É possível ser amigo do ex?

O fim de relacionamento costuma ser um momento turbulento. Seria realmente possível manter uma relação de amizade com o ex? O que será que há por trás deste ímpeto? Veja a resposta a seguir.

17 OUT 2018 · Leitura: min.
É possível ser amigo do ex?

O fim de um relacionamento, mesmo que seja em comum acordo, não costuma ser fácil. Trata-se de um momento de readaptação, de descobrir novos objetivos para a sua vida, de reaprender a estar feliz sem o companheiro/a e de criar novas rotinas. As semanas ou meses que seguem a separação são mais complexas e sofridas quando o namoro, noivado ou casamento termina mal, ou seja, quando alguém sai com o "coração partido".

Se você já passou por isso, sabe que a tristeza, a raiva e a desesperação são sentimentos habituais em casos assim. Um dos possíveis cenários é que ambos os envolvidos se afastem e não queiram mais ouvir falar do outro. Também há casos em que a parte surpreendida pelo fim da relação reaja com incredulidade e não queira aceitar. Muitos conflitos podem surgir de um caso assim, por isso a maioria das pessoas descarta, logo de cara, a possibilidade de manter uma amizade com o ex.

A pergunta que fica é: realmente é possível seguir mantendo uma relação saudável com o ex-companheiro/a? Muitos dirão que sim, especialmente pelo respeito e por todas as experiências compartilhadas durante o tempo em que estiveram juntos.

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Um estudo realizado pela Universidade de Kansas (EUA), indica que há quatro motivos que justificam o desejo de uma pessoa em querer ser amiga/o do ex:

  1. segurança: a pessoa quer manter uma amizade porque não deseja perder o apoio do companheiro/a.
  2. praticidade: apesar de nesses casos o fator mais comum seja a existência de filhos, a questão financeira também pode influenciar.
  3. sentimentalismo: a pessoa costuma aferrar-se à ideia de que com o outro/a por perto é uma pessoa melhor.
  4. continuísmo: como o rompimento pode trazer um sofrimento emocional intenso, não deixa de ser uma forma de evitá-lo.

Fato é que sempre existirão ex-companheiros com maturidade suficiente para construir uma amizade verdadeira após o fim do relacionamento. Mas os psicólogos especialistas em terapia de casal alertam para o fato de a referida amizade não ser, na verdade, um ato desesperado para reinventar a antiga relação e seguir perpetuando dependências emocionais e maus costumes.

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A recomendação dada pelos especialistas é encarar o fim do relacionamento como uma ferida, que precisa de tempo e cuidado para cicatrizar. Seria um erro acelerar esse processo, forçando uma convivência com o ex quando você ainda não está preparada/o para seguir adiante com a sua vida sentimental de solteira/o.

Está claro que em muitas situações a convivência precisa existir, por questões profissionais ou pela presença de filhos. Mas é importante saber se resguardar, até descobrir exatamente qual é o seu sentimento pelo ex-companheiro/a. Quando a admiração esconde a esperança de reatar e voltar a ter uma vida juntos, manter uma amizade significa aumentar o seu sofrimento emocional, já que as chances de suas expectativas serem frustradas são muito altas.

Independente de como terminou o relacionamento, há limites que é importante não ultrapassar, para manter sua saúde emocional:

  • não busque informações sobre o ex nas redes sociais
  • não use seus familiares ou amigos para saber como está a vida dele/a
  • não exponha seus novos relacionamentos se o que você é deseja ferir o outro
  • não comece novos relacionamentos se você não descobriu a forma de ser feliz sozinha/o
  • não procure o seu ex numa tentativa de se sentir melhor

E, se você sente que tem dificuldades para seguir em frente neste momento de adaptação sem o relacionamento antigo, é indicado que busque um psicólog para que através do processo de autoconhecimento e fortalecimento emocional, lide com esta nova etapa da sua vida e os conflitos que a envolvem. 

Fotos: MundoPsicologos.com

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