Imediatismo social-medicamentoso

É visível o crescimento do uso de medicamentos na tentativa de solucionar problemas psicológicos. No Brasil, especialmente a cidade de São Paulo, temos o maior consumo de Rivotril do mundo!

17 JUL 2014 · Leitura: min.
Imediatismo social-medicamentoso

Esse aumento na utilização de medicamentos me diz algumas coisas sobre a sociedade:

  1. A indústria farmacêutica está lucrando como nunca lucrou.
  2. As pessoas não estão dando atenção real à saúde, querendo soluções rápidas para problemas que levaram anos para serem criados.
  3. Muitos médicos, cada vez mais, trabalham em prol de si e das indústrias farmacêuticas, utilizando seus pacientes (consciente ou inconscientemente) como cobaias ou, simplesmente acham que ganham tão pouco que passam medicamentos sem realizar exames mais profundos, para que a "fila" ande logo, atendendo mais pacientes.

Talvez você não se importe em tomar remédios, afinal, às vezes eles são necessários. O que lerá abaixo, não é uma crítica isolada à indústria de remédios. Você pode buscar por mais informações para chegar a mesma conclusão.

Veja, é comum as pessoas, às vezes, ficarem deprimidas. Na maior parte das vezes, essa depressão é decorrente de estresse, mas, vamos a um exemplo, uma história (quase) fictícia:

Digamos que em certo momento da vida, você sente que há uma tristeza e que é um pouco persistente. Num momento de impulso, decide procurar um médico (provavelmente você nem o conhece) e ele lhe prescreve um remédio chamado Fluoxetina, que resolverá sua "depressãozinha". Só que a Fluoxetina tem um efeito colateral, que lhe traz a dificuldade em dormir, e mesmo que consiga dormir por si, existe um outro efeito colateral, os antidepressivos costumam alterar o funcionamento do trato urinário, fazendo com que o jato de urina saia com menos força e demore mais, por consequência, você levantará várias vezes à noite para urinar, o que lhe alterará a qualidade do sono.

Então, para que você durma, lhe prescrevem o Clonazepam (mais conhecido como Rivotril), porém, o efeito colateral deste é nada mais nada menos, do que afetar sua memória e lentidão ao acordar. O que acontece então, é que tais medicamentos alteram inclusive a metabolização do organismo (por causa dos problemas de sono) e acaba por fazer você engordar, então volta ao médico e diz dessas dificuldades e aponta que seu peso está aumentando.

Diante disso, o médico vai lhe prescrever a Sibutramina (hoje proibida pela Anvisa, porém há muitos medicamentos similares que vem sendo utilizados). O que acontece então? O efeito dos medicamentos estilo "sibutramina" realmente faz com que você perca alguns quilos, porém, como nos casos anteriores, há também o efeito colateral, que neste caso é a taquicardia, além de, provavelmente, lhe causar pressão alta. E para combater tais coisas, lhe são prescritos medicamentos como a Losartana e o Atenolol (Atenolol serve para a taquicardia).

Alguns desses medicamentos afetarão diretamente seu estômago, então, terá que tomar também o famoso Omeprazol. Muito provavelmente terá o intestino com problemas também (dificuldade para defecar), então lhe será receitado será algum laxante "natural" (que não tem nada de natural, porque é sintético).

Entre sete e doze anos, o que acontece é que você já está tomando remédios como um idoso 80: Fluoxetina, Clonazepam, remédios do tipo sibutramina, losartana, o Atenolol e por fim, o omeprazol e o laxante "natural". E por se sentir fraco (e não entender nada sobre as necessidades corporais) resolve, por causa da propaganda da TV, tomar um muitivitamínico, afinal, o artista famoso disse que é ótimo para o cansaço e o estresse do dia a dia, não é isso?

Nessa brincadeira toda, sabe o que lhe acontece? Primeiro que você desembolsará todo mês (por que os tratamentos não são em curto prazo) cerca de R$ 500 ou mais, além, é claro, de debilitar e tornar-se dependente da indústria farmacêutica.

Depois de alguns anos, pode aparecer (para os homens) um sintoma bem ruim: a chamada impotência sexual, além da redução de esperma e também de libido. E aí entram com outros tratamentos com medicamentos tais como o Sildanafil, Tadalafil, Lodenafil ou Vardenafil, que lhes melhorarão a potência sexual, mas como 99% dos medicamentos, há também suas consequências: dor de cabeça, palpitação, vermelhidão e coriza. E aí toma-se mais remédios para tais "sintomas" e estes medicamentos, obviamente, tem consequências também.

Se usar continuamente, bem como explicitamos acima, cerca de 15 anos depois, você passará a perceber que os dentes, em decorrência de tantos medicamentos, particularmente o antidepressivo, estão apodrecendo e/ou caindo, e então começam seus gastos com dentista. Provavelmente nesta mesma época, perceberá que sua memória passará a falhar, e óbvio, há medicamento para isso.

Outras coisas que poderão acontecer é o aumento absurdo de glicose e colesterol (fruto das ações medicamentosas e não, não tem retorno), e então lhe são prescritos mais remédios. No fim, você provavelmente estará gastando mais de R$ 1.000 por mês se não mais, pois a tecnologia medicamentosa vai se "aprimorando", ficando mais "moderna", e seu médico provavelmente trocará aqueles medicamentos que "não fazem mais o efeito desejado".

Sabe qual é o final?

Tudo isso que lhe foi colocado acima passa a ser um ciclo. Conselho? Antes de começar o ciclo dos antidepressivos, peça ao seu médico que faça todos os exames para descartar quaisquer alterações físicas que possam estar lhe proporcionando quaisquer problemas que perceba. Se não houver um diagnóstico físico, peça que ele lhe encaminhe para um psicólogo, porque não adianta tratar os sintomas, se você não conhecer a causa e trabalhar eficazmente sobre ela.

Um psicólogo competente entrará em contato com seu médico e trabalharão juntos para que o paciente tome o mínimo de medicamentos possíveis (de preferência nenhum), excluindo toda e quaisquer causas físicas, pode-se seguir com o tratamento psicoterápico com tranquilidade e você não terá diarreia, impotência/frigidez, aumento de glicemia, podridão nos dentes, aumento de colesterol, etc.

Foto: por Jamiesrabbits (Flickr)

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Escrito por

Eduardo Henrique Niess Pokk

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