E agora? Como acalmar meu bebê?

Os nossos pequeninos não conseguem gerir as suas experiências emocionais, sem a ajuda de seus cuidadores. Eles aprendem a gerir essas emoções sentindo os sentimentos das pessoas.

18 NOV 2015 · Leitura: min.
E agora? Como acalmar meu bebê?

Um momento muito angustiante para a maioria dos pais é ver seu bebê chorando, incomodado e nós, mamães e papais, sem sabermos o que fazer. Dói no coração, coitadinhos tão pequeninos e indefesos. Como acalmar nossos filhos e nos mantermos calmos?

Algumas de vocês já devem ter ouvido falar sobre a técnica CALMS, de Carrie Contey e Debby Takikaw. É uma técnica que segue as iniciais da palavra calma em inglês – CALMS, são autoras do livro, Calma: um guia para acalmar seu bebê. Aprendi esta técnica quando fiz o curso de Doula pós-parto e desde então utilizo com minha filha e sim sinto uma grande diferença.

Essa técnica inicia com a tentativa da mamãe de se observar e tentar se acalmar, para depois olhar para seu bebê, se conectar a ele e acalmá-lo. Os passos descritos pelos autores são:

"C"

Confira você mesmo, como você está se sentindo no momento.

  • Só a existência do choro do bebê já nos deixa nervosas ou incomodadas, ou somente com um mal-estar;
  • Lembre-se: o choro do bebê existe para causar uma reação, ele realmente quer nos dizer algo;
  • Antes de acalmar o bebê, observe-se: Estou com fome? Com medo? Frustrada? Com raiva? Só vou conseguir ouvi-lo se eu, mamãe, estiver calma.

A "Allow"

Permitir uma respirada.

  • Depois de observar-se, respire fundo várias vezes;
  • Lembre-se que você está, intencionalmente, acalmando a si mesma;
  • Outras formas de se acalmar: um copo de água, ar fresco, lavar o rosto;
  • O bebê recém-nascido não sabe se acalmar sozinho, reconhecer que isso não é fácil é importante;
  • Mas também reconheça que é temporário;
  • Alguns simples momentos de autocuidado coloca você numa posição na qual você será mais efetivo em acalmar o bebê.

L "Listen"

Escute o bebê.

  • Agora você já se observou e respirou;
  • Escute o bebê e pergunte: o que você esta tentando me dizer?
  • Seja curiosa;
  • Com o tempo essa comunicação será muito mais clara e fácil.

M "Make"

Faça contato e mostre empatia.

  • Depois dos passos iniciais, você e seu bebê estão prontos para uma interação mais profunda;
  • Fale com o bebê, "eu estou aqui";
  • Não diga: "está tudo bem", pois você não sabe;
  • Diga ao bebê como você está se sentindo: "você parece tão triste, me quebra o coração…".

S "Soothe"

Acalme.

  • Após os paços iniciais você deve estar mais calma e conectada com o bebê;
  • O bebê estará mais preparado para receber seu conforto.
  • Pode ser que seu filho esteja chorando muito, adultos quando ouvidos também liberam mais emoções, o mesmo acontece com os bebês.

Essa é uma técnica que permite uma aproximação com seu filho e que se torna mais simples e natural com o passar do tempo. Os nossos bebês são pessoas. Eles sentem, são intuitivos e se comunicam desde a gestação, durante o trabalho de parto e depois, o tempo todo. Do jeitinho deles, eles querem ser vistos e ouvidos por seus familiares.

Os nossos pequeninos não podem e não conseguem gerir as suas experiências emocionais, sem a ajuda de seus cuidadores. Eles aprendem a gerir essas emoções, sentindo os sentimentos das pessoas que cuidam deles. Aprendem a sentir baseados no que intuem dos pais. Para que exista uma boa relação de intuição e, consequentemente, uma boa relação entre pais e filhos, terá que ter uma boa conexão com seus pais.

Os pais devem ser capazes de sentir, perceber e responder ao estado emocional de seus bebês. Para que exista essa conexão, nós, pais, teremos que vivenciar essa relação com a criança, um processo de eu "sou amado, validado e escutado".

Por isso, em situações estressantes, é importante parar, refletir e se acalmar, antes de interagir, para que seu filho não viva a experiência desse estresse. Assim ele também aprenderá que em momentos difíceis, antes de uma interação, é bom que exista uma pausa para acalmar-se.

Não podemos esquecer que a conexão é a peça chave para o crescimento saudável dos nossos filhos. No fundo todos nós sabemos. Porém, às vezes, com a ansiedade, a angústia e o estresse da rotina, nos perdemos. Nossos bebês precisam e querem se sentir seguros e amados, respeitados como humanos. Eles precisam de amor e carinho.

Caso você tenha passado por todas essas etapas e mesmo assim não tenha conseguido resultados esperados, talvez seja o momento de contar com a ajuda de um profissional.

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Escrito por

Daniela Roland Ferreira

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