Dia da Luta das Pessoas com Deficiência: lidando com o preconceito
A sociedade mudou e políticas foram criadas para garantir igualdade de direitos e oportunidades para pessoas com deficiência. Porém, combater o preconceito ainda é uma questão fundamental.
Dados demonstram que a inclusão social de pessoas com deficiência aumentou nos últimos anos, em ambientes como escolas, universidades e mercado de trabalho. Além disso, as últimas duas décadas foram marcadas pela criação de leis que visam a melhoria da qualidade de vida e a igualdade de tratamento e direitos.
Hoje em dia, é comum vermos uma maior incidência de pessoas com deficiência incorporadas na plantilha de trabalhadores das empresas. Também se vê mais estruturas urbanas adaptadas, garantia de acessos a edifícios, teatros, estádios de futebol ou ao transporte público, por exemplo. Tudo isso garantido por leis.
No entanto, apesar dessa evolução, a vida de quem sofre com algum tipo de deficiência ainda pode ser problemática, principalmente quando se trata do envolvimento de uma parte muito importante: a sociedade.
Por isso, para destacar a data em que se celebra o Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiência, 21 de setembro, relacionamos alguns problemas que fazem do cotidiano desses brasileiros.
Como lidar com situações adversas?
O preconceito sem dúvida é a principal barreira, como apontam psicólogos que trabalham com pessoas com deficiência. Isso pode ocorrer em ambientes sociais, no trabalho e também em situações familiares. E o que fazer diante disso?
Conforme os profissionais, é preciso que você esteja consciente de suas potencialidades, para saber separar críticas construtivas de situações de preconceito. Por isso, trabalhar a autoestima é importante nesses momentos.
É importante destacar que todos temos direitos iguais, garantidos pela Constituição. Atos discriminatórios ou de exclusão diante da condição de deficiente são considerados crimes. As penas que podem chegar a três anos de prisão, como prevê o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Então, ao se deparar com um ato de preconceito no trabalho, comunique ao responsável de sua empresa. Se o problema ocorrer em outros ambientes, ou se seus direitos não forem respeitados, procure uma delegacia e registre um Boletim de Ocorrência. Lembre-se também que você pode recorrer a um advogado para requerer reparo de possíveis danos morais.
Psicoterapia como ponto de equilíbrio
Mesmo com amparo legal e suporte de pessoas próximas, lidar com a deficiência não é uma questão fácil. Além de saber como se posicionar diante da falta de preparo de parte da sociedade, um ponto fundamental é que a pessoa com deficiência saiba entender seus limites, mas saiba muito mais valorizar suas virtudes e ser capaz de ser feliz.
E quando isso parece não ser possível? Aí entra a psicologia, trabalhando como um ponto de apoio, principalmente no desenvolvimento da automotivação, autoaceitação e autoestima. Profissionais da área explicam que a psicoterapia propicia à pessoa com deficiência se conhecer melhor e saiber como agir diante das diversas situações.
Além disso, o acompanhamento de um psicólogo especializado em casos de pessoas com necessidades especiais também é importante para familiares, que nem sempre sabem como lidar com quadro de uma forma positiva.
Quanto antes, melhor
Para psicólogos, é fundamental viabilizar um acompanhamento precocemente. No caso de deficiências de nascença, o trabalho deveria começar ainda na infância, já que se do período de formação individual. Nesses casos, o acompanhamento profissional pode ser fundamental para que a pessoa com deficiência desenvolva bem sua autoestima.
Além disso, crianças que convivem com deficientes também carecem de uma atenção especial. Ainda mais se levarmos em consideração o aumento do número de alunos com deficiência matriculados no ensino básico, que passou de 145 mil em 2003, para 700 mil em 2014. Por isso, a cada dia se torna mais indispensável valorizar a conhecida frase "a educação vem de berço", combatendo os preconceitos em casa e na escola.
Dados sobre pessoas com deficiência no Brasil
Conforme informações do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, 23,9% dos brasileiros declaram ter algum tipo de deficiência, seja física, auditiva, visual ou intelectual. Considerando a população atual do Brasil, que é de 204 milhões, significa aproximadante 48 milhões de brasileiros.
O Ministério da Educação (MEC) destaca que entre 2003 a 2014, o número de estudantes com deficiência matriculados no ensino superior passou de 5 mil para 29 mil entre 2003 e 2014.
Conheça algumas leis criadas nas últimas décadas visando melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência:
- Lei 7.853/89: destaca as responsabilidades do poder público nas áreas da educação, saúde, formação profissional, trabalho, recursos humanos, acessibilidade aos espaços públicos, criminalização do preconceito.
- Lei 8.213/91: obriga que empresas com 100 ou mais empregados devem empregar de 2% a 5% de pessoas com deficiência.
- Lei 10.098/00: trata da obrigatoriedade de acessibilidade nos edifícios públicos ou de uso coletivo, nos edifícios de uso privado, nos veículos de transporte coletivo, nos sistemas de comunicação e sinalização, e ajudas técnicas que contribuam para a autonomia das pessoas com deficiência.
- Lei 10.436/02: que trata do reconhecimento da Libras (Língua Brasileira de Sinais para os Surdos).
Fotos: MundoPsicologos.com
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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