Auto sinceridade, um desafio

Crescer, muitas vezes envolve dor e desafio. Mas em se tratando de crescimento mental/espiritual, é um crescimento que realmente vale à pena.

26 MAI 2021 · Leitura: min.
Auto sinceridade, um desafio

Já foi dito, pelo psicólogo Carl Jung, que todos nós possuímos uma sombra,um lado de nós mesmos inconsciente,que contém (entre outras características),essencialmente tudo aquilo que nós não desejamos saber a nosso respeito. Nossos traumas,nossos medos,nossas antipatias corriqueiras,nossos desejos proibidos,nossos problemas de auto imagem etc.Outra faceta do ser humano mencionada por Jung, foi a persona,ou seja, as diferentes máscaras sociais que usamos no nosso dia a dia,para funcionarmos em sociedade.

O problema que pode ocorrer é a total identificação com essas personas,que poderão levar o indivíduo a se distanciar mais e mais de suas características inconscientes. Peguemos por exemplo um indivíduo que age todo o tempo de forma amigável e educada, independentemente da situação que esteja vivenciando.Se for esse o caso, ele estará agindo em certos casos, contra a sua real vontade, porque ele pode ter se sentido agredido ou desrespeitado em certas situações, e, ao invés de por a agressividade para fora de uma forma sadia, ele agiu de forma"educada", ou seja, agiu contra a sua própria vontade em nome de sua persona. Agora, voltando à questão da sinceridade, o quão difícil é para os seres humanos serem sinceros para consigo mesmos, ao ponto de reconhecer um desejo proibido; por exemplo,imaginemos um homem heterossexual,que começa a se sentir atraído por seu amigo... o quão difícil será para ele reconhecer isso dentro de si? Carl Jung disse:

"Não há despertar da consciência sem dor.As pessoas farão de tudo,chegando aos limites do absurdo,para evitar enfrentar a sua própria alma.Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz,mas sim por tornar consciente a escuridão"(JUNG,1954).

O ser humano vive,está acostumado a viver em uma zona de conforto, ele gosta de se sentir seguro e não há nada de errado com isso, mas devemos sempre nos lembrar que a vida em essência se perpetua na inconstância,no perigo e para que haja crescimento, devemos aprender a nos desafiar, aceitar sairmos nos momentos certos, dessa zona de conforto. Não há dúvidas que, ao fazermos isso, crescimentos, amadurecimentos, irão acompanhar o processo.

Desmantelar certas idéias que temos a nosso respeito, em troca da verdade, nos dará mais e mais auto conhecimento.O caminho é esse, procurar tocar nas feridas mais profundas, nas falsas imagens que encobrem a realidade de nosso ser. Nós gostamos muito de sustentarmos certas idéias a nosso respeito, pois isso é um dos pilares de nossa auto estima, mas se se trata de algo que tapa a verdade. Tenhamos a coragem de ir além. Devemos ter a coragem de nos vermos em nossa totalidade, metermos a mão na ferida mesmo, termos a humildade para admitir para nós mesmos que temos muito ainda a conhecer sobre nossas almas; que, por mais que nós queiramos ter uma auto imagem agradável,o buraco realmente é mais embaixo, ainda não nos tornamos senhores de nós mesmos. Mas, é uma luta que vale toda a pena, pois é a luta pelas nossas vidas, a luta pelas nossas almas.

 

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Escrito por

Paulo Adolpho Zeymer Netto

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Bibliografia

JUNG,C.G.(2013). A prática da psicoterapia.Editora vozes

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