Queixa escolar
A Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como uma área secundária da Psicologia. "A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante". (Arendt, 1957-2007).
A palavra educar vem do latin educare, que significa "criar" ou, "fazer crescer uma criança". Entender que a educação ocorre entre duas ou mais pessoas é entender, também, a contradição do ambiente escolar, como exemplifica Charlot, pois orientamos a criança pela autoridade (perdida) ou pelo amor? Assim sendo, a Psicologia Educacional e/ou Escolar envolve o estudo de como as pessoas aprendem, incluindo assuntos como os resultados dos estudantes, os processos instrucionais, as diferenças individuais em aprender, os estudantes superdotados e as dificuldades de aprendizagem (...) Esse ramo da Psicologia envolve não apenas o processo de aprender no início da infância e adolescência mas inclui o social, emocional e cognitivo, processos estes que permeiam o aprendizado durante todo o Ciclo Vital. Cito, dentre os grandes pensadores do processo de ensino-aprendizagem, Vygotsky com sua contribuição para o Construtivismo. Dentre destes, um importante de que "o pensamento não apenas se expressa pelas palavras, ele adquire existência através delas". Assim, o repertório sociocultural da criança pode ser enriquecido por seu meio externo, que proporcione uma interação de qualidade que leve em conta o universo dela. Esse processo é triplo: singularizar, humanizar e socializar (CHARLOT, 2013). No contexto brasileiro, de um país quase continental, desafios surgem dentro e fora da escola: as questões de dependência e independência; o ensino das massas; o declínio de modelos relacionados à intelectualidade em detrimento dos modelos de pessoas "famosas" e com poder; a sociedade, cada vez mais individualizada, que educa para competir, por consequência, potencializando neuroses. entre outros fatores.Assim sendo, trabalhar a queixa escolar é um processo de fazer "pontes", integrar o falado e o não-falado, os diversos profissionais que "atendem" a criança, revendo posições e criando oposições, que podem ser positivas se estas confrontam verdades já ditas sobre o ser humano que ali está sendo avaliado, interpretado e , muitas vezes, julgado pela não-aprendizagem.
Referências: CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2013.
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