O que sou eu? Me sinto como um enxertado no mundo.
Fui adotado ao nascer. Embora tenha crescido sabendo a verdade, e sido bem tratado pela família que me acolheu, na medida do possível, nunca digeri bem tudo isso. Sempre me senti diferente dos colegas da escola, ainda mais por ter um nome incomum. Hoje, aos 52 anos, ainda me sinto como um enxertado no mundo, que participa e interage com esse mundo, mas sem reconhecer o meu lugar nele. Um filhote de cachorro! É com essa ideia que me percebo, quando fui entregue. Pode parecer ingratidão, talvez até seja. Mas é como eu me sinto, como me vejo, um ser desprezível!