A outra face do isolamento social: depressão e ansiedade

Diante de todo movimento e do caos vivenciado por todos no enfrentamento ao COVID19, o isolamento social não tem causado estranhamento para algumas pessoas. Por quê?

8 ABR 2020 · Leitura: min.
A outra face do isolamento social: depressão e ansiedade

Vivemos um momento mundial caótico de combate ao COVID19. Nunca vivido antes, o combate vem mobilizando pessoas do mundo inteiro na tentativa de evitar a disseminação do vírus poupando novas vítimas.

A principal medida adotada em todos os países como fundamental para que não ocorra a propagação do vírus é o isolamento social. Por semanas, pessoas vem concentrando sua rotina dentro de suas casas e se resguardando a sair apenas para casos essenciais ou emergenciais.

Nunca experimentado, o home office, a convivência em tempo integral com os familiares e a perda de liberdade de ir e vir, vem afetando significativamente a saúde mental de grande parte da população que vive um verdadeiro colapso emocional. Mas há aqueles que relatam não estar se sentindo afetados com o movimento.

Por que não se sentir afetado é preocupante?

Muitas pessoas vêm lidado com naturalidade diante da obrigatoriedade de isolamento social. Em redes sociais foram publicados até mesmo brincadeiras sobre o fato de que já se praticava o isolamento social mas sem saber.

Afinal, porque não se sentir afetado é preocupante?

Depressão e ansiedade

O isolamento social é um sintoma frequentemente comum em quadros de depressão e de ansiedade, principalmente aos quadros de fobia social.

Muitas pessoas sofrem de quadros de depressão ou de ansiedade e progressivamente vão se afastando de amigos, familiares e vão sofrendo com implicações em sua rotina diante de suas limitações ou comportamentos mas sem entender os fatos como um sintoma, o que as priva de reconhecer a possibilidade de necessitarem de tratamento motivando a busca por ajuda.

Pensando nisso, elaboramos uma lista dos principais sinais e sintomas que podem ser indicativos de que você venha sofrendo de um quadro de depressão ou de ansiedade e necessita a busca por ajuda.

Que sinais podem ser indicativos de que você sofra de um quadro de depressão ou ansiedade?

  • Afastamento das pessoas de seu círculo social e/ou familiar;
  • Aderência por compras online e delivery para evitar o contato com outras pessoas em estabelecimentos comerciais;
  • Sentimentos de inadequação: não sentir que possui valor diante de outras pessoas, sentir-se um peso para outras pessoas;
  • Mesmo diante do desejo de sair ou se relacionar sentir-se paralisado para ter iniciativa ou aceitar convites;
  • Diante da possibilidade de sair para algum evento sofrer com pensamentos de autossabotagem, pessimismo e possivelmente que estes levem a desistência na véspera do evento.

Depressão e Ansiedade X Tratamento

É sempre importante ressaltar que tanto os quadros de depressão como os de ansiedade se manifestam em diferentes graus e com diferentes sintomas. Além do isolamento social podem estar presentes sintomas como: tristeza persistente, baixa autoestima, ideações suicidas, perturbações no sono, perturbações no apetite, ganho de peso não justificado, perda de prazer, alterações na libido, taquicardia, sensação de falta de ar, sudorese, pensamentos intrusivos e persistentes, temores em relação ao futuro, entre muitos outros.

Por serem transtornos psicossomáticos, o tratamento costuma envolver além do acompanhamento psicológico, avaliação e acompanhamento psiquiátrico, possibilitando os cuidados tanto com a mente quanto com o corpo.

Ao perceber que o isolamento social tem sido algo natural para você, tente refletir se há algum tempo você vem se afastando de suas relações, evitando contatos e se você se identifica com algum sintoma mencionado. Este pode ser um momento decisivo para que você procure ajuda por algo que até então, vinha sendo compreendido como um aspecto natural de sua personalidade e de sua vida.

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Escrito por

Maitê Hammoud

Psicóloga clínica com curso de aperfeiçoamento em psicanálise, é especialista no atendimento de adolescentes, adultos e terceira idade. Seguindo a abordagem psicanalítica e da terapia breve, atua com foco em transtornos emocionais e comportamentais, relacionamentos interpessoais e questões familiares.

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