sexual. A incompreensão da família e de amigos em relação à orientação sexual do jovem pode ser um dos motivos que o levem à tentativa de suicídio.
O Brasil registrou um aumento 26% no percentual de suicídios entre jovens de 15 a 29 no período de 1980 a 2014 (último dado disponível). As informações são do Mapa da Violência, estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
A importância do diálogo e da ajuda profissional
Manter o diálogo constante e ouvir as aflições dos filhos adolescentes é uma das melhores maneiras de compreender a situação e verificar se existe a necessidade de ajuda profissional.
Caso seja constatado que sim, é fundamental que o menor passe a ser acompanhado por um profissional da psicologia. Por meio de sessões de psicoterapia, o jovem poderá se entender melhor e encontrar caminhos para lidar com seus problemas, tendo, assim, mais qualidade de vida e bem-estar.
Fotos (ordem de aparição): por divulgação Baleia Rosa e MundoPsicologos.com
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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