Não abrir mão da minha vida individual é errado numa relação?

Feita por >soares12 · 8 ago 2024 Terapia de casal

Bom dia a todos!
Encontrei esse site e estou com esperança de que eu possa ter uma orientação de como devo proceder.

Ultimamente, minha cabeça tem estado num turbilhão de sentimentos e emoções. Fico pensando a cada dia se devo buscar um profissional, mas ao mesmo tempo fico pensando 'será que não estou fazendo tempestade num copo d'água?".

Contextualizando, eu estou em um relacionamento sério a 1 ano e 8 meses e estamos noivos. Morando junto praticamente desde o primeiro de namoro. Tudo ocorreu de forma intensa e hoje vejo que isso pode ter sido um grande erro.

Somos duas pessoas completamente diferentes em cultura, criação, sentimentos e personalidades, o que faz com que tenhamos conflitos constantes um com o outro. E esses conflitos têm se agravado cada vez mais, fazendo mal para ambos.

Particular a minha opinião, sempre vi que o casamento é uma escolha de vida, uma decisão pessoal e não uma obrigação ou regra de vida. Sempre tive claro em minha mente, que optar por ter alguém ao seu lado é um complemento, algo que te traz felicidade, algo gostoso, algo que vai fazer diferença em áreas da vida. Ao mesmo tempo que penso, que mesmo estando num casamento existem 03 vidas: a individual minha, a individual do parceiro, e a vida do casal.

Cada ser humano possui suas expectativas, suas vivências, seus desejos, suas metas e ambições, suas projecções de vida e não concordo com a ideologia de que ao casar você precisa deixar tudo para trás e viver em prol e exclusivamente apenas para "manter" uma relação, abrindo mão de seus gostos e vontades porque é "o certo a se fazer".

Vejo que numa relação, precisamos sim por vezes, ter que fazer certas escolhas em conjunto, agir e pensar em conjunto, mas que também existem coisas que cabem apenas a cada um.

Na minha atual relação por exemplo, meu parceiro não gosta que eu faça nada sem ele. Visitar algum amigo, ir ao shopping comprar uma roupa sozinho, ir à academia, sair com colegas de trabalho, fazer uma faculdade, etc.

Nesses 1 ano e 8 meses de relacionamento, eu nunca mais estive sozinho com minha própria mãe. Nesse tempo, sempre manifestei interesse em realizar uma nova faculdade para investir no futuro (acho minha atual profissão desvalorizada) e sempre me foi apontado que se eu optasse por fazer tal faculdade, eu destruiria o relacionamento. Nesse tempo também apenas saí sozinho para um evento social 02 vezes: uma vez convidei a minha equipe de trabalho (sou líder e eles bateram uma meta importante) para um rodízio de pizza na própria rua da empresa e durou 03 horas. Foi uma briga sem fim, fui completamente injusto na visão dele. A segunda vez foi na festa de fim de ano da empresa, onde me foi determinado a hora que eu deveria chegar e sair do evento, e constante reclamação pelo simples fato de eu querer ir, gerando brigas antes da festa e depois da festa. Nesse dia em específico, eu tomei um porre, e passei parte da festa chorando com uma colega... foi o momento em que precisei por para fora, e no final de tudo ainda saí como errado pois bebi demais. Não importou para ele que não fiz besteira, que eu estava mal, que eu chorei na frente de várias pessoas, que a bebida foi um escape dos meus sentimentos. Só importou que eu fiz "a única coisa que ele pediu para não fazer". Mas essa não foi a única coisa... diversas regras foram impostas para que eu pudesse ir ao evento.
Tenho um canal no Youtube que estava parado e sempre manifestei a vontade de retornar, onde sempre fui colocado pra baixo de que a “fama” destruiria nosso relacionamento.
Tive 01 dia de trabalho que precisei ir para outro município, Pasmem, dentro do meu horário de trabalho, e isso gerou confusão.
Fui convidado pela minha gestora a participar de um congresso de 03 dias, e pasmem, ele acha que essas coisas destroem a relação de casal. Melhor ainda dizendo, ele não consegue dormir 03 dias de mim. No fim das contas ainda saí como o insensível, que não faz questão da companhia dele. Sem contar que ele reservou mesmo sem dinheiro para tal, um quarto no mesmo hotel para que possa estar comigo.
Nunca mais fui ao mercado, uma padaria, nada sozinho. Quando quero dar algum presente para ele nas datas comemorativas, inclusive nosso aniversário, eu preciso fazer tudo online pois não posso sair sem ele para comprar nada.
Eu poderia citar diversas outras situações mas acho que apenas os relatos acima já são os suficientes para entender a posição e situação que me encontro.
Será que eu estou completamente errado em achar que esses comportamentos são inadminissíveis? Eu deveria realmente me privar de tudo num relacionamento? Não posso fazer nada a nível educacional, lazer/social, profissional se meu parceiro não estiver comigo?
Ah, esses confrontos ocorrem desde o primeiro mês de relacionamento. Ele inclusive chegou a pegar meu celular (sempre deixei ele ter acesso) e procurou por todas as conversas que tive antes de conhece-lo.
Nesses 1 ano e 8 meses, eu vacilei com ele em 02 momentos:
1. Me masturbei assistindo filme pornô. (04 meses atrás)
2. Adicionei algumas pessoas aleatoriamente em meu facebook. (2 semanas atrás)
E agora ela usa essas situações para dizer que têm motivo para não confiar em mim, e por isso ele não se sente confortável quando estou fora da vista dele. Sendo que ele sempre teve essa postura, muito antes de eu “dar” qualquer motivo para tal.
Para finalizar, deixo claro que nesse tempo todo de relacionamento, nunca o traí, seja fisicamente ou por troca de mensagens. Nunca me envolvi e nem tive interesse de me envolver com ninguém. Estou fazendo de tudo para melhorar nossa relação, mas tem sido difícil, uma vez que sempre sou apontado como o errado e me vejo tendo que abrir mão da minha vida acadêmica, social e profissional para fazer dar certo.

Que tipo de ajuda eu preciso? Se puderem me dar um direcionamento, ficaria agradecido.

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A melhor resposta 9 AGO 2024

Bom dia Soares. A individualidade, assim como sociabilidade, faz parte da relação amorosa saudável. Esse excesso de controle do seu parceiro vejo como um sinal de alarme para você. E por suas ultimas atitudes de já adicionar pessoas novas, parece que seu relacionamento esta em crise e não te fazendo bem. Eu sugiro você fazer terapia. A psicologia junguiana trabalha desde analise, autoconhecimento ate tratamentos psicológicos para casos mais graves. Por que esperar ficar grave para buscar um profissional da psicologia? Comece uma terapia para você ter mais clareza e fortalecer seu proposito de vida, relacionamentos. A disposição,
Lisiane Hadlich Machado
Psicóloga & Psicanalista & Terapeuta de casal/Familiar

Lisiane Hadlich Machado Psicólogo em Santa Maria

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23 AGO 2024

Olá Soares, tudo bem?
Primeiramente, é importante reconhecer que o que você está vivendo não é saudável. Um relacionamento deve ser baseado em respeito mútuo, confiança, e um equilíbrio entre a vida em comum e as vidas individuais de cada parceiro. O que você descreve soa como um relacionamento altamente controlado, onde sua autonomia e liberdade pessoal estão sendo constantemente restringidas, o que pode ser prejudicial ao seu bem-estar emocional e mental.
Não há nada de errado em querer manter sua vida individual dentro de um relacionamento. Na verdade, é essencial para o bem-estar de qualquer pessoa. Ter interesses, hobbies, amigos e uma carreira fora do relacionamento é saudável e necessário para o crescimento pessoal.
Relacionamentos saudáveis permitem que ambos os parceiros tenham suas próprias vidas, além de compartilharem uma vida juntos. A ideia de que você deve abrir mão de tudo para "manter" a relação é prejudicial e não sustentável a longo prazo.
O comportamento do seu parceiro, como impedir que você saia sozinho, controlar suas atividades e reagir negativamente a qualquer coisa que você faça independentemente, é um sinal de controle, não de amor. Esse tipo de comportamento pode ser emocionalmente abusivo.
Usar a falta de confiança como desculpa para controlar suas ações, especialmente quando a falta de confiança se baseia em situações normais (como a masturbação ou adicionar pessoas no Facebook), é manipulador. Isso não é uma base justa para justificar restrições severas à sua liberdade.
A busca por um terapeuta pode ser muito útil para você entender melhor sua situação e desenvolver estratégias para lidar com esses sentimentos e conflitos. Você mencionou que às vezes sente que pode estar "fazendo tempestade em copo d'água", mas os problemas que você está enfrentando são reais e significativos.
É fundamental que você se cuide e priorize seu bem-estar. Estar em um relacionamento não deve significar a perda de sua identidade ou liberdade. Se, após todas as tentativas de comunicação e ajuste, a situação não mudar, pode ser necessário considerar se este relacionamento realmente é o melhor para você. Colocar-se em primeiro lugar não é errado; é essencial para uma vida saudável e equilibrada.
Se precisar estou à disposição.
Marília - psicóloga de abordagem psicanalítica.

Marília Figueiró Bueno de Oliveira Psicólogo em Ribeirão Preto

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12 AGO 2024

Soares
Voce mesmo disse: Você é uma realidade: precisa se realizar; ele é outra realidade: precisa se realizar; Voces dois juntos é uma 3ª realidade. Como podem conviver juntos, realizando a si mesmos e ao mesmo tempo um axiliando o outro.
Como você coloca, isto não está acontecendo e parece que você permite que ele te comande, que ele te governe.
Por que você permite?
Você precisa resolver, curar a tua dependência emocional.
Faça Psicoterapia.
Abraços

Geime Rozanski Psicólogo em Brasília

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10 AGO 2024

Olá! Primeiro que sinto muito que esteja passando por essa situação, parece que toda essa situação tem te angustiado, trazendo muitos pensamentos, memórias e sentimentos intensos.

De fato pelo relato lido, o mais ideal é que você procure terapia. Para organizar melhor suas percepções sobre a situação e sua autoavaliação.

Mas nesse chat, posso te ajudar com alguns comentários importantes:

• No início você diz sobre diferenças no relacionamento, entre o casal. O importante aqui é não ter uma ilusão de que existem relacionamentos perfeitos, relacionar envolve constantes negociações, conflitos e concessões para a vida em conjunto. Mas, isso pode ocorrer de forma saudável, e, não de uma forma agressiva. Pois, não vamos concordar com tudo que as pessoas em volta de nós pensam, mas mesmo assim é possível conviver e estar junto.

• Mas, é válido que, para que haja mais harmonia, até mesmo para lidar com as discordâncias, haja um alinhamento de valores. Os dois tem que ter clareza das expectativas que tem de uma pessoa em um relacionamento, então, assim nós descobrimos se temos a mesma visão do que é ser um casal, e assim fazemos acordos para vivermos juntos.

• Agora, pode ser que, a visão do que é ser um casal para vocês seja incompatível e estar com essa pessoa vai te impedir de viver seus valores, de vivenciar aquilo que é importante para você. Então cabe a você uma decisão, pois é a sua vida e quem vive as consequências das suas escolhas diariamente é você.

• Muita das vezes nós podemos ter pensamentos conflitantes sobre a mesma situação, porque nossos pensamentos são parte da linguagem, são uma forma de compreender a realidade e não uma verdade absoluta. Se afaste um pouco da sua mente e observe os seus pensamentos, eles não devem decidir por você, eles não são verdades absolutas. Você é o ser que está passando pela experiência de pensar e você, com os seus valores, pode decidir qual caminho tomar.

Espero ter ajudado de alguma forma, e que as coisas se organizem na sua vida amorosa.

Bianca Fernandes Psicólogo em Contagem

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10 AGO 2024

Olá Soares,

Pelo visto, vc e seu parceiro não estão com uma dinâmica boa de relacionamento havendo excesso de controle e ciúmes. Pelo o seu relato, vc demonstra ter clareza de que as coisas não estão indo bem e que é complicado vc abrir mão de toda a sua vida por um relacionamento, pois isso te faria muito mal e te adoeceria. Por outro lado, ao aceitar as condições impostas vc pode sabotar o relacionamento por meio dos vacilos e isso, se tornar cíclico, o que também te adoeceria. Penso que vc deve conversar com o seu parceiro e lutar pelos os seus direitos. Caso não tenha resultados, cabe vc avaliar se deve ou não seguir em frente com esse relacionamento.
Procure por acompanhamento psicológico, caso ainda não se sinta seguro o suficiente para tomar as suas decisões.

Espero ter contribuído,
Estou a disposição, caso necessite!
Paz&Bem

Angela Dias Campanha Psicólogo em São José do Rio Pardo

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10 AGO 2024

Olá!

Primeiramente, agradeço por compartilhar tão abertamente sua situação e buscar orientação. É evidente que você está passando por um momento desafiador, e é compreensível sentir-se confuso sobre como proceder. A sua busca por ajuda é um sinal de que você está comprometido em encontrar soluções e melhorar sua qualidade de vida e seu relacionamento.

O que você descreve pode estar relacionado a dinâmicas de controle e co-dependência no relacionamento. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia do Esquema podem ajudar a entender e modificar esses padrões. Na TCC, um foco importante é identificar e desafiar pensamentos e comportamentos disfuncionais que podem estar contribuindo para os conflitos. Já a Terapia do Esquema explora padrões de longo prazo que podem estar enraizados em experiências passadas e influenciar a maneira como você se relaciona e percebe a si mesmo e aos outros. Esses padrões podem incluir comportamentos de controle e a sensação de não poder atender às suas próprias necessidades e desejos.

É crucial considerar o equilíbrio entre suas necessidades individuais e a dinâmica do relacionamento. A sensação de não poder ter uma vida social, profissional e acadêmica independente pode ser um sinal de que o relacionamento está impactando negativamente sua saúde emocional e seu bem-estar. A co-dependência pode levar a um sentimento de culpa constante e uma dificuldade em estabelecer limites saudáveis. Buscar a ajuda de um terapeuta pode ser fundamental para explorar essas questões e aprender estratégias para estabelecer limites adequados, comunicar suas necessidades e encontrar um equilíbrio saudável no relacionamento.

Sou Marco Antônio Lucas, psicólogo clínico, neuropsicólogo, cientista da religião e discente de antropologia, com CRP-04/77122. Tenho experiência em psicologia clínica, neuropsicologia e ciências da religião, além de estar em formação contínua na área de antropologia. Buscar apoio profissional pode oferecer uma perspectiva externa e orientações específicas para ajudar a compreender e lidar com essas dinâmicas de maneira construtiva. Avaliar o relacionamento e considerar a terapia de casal também pode ser útil para resolver os conflitos e melhorar a comunicação entre vocês.

Marco Antônio Lucas Psicólogo em Divinópolis

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10 AGO 2024

Bom dia, Soares! Obrigado por escrever. Poderia detalhar considerações a partir do que você escreveu. Vou me ater ao que é objetivo. A vida individual, a liberdade, a escolha espontânea, a autonomia, é um necessidade para viver relacionamento pleno. Pelo conteúdo que escrevestes, você não tem namorado, você tem um controlador imensamente inseguro.
Ele não está pronto para namorar, precisa amadurecer, e muito. De outro lado, você se permitir permanecer por um ano e oito meses em relação dessa forma, sugere que você também tem inseguranças a serem trabalhadas.
Esse namoro deve ser interrompido o mais breve possível, com o devido respeito, estratégia e ética, mas não será possível evoluir. tenha cautela e empatia, mas não será possível namoro saudável com essas características.
Estarei a disposição para maiores aprofundamentos.
Atenciosamente,
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.

Ary Donizete Machado Psicólogo em Limeira

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