Por que ficamos presos a padrões nocivos?
Neste artigo você vai entender o que pode estar por trás de padrões e comportamentos que você reconhece como nocivos e por quê pode ser tão desafiador modificá-los sem a ajuda de um profissional.
Você já se pegou sabendo racionalmente o que seria melhor para você, mas ainda assim se sentindo preso a padrões nocivos? Essa é uma experiência comum, onde a mente sabe o que deve ser feito, mas as emoções, muitas vezes, nos puxam em direções contrárias. Vamos refletir sobre isso com um exemplo comum: um colega de trabalho que te irrita profundamente. Apesar de reconhecer que sua raiva é desproporcional, você não consegue evitar essa reação.
A Raiva e seus gatilhos
Essa intensidade da sua irritação pode estar ligada a questões internas não resolvidas, ativadas por gatilhos no presente. Às vezes, essas reações automáticas são sinais do inconsciente, revelando emoções e experiências que ainda precisam de atenção. Por exemplo, a raiva que você sente em relação ao seu colega pode não ser apenas sobre as interações atuais, mas pode ter raízes em experiências passadas que ainda não foram processadas.
Talvez você tenha vivido situações em que se sentiu desrespeitado ou ignorado, e esse colega de trabalho, de maneira inconsciente, se torna um representante dessas experiências. A raiva que surge é, na verdade, uma resposta emocional a essas memórias não resolvidas, manifestando-se de forma desproporcional em situações que, à primeira vista, parecem triviais.
O ciclo de reações automáticas
Quando ficamos presos nesse ciclo de reações automáticas, desperdiçamos energia e bem-estar. A lógica nos diz que a raiva não vale a pena, mas as emoções muitas vezes falam mais alto. Isso pode criar um padrão de comportamento que nos mantém em um estado de estresse constante, prejudicando nosso desempenho profissional e nossa saúde mental. Essa situação pode gerar um sentimento de impotência, pois, mesmo cientes do que precisamos mudar, a execução parece fora de alcance. O que muitos não percebem é que a mudança efetiva começa com a conscientização das emoções que estamos vivenciando. Identificar a fonte da raiva é um passo fundamental. Isso pode ser feito através da reflexão, da autoanálise ou mesmo com a ajuda de um profissional de saúde mental.
A importância de autorreflexão
A autorreflexão é uma ferramenta poderosa que nos permite examinar nossos sentimentos de maneira objetiva. Quando nos permitimos explorar as raízes das nossas emoções, começamos a desmantelar os padrões nocivos que nos aprisionam. Pergunte-se: por que essa situação específica me irrita tanto? O que isso diz sobre mim e minhas experiências passadas? Ao responder a essas perguntas, você pode começar a entender não apenas o que está sentindo, mas por quê. Além disso, a ajuda psicoterapêutica através de abordagens que busquem compreender as origens de seus gatilhos emocionais, bem como a prática de mindfulness, ou atenção plena, podem ser grandes aliadas nesse processo. Elas nos ensinam a observar nossos pensamentos e emoções sem julgamento, permitindo uma melhor compreensão de nossas reações. Essa consciência nos ajuda a separar a emoção da razão, criando um espaço para que possamos responder de maneira mais ponderada, em vez de reagir impulsivamente.
A necessidade de resolução interna
É essencial lembrar que as emoções são legítimas e fazem parte da experiência humana. Ignorá-las ou tentar reprimir pode resultar em problemas maiores no futuro. Portanto, é importante reconhecer e validar o que sentimos. Isso não significa que devemos agir de acordo com essas emoções, mas sim que devemos dar espaço para que elas sejam reconhecidas e processadas. Para aqueles que se sentem sobrecarregados por essas emoções, buscar o apoio de um terapeuta pode ser uma excelente maneira de explorar essas questões mais profundamente. A terapia pode oferecer um espaço seguro para trabalhar através de emoções complicadas, promovendo a resolução e a cura.
Conclusão
A jornada de autoconhecimento e resolução emocional pode ser desafiadora, mas é um passo crucial para quebrar os ciclos de reações nocivas. Reconhecer que a raiva ou qualquer outra emoção intensa pode estar ligada a experiências não resolvidas é o primeiro passo para a mudança. Ao dar atenção a essas questões internas, você poderá não apenas melhorar seu bem-estar emocional, mas também criar um ambiente mais harmonioso ao seu redor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Shapiro, F. (2020). *EMDR: Terapia de Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares. Princípios básicos, protocolos e procedimentos. * (3.ed.). Amanuense Livros Ltda.
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