Oi, sou o Coy, tenho 26 anos e a 4 eu perdi totalmente a vontade de viver. Se não fosse o fato do suicídio fazer as pessoas que amo sofrerem demais, eu o já teria feito.
Para contextualizar, a 4 anos eu me formei e por fatores externos excepcionais eu perdi 3 empregos consecutivos. Na época, achei que o mundo conspirava contra mim. Foi aí que perdi a vontade de viver.
Com o tempo eu observei que isso era uma bobagem e consequentemente arrumei até 2 empregos na minha área. Isso não foi suficiente pra eu voltar a ter vontade.
Sendo assim, depois do desespero e nenhum profissional me ajudar eu tive que procurar um caminho pra evitar o suicídio eminente. Observei que tentar fazer as pessoas que amo felizes era um objetivo mais que suficiente para conseguir viver, mesmo não tendo vontade. Voltei pra casa, larguei minha carreira e estou cuidando do negócio da família.
Pra ser mais específico, fui em 4 psicólogos e 2 psiquiatras, somando mais de 50 sessões. Todos os psicólogos usaram o TCC para me tratar. Não funcionou. Eu não tenho pensamentos deturpados. Eu entendo todos os privilégios que tenho, não tenho pensamentos negativos, não tenho traumas, não tenho fardos e etc. Aparentemente só me tornei uma pessoa triste mesmo.... E como é de praxe de todo psicológo que não consegue ajudar e não tem coragem de assumir, recomendaram psiquiatra. Logo, fui em dois, tomei remédios e tudo. Não ajudou nada. Os médicos disseram ser problemas psicológicos e não biológicos para tomar remédio. E desde então estou nessa gangorra. Sendo assim, naturalmente todo mundo enfrentou um paradoxo. Sabem que eu preciso fazer alguma coisa pra mim, só que se eu perder o gosto em viver em função dos outros, eu posso desistir de vez da vida. Além disso, eu não sinto prazer em absolutamente mais nada.
O problema é o seguinte. Eu estou perdendo a vontade de ajudar as pessoas que amo também... Por isso, gostaria que me respondessem o mais rápido possível.
Desde já, agradeço a atenção.
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25 ABR 2021
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Olá, Coy.
A abordagem de TCC é útil para aquilo que se propõe, mas sua proposta geralmente se concentra nos resultados atrelados a mudança de comportamentos.
Sigo uma abordagem psicanalítica que costuma se aprofundar nas motivações mais inconscientes daquilo que te move. Se pudéssemos medir, costumo dizer que cerca de 90% dos motivos que direcionam nossas decisões (das mais automáticas até as mais complexas) são motivadas pelos nossos desejos mais inconscientes. Porque um comportamento esperado pode ser atingido, mas se suas motivações não forem identificadas, é muito comum que o "sintoma" apresentado se modifique, mas a dor se mantenha. Entende?
Pelo seu relato, você em um primeiro momento associa a perda consecutiva dos seus empregos com o surgimento da ideação suicida, mas que mesmo voltando a trabalhar sentiu que sua dor se manteve. Talvez se faça necessário investigar a importância que aqueles empregos tivessem para você.. Muito para além de simplesmente conseguir ou não, mas explorar se de repente teria alguma relação em corresponder uma expectativa alheia, sabe? Ou que pudesse ter respondido a alguma pergunta interna... Que pergunta seria essa?
Quando mencionou que o mundo pudesse estar conspirando contra você, talvez possamos buscar uma relação com a crença que desenvolveu, ao longo de sua trajetória, sobre si. Como quais adjetivos conta sua própria história, sobre seus próprios desejos, sobre seus medos e sobre suas "falhas"?
Longe de buscar uma resposta ou fórmula simples, é preciso mergulhar na sua história e entendê-la, baseando na leitura que você fez dela, para acessar de fato a angústia, Coy. Aquilo que realmente te machuca. Dividi-la com alguém de confiança pode tornar o caminho mais leve.
Um processo psicoterápico requer tempo, querido. Nos defendemos dos nossos desejos quando, por algum motivo, somos censurados por ele. Identificar os seus desejos e das coisas que você teve que abrir mão para agradar alguém que você ame, por exemplo, pode ser uma das possibilidades. E quando eu falo de desejo, estou falando sobre a ideia de ser um super profissional para obter algum tipo de reputação, quanto a poder ser alguém que também falha, tem "defeitos", busca acolhimento e também pode ser valorizado por isso.
Para finalizar, vejo duas partes em você: uma que deseja acabar com a angústia de não sentir mais a dor e outra que quer expressar o amor às pessoas queridas, mas que já percebeu que se não encontrar uma forma de expressar o amor próprio, será insuficiente.
Pense nisso, querido. E se quiser conversar, estou à disposição.
Coy,
Realmente sinto por teres perdido tempo com profissionais que não tinham a possibilidade te ajudar a compreender o que está passando.
Simplesmente está neste estado porque está no caminho errado, está fazendo coisas, investindo teu tempo e energia no que está te levando cada dia mais longe de ti mesmo.
Precisa saber quem voce é, o que a vida quer de ti.
Se fazendo o que está fazendo os resultados são estes, precisa mudar o que faz para ter outros resultados.
Voce não veio aqui para satisfazer os outros. Veio aqui para se realizar e ser feliz.
Isto não é demagogia, é realidade. Portanto, se ocupe mais com o teu sentimento: faça o que tiver vontade de fazer e ouse ser voce mesmo. É preciso ser fiel a si mesmo e não aos costumes, crenças ou tradições.
Precisa iniciar uma Psicoterapia de verdade - em pouco tempo, se tiver garra e disciplina estarás em outra situação.
A escola é sempre tua. Não aceite este estado de coisas.
Recupere a tua Identidade.
Olá Coy, espero que vc esteja bem. Entendo suas colocações e te chamo a uma reflexão sobre si mesmo: onde vc quer chegar? O que vc quer fazer? Digo isso pois a resposta está com você! Somente vc e a sua mudança de comportamento poderá te ajudar a encontrar um caminho para sentir prazer em estar vivo! Convido você e te estando minha mão para seguirmos nessa jornada!
Estou aqui para seguirmos juntos!
Um abraço!
Você consegue perceber a forma como todas as condutas profissionais que foram utilizadas no seu tratamento impactaram e influenciaram nos seus comportamentos e atitudes? Acredita realmente que as intervenções utilizadas tenham de fato trazido um impacto negativo na sua vida?
O quanto está realmente disposto em compreender mais a fundo os motivos que fazem com que você se comporte de forma tão resiste aos tratamentos adequados?
Está realmente disposto a entender as razões que te levam a lidar com as mais diversas situações de sua vida, principalmente as adversidades e desafios, entre outros pontos que envolvem as suas características e os principais traços de sua personalidade?
Estou à disposição.
Abraços,
Adriana P. Sacadura Tavares
CRP 25/302
Olá Coy! Grato por contar essa história. Primeiro cabe observar que o profissional precisa manejar a técnica e não o contrário: a técnica se sobrepor ao profissional. Tal qual cada pessoa é única, rica, rara, cheia ferramentas, saberes, vivências, memórias, sensibilidade, criatividade, o ser humano com diploma de Psicologia, também o é. Segundo: você escreveu aqui porque supõe que será possível viver outras histórias, interagindo com profissionais diversos. Terceiro: quando amo as pessoas, suponho e espero que as pessoas também me amem.
Nós, psicólogos, escolhemos essa profissão por acreditarmos que pessoas ouvidas com respeito, sigilo, compreensão, liberdade, podem falar mais profundamente de si mesmas, refletir sobre a identidade, personalidade, potenciais, possibilidades, planos e metas.
Dê mais chances a si mesmo. Uma sugestão: pesquise nossos perfis, leia o que escrevemos, escolha um de nós, venha para consultas, com mente aberta, persistência, disciplina, de tal forma que consiga persistir por seis meses, pelo menos. Após isso, certamente algumas luzes se acenderão no final de túnel e a continuidade, muito provavelmente fará sentido para você.
Estaremos à disposição.
Abraços virtuais (em tempos de aumento gravíssimo da pandemia, evitemos mais mortes: máscara, higiene, distanciamento físico, fechamento total (lockdown) para obtermos os mesmos benefícios que Araraquara, vacina obrigatória e rápida para todos e por todos, senso de comunidade, empatia, Ciência!)
Olá Coy.
O que realmente de fez entender que os profissionais não te ajudaram?
Qual o tempo que permaneceu com cada psicólogo e psiquiatra?
Você disse que não tem pensamentos distorcidos. Quando você comenta que os profissionais não ajudaram em nada, você tem certeza que não houve nenhum insite, nenhum conhecimento novo?
Qual o seu nível de empatia com os profissionais que esteve?
Quanto você acreditava nos tratamentos que resolveu fazer?
Será que você não sabotou seu tratamento para confirmar que realmente não ia dar certo?
Qual é o seu real interesse em ficar bem?
Qual a diferença entre eliminar a dor e não a vida?
Por que você largou sua carreira para cuidar dos negócios da família? Será que foi realmente para ajudar quem ama, ou tem algo aí?
Espero que estas perguntas te ajudem a refletir.
Jane Assunção
Boa noite Goy, vc transfere a responsabilidade para um profissional, psicólogo ou psiquiatra, sendo que Qualquer pessoa para ter ajuda precisa QUERER. E estou em dúvida se vc quer.
Vc é responsável pela sua melhora. Não existe terapia q de certo sem comprometimento.
Vc diz q não tem pensamentos negativos, traumas, mas se tornou uma pessoa triste.
Essa tristeza precisa ter um motivo. Ninguém é triste do nada, a sua tristeza pode ser uma melancolia que te acompanha, e só sabendo a sua história de vida para entender e tentar ajudar.
Mas vc precisa querer ajuda.
E não é desculpa de psicólogo recomendar o psiquiatra. A medicação auxilia o tratamento e agiliza em caso de transtornos mais graves. Não sei se é o seu caso.
Mé parece q vc precisa de auto conhecimento.
Se interessar em conhecer sou Mônica psicóloga
