E agora? Como acalmar meu bebê?
Os nossos pequeninos não conseguem gerir as suas experiências emocionais, sem a ajuda de seus cuidadores. Eles aprendem a gerir essas emoções sentindo os sentimentos das pessoas.
Um momento muito angustiante para a maioria dos pais é ver seu bebê chorando, incomodado e nós, mamães e papais, sem sabermos o que fazer. Dói no coração, coitadinhos tão pequeninos e indefesos. Como acalmar nossos filhos e nos mantermos calmos?
Algumas de vocês já devem ter ouvido falar sobre a técnica CALMS, de Carrie Contey e Debby Takikaw. É uma técnica que segue as iniciais da palavra calma em inglês – CALMS, são autoras do livro, Calma: um guia para acalmar seu bebê. Aprendi esta técnica quando fiz o curso de Doula pós-parto e desde então utilizo com minha filha e sim sinto uma grande diferença.
Essa técnica inicia com a tentativa da mamãe de se observar e tentar se acalmar, para depois olhar para seu bebê, se conectar a ele e acalmá-lo. Os passos descritos pelos autores são:
"C"
Confira você mesmo, como você está se sentindo no momento.
- Só a existência do choro do bebê já nos deixa nervosas ou incomodadas, ou somente com um mal-estar;
- Lembre-se: o choro do bebê existe para causar uma reação, ele realmente quer nos dizer algo;
- Antes de acalmar o bebê, observe-se: Estou com fome? Com medo? Frustrada? Com raiva? Só vou conseguir ouvi-lo se eu, mamãe, estiver calma.
A "Allow"
Permitir uma respirada.
- Depois de observar-se, respire fundo várias vezes;
- Lembre-se que você está, intencionalmente, acalmando a si mesma;
- Outras formas de se acalmar: um copo de água, ar fresco, lavar o rosto;
- O bebê recém-nascido não sabe se acalmar sozinho, reconhecer que isso não é fácil é importante;
- Mas também reconheça que é temporário;
- Alguns simples momentos de autocuidado coloca você numa posição na qual você será mais efetivo em acalmar o bebê.
L "Listen"
Escute o bebê.
- Agora você já se observou e respirou;
- Escute o bebê e pergunte: o que você esta tentando me dizer?
- Seja curiosa;
- Com o tempo essa comunicação será muito mais clara e fácil.
M "Make"
Faça contato e mostre empatia.
- Depois dos passos iniciais, você e seu bebê estão prontos para uma interação mais profunda;
- Fale com o bebê, "eu estou aqui";
- Não diga: "está tudo bem", pois você não sabe;
- Diga ao bebê como você está se sentindo: "você parece tão triste, me quebra o coração…".
S "Soothe"
Acalme.
- Após os paços iniciais você deve estar mais calma e conectada com o bebê;
- O bebê estará mais preparado para receber seu conforto.
- Pode ser que seu filho esteja chorando muito, adultos quando ouvidos também liberam mais emoções, o mesmo acontece com os bebês.
Essa é uma técnica que permite uma aproximação com seu filho e que se torna mais simples e natural com o passar do tempo. Os nossos bebês são pessoas. Eles sentem, são intuitivos e se comunicam desde a gestação, durante o trabalho de parto e depois, o tempo todo. Do jeitinho deles, eles querem ser vistos e ouvidos por seus familiares.
Os nossos pequeninos não podem e não conseguem gerir as suas experiências emocionais, sem a ajuda de seus cuidadores. Eles aprendem a gerir essas emoções, sentindo os sentimentos das pessoas que cuidam deles. Aprendem a sentir baseados no que intuem dos pais. Para que exista uma boa relação de intuição e, consequentemente, uma boa relação entre pais e filhos, terá que ter uma boa conexão com seus pais.
Os pais devem ser capazes de sentir, perceber e responder ao estado emocional de seus bebês. Para que exista essa conexão, nós, pais, teremos que vivenciar essa relação com a criança, um processo de eu "sou amado, validado e escutado".
Por isso, em situações estressantes, é importante parar, refletir e se acalmar, antes de interagir, para que seu filho não viva a experiência desse estresse. Assim ele também aprenderá que em momentos difíceis, antes de uma interação, é bom que exista uma pausa para acalmar-se.
Não podemos esquecer que a conexão é a peça chave para o crescimento saudável dos nossos filhos. No fundo todos nós sabemos. Porém, às vezes, com a ansiedade, a angústia e o estresse da rotina, nos perdemos. Nossos bebês precisam e querem se sentir seguros e amados, respeitados como humanos. Eles precisam de amor e carinho.
Caso você tenha passado por todas essas etapas e mesmo assim não tenha conseguido resultados esperados, talvez seja o momento de contar com a ajuda de um profissional.
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE