Problemas internos
Tenho 21 anos , sempre chamei a atenção de todos, sorridente e muito simpática. A minha vontade de viver era de invejar qualquer pessoa... rodeada de pessoas, baladas, homens, tentei diversas faculdades mas nunca me encontrei me achava nova pra isso, haveria tempo. Há alguns anos as coisas foram mudando, perdi o meu brilho (me perdi) a vida foi perdendo o gosto, eu precisava de mais, mais verdade, mais amigos reais, de uma vida mais saudável de amores reais e não rasos... desgostosa de tudo minha situação financeira afundou-se, perdi a minha essência eu não era mais aquela garota que conseguia sorrir com pouco, rumo a depressão, cai do penhasco com tudo.... tão nova, tão vazia, tão incapaz de tudo! Incapaz até mesmo de ter uma “família” aquelas famílias lindas que se amam e se respeitam, aquelas famílias que te impulsionam a ser melhores, a minha não, super doentio e fracassada, me vi e me vejo hoje como eles, tive depressão há exatos 2 anos; suicidios, ansiolíticos, bulimia, síndromes eu não me reconhecia mais. No início da pandemia prometi usar tudo ao meu favor, não suportava mais viver aquela dor, mandei ela ir embora me levantei e prometi para mim que tentaria mais uma vez, comecei a estudar para uma prova de um cargo público e aquilo me alimentou por diversos meses, eu era viva, eu acreditava em mim, eu me admirava é aquilo bastava. Eu iria passar, eu iria conseguir!
Mudei as minhas roupas, meu jeito de falar e andar não era mais os mesmos, eu me amava, amava me ver tentando lutar e lutando pelo meu sonho de seguir aquela carreira, isso me dava forças pra viver! Eu tinha exatos 4 meses para estudar para aquela prova e entrei em um tecnólogo de 12 meses era o tempo exato para terminar e ser chamada.
E então realmente achei que, a minha Mãe se orgulharia daquilo já que, moramos juntas e ela sempre acompanhou a minha depressão de perto! A maldita então só me prejudicou, inventou de mudar de casa (onde morávamos era um apartamento) com a proposta de que seria melhor para mim, lugar grande para estudar até lá! O que também era uma cidade longe da minha atual (onde eu não teria tantas lembranças ruins e tristes) ela começou então a beber muito, o que ela sempre fez, mas não com tanta frequência quanto a nova casa, pelo fato de ser grande se sentia na liberdade de chamar os parentes e fazer as farras que convém. Me atrapalhou, eu sempre achei 4 meses muito pouco para uma prova, não perdia tempo segunda há segunda eu estava lá! Firme! Mas dessa vez não mais.... cerveja, família (alcoólatra), barulho, música alta, vocabulário sujo! Pessoas sem sonhos! Imundas de espírito! Eu não queria ser assim, engolia seco, recuei. Aguentei mas, eu já estava me perdendo novamente... percebi então que tanto faz, tanto faz quem eu era, quem eu fui e o que eu queria ser, ninguém se importava! Ninguém acreditava em mim! Ninguém me apoiava também! Cheguei a ouvir “ faça outra coisa, essa prova vai ser muito difícil, você não vai passar.” Tentei continuar, eu não tinha amigos, eu não tinha ninguém ao meu lado e também não tinha ninguém que acreditasse em mim isso foi me envenenando. E então nesse sábado decidir chamar uma colega de faculdade para me fazer companhia, eu precisava de alguém. Na madrugada minha Mãe chegou com minha Tia embriagadas, esse episódio sempre foi normal para mim, mas há alguns meses ele passou a me torturar e ser um episódio contínuo, já fazia parte da minha rotina árdua. Minha Mãe sempre teve a mania de me odiar;sempre fez as pessoas (amigos ou namorados) se sentirem mal com a sua presença, ela nunca se importou se aquelas pessoas me fariam bem, se ela não estivesse em um dia bom certamente ela não queria aquela pessoa ali e sempre me tratava mal e fazia com que o ambiente ficasse mais horrível ainda, e por fim, eu acabava sozinha novamente.
Mas dessa vez eu estava cansada, chagaram fazendo barulho as 03 da manhã, tanto faz se tinha alguém ali ou não, e então, começaram-se as provocações;xingamentos, repulsão, ódio, eu nunca consegui entender. Me aguentei até onde pude, mas disse a minha amiga que se eu me levantasse não sei o que seria capaz de fazer, eu estava esgotada, me sentir mal, sei que qualquer pessoa sentiria vergonha da situação eu tinha uma visita, mas não eu, não sentir vergonha, essa era a minha verdade, essa era a minha família e a única certeza que eu tinha é que eu não queria acabar daquela maneira. Minha mãe chegou a xingar a minha amiga, e então, eu levantei e surtei! A Marina depressiva DESPERTOU! EU VOLTEI! Quebrei a casa toda! Eu quebrei TUDO! TUDO! Cuspir na cara dela! Depois disso tudo, escrevo deitada ao meu quarto, sem esperanças, sem vontade de fazer nada. Eu simplesmente odeio-me, eu voltei. Ontem, tentei suicidio, mas recuei e pedi ajuda no 188! Estou procurando um aluguel para eu e meu cãozinho... mas, acho que vou ficar aqui mesmo nessa casa enorme apenas com os móveis do meu quarto. Não consigo me levantar há dias, meus sonhos morreram e automaticamente eu morri com eles. Não tenho mais vontade de nada. Estou deitada esperando a morte chegar, a coragem de suicidar-se uma hora tem que ser maior e me dominar. Sigo a sua espera.