A importância da sexualidade para o relacionamento amoroso duradouro

Apresentaremos neste texto a diferença entre comportamento sexual e gênero, além de falar sobre relações sexuais prazeirosas no relacionamento duradouro.

18 JUN 2019 · Leitura: min.
A importância da sexualidade para o relacionamento amoroso duradouro

A sexualidade é uma experiência com o próprio corpo. E, fundamentalmente, uma vivência na relação com o outro, envolvendo o prazer e o amor (em alguns casos o sofrimento e a violência). Constitui-se como um conjunto de vivências em que o corpo é dimensionado também pela cultura.

Apresentaremos neste texto a diferença entre comportamento sexual e gênero, além de discutirmos brevemente as relações sexuais prazeirosas no relacionamento duradouro, considerando a entrega, o prazer e a emoção.

A sexualidade corresponde a temporalização do próprio corpo como fonte de prazer e realização de um tipo especial de relação concreta com o outro. A constituição da sexualidade se desenvolve e transforma desde o nascimento até a velhice, assim como a relação com o corpo e, igualmente, com o outro.

Nessa experiência de atração pelo outro, o comportamento sexual vai sendo escolhido como preferencial. O comportamento sexual, então, implica as técnicas de oferecer e obter prazer com o outro considerando a cultura de cada época. Diferente do gênero, que implica escolhas diante que é dado em cada época, porém, sobretudo das possibilidades de temporalização do corpo no campo cultural.

O fato concreto é que um relacionamento amoroso duradouro envolve o gênero e o comportamento sexual.

As vivências em relação ao próprio corpo ocorrem ao longo de toda a vida humana. Ao mesmo tempo que o corpo se modifica, também mudam as possibilidades de viver as experiências sexuais. Por exemplo: as descobertas da infância, as primeiras experiências diante do comportamento sexual (masturbação, beijos etc.), a gravidez para o casal e suas possibilidades de experiência sexual; o casal num relacionamento que visa a construção do amor.

O desejo de ser é o que se almeja do futuro: quero ser independente, quero ser seguro, quero ser uma pessoa linda, quero envelhecer dignamente, quero viver com a pessoa amada... O projeto é a realização deste desejo, isto é, quero ser uma pessoa sedutora, então me visto como sedutora, tenho gestos sedutores; quero amar então tenho os gestos do amor, olho como quem ama, falo como quem ama etc.

Mas nem sempre o desejo de ser e o projeto de ser estão alinhados. Quero ser uma pessoa segura e amorosa com a pessoa amada, mas, na hora de sairmos a lazer, fico com ciúmes pela roupa que usa, etc. O desejo de ser é ser uma pessoa segura, mas o projeto de ser é ser uma pessoa ciumenta, tendo como consequência vivenciar a insegurança na relação com a pessoa amada, afetando assim a construção do amor e a vivência da sexualidade.

A construção do amor passa pela sexualidade, cujo comportamento sexual irá depender do casal. Faz-se importante que a escolha diante da frequência, intensidade e práticas passe pelo desejo de ser, se efetive num projeto de ser e na reciprocidade, isto é, que contemple a ambos.

Os impasses entre o casal, sem esclarecimentos objetivos, tendem a afetar emocionalmente, de tal modo que os gestos do amor deixam de ser expressos e assim, podem deixar de amarem-se, realizando um projeto de casal que vai de encontro ao desejado. Neste sentido, a entrega para os gestos do amor pode estar impregnado de mágoas e indiferença, muitas vezes, fazendo com que a pessoa deixe de se sentir amada.

Neste contexto, divergencias podem tomar amplitudes cada vez maiores e o futuro da  relação amorosa questionado. A mediação de um profissional de psicologia poderá ser bastante importante para a superação de tais dificuldades no relacionamento amoroso.

Por Andréa Luiza da Silveira, psicóloga inscrita no Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina

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Escrito por

Andréa Luiza da Silveira

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