Mente sã, corpo são

A saúde mental em pauta. Cuidamos de tudo e de todos. Mas... quem cuida da gente? É hora de buscarmos qualidade de vida.

12 JAN 2020 · Leitura: min.
Mente sã, corpo são

Ano novo! Vida nova! Passadas as festividades de Réveillon, é comum que nos voltemos para os planos e projetos estipulados para o ano que começa. Não faltar a academia! Viajar! Ficar mais com os filhos! Arranjar um novo emprego! Montar um negócio próprio! Escrever um blog! Trocar o carro! Fazer um check-up!...

E a sua mente? Como anda a sua saúde mental? Alguma vez você já planejou, em algum momento de sua vida, parar um pouco de fazer, fazer, fazer... ou, pelo menos, desacelerar um pouquinho e olhar mais para si? Não falo, aqui, sobre os necessários cuidados que todos nós devemos ter com o nosso corpo e com nossa aparência, mas sim da igualmente necessária "manutenção" que devemos fazer no nosso psiquismo ou, em outras palavras, olhar mais "para dentro de si".

Desde 2014, a Campanha Janeiro Branco vem buscando chamar a atenção das pessoas para a importância de temas como "saúde mental", "saúde emocional", "psicoeducação", "educação emocional", "subjetividade humana", "sentido da vida", "relações saudáveis" e de tudo o mais que vise a promoção do bem-estar psíquico e da qualidade de vida. De modo voluntário e com ações espontâneas, qualquer pessoa pode se engajar neste movimento, seja estimulando a reflexão acerca do cuidado consigo e com os outros, seja elaborando estratégias de atuação social, política ou cultural.

No meio do corre-corre de nossa vida agitada, onde buscamos sempre bater metas, cumprir prazos e dar resultados, nem sempre arranjamos tempo para cuidar daquilo que realmente importa: a sua Paz interior.

Para isso, faz-se necessário permitir-se dar pausas para dar vazão àquilo que nos incomoda, ao nosso "barulho interior", de modo a descarregar um pouco da pressão que o mundo muitas vezes nos impõe – mas que, lá no fundo, somos nós mesmos que nos impomos. Tal qual uma câmara de ar, ou uma panela de pressão, cabe a nós gerenciar nossas "válvulas de escape" de modo a evitar que explodamos – ou implodamos – causando danos desnecessários a nós mesmos e a todos os que nos cercam.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, em 2019 o Brasil se tornou o país com o maior número de pessoas que sofrem de ansiedade - 18,6 milhões de brasileiros, o que corresponde a 9,3% da população - e 2020 é o ano em que a depressão será a doença mais incapacitante em todo o mundo.

Isto nos faz refletir que se voltar um pouco que seja à sua saúde mental, à promoção do autoconhecimento, ao cultivo de relações pessoais mais saudáveis e ao seu desenvolvimento psíquico-sócio-emocional deveria ser algo prioritário para todos nós. O check-up anual deveria, de fato, incluir visitas a um psicólogo clínico de modo preventivo, e não deixar para buscar auxílio profissional somente quando os males da mente já estão instalados.

A compreensão do homem como um ser holístico ou sistêmico nos alerta que os cuidados devem abarcar os diversos aspectos da vida humana: o biológico, o psíquico, o social e o espiritual. Tudo está interligado. Ninguém pode se considerar plenamente são se há algum desequilíbrio incapacitante em alguma área do ser.

Deste modo, não há como separar a saúde mental dos cuidados corporais, bem como do cultivo de bons relacionamentos sociais e da atenção com a sua espiritualidade. Somente com uma atenção integrada sobre todos esses componentes se possibilitará um estado de equilíbrio, bem-estar e satisfação na vida, mesmo com todas as suas vicissitudes e desafios.

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Escrito por

Saulo Cruz Rocha

Psicólogo e mestre em psicologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), atua na clínica sob a perspectiva da psicanálise, atendendo adolescentes, jovens, adultos, idosos e casais. Tem experiência no tratamento da depressão, da ansiedade e nos processos de luto e separação. Desenvolve estudos sobre religião e psicologia.

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