como posso superar não ter sido amada na infância?

Feita por >Rosa · 7 mar 2023 Abordagem psicológica

Eu sou a filha mais velha de um casal muito disfuncional. Meu pai é alcóolatra em recuperação que não sente qualquer responsabilidade do que tenha ocorrido comigo na infância porque ele era doente. Minha mãe tinha algum problema não diagnosticado. Lembro de muito pequena chorar muito por me sentir perdida e sem amor. Parece bobagem mas quando eu tinha uns 5 anos meu pai voltou de viagem e trouxe presente para minha mãe e irmã mais nova, mas não para mim. Eu senti um horror um desespero que nunca passou de verdade. Quando eu tinha 7 anos quis muito, muito mesmo, me deixar levar pelo rio que cortava minha cidade. Eu só queria que me levassem dali. Quando eu tinha 13 anos peguei rubéola e passei muito mal. O médico disse que como eu era grande para minha idade tanto poderia ser algo benigno ou mais complicado. Minha mãe deixou minha irmã aos cuidados de uma vizinha e eu ficava sozinha em casa, muitas vezes sem água ou comida porque simplesmente não conseguia andar. Quando minha madrinha me encontrou e pediu ajuda para que cuidassem de mim, minha mãe brigou tanto comigo, não lembro se me bateu, mas disse "agora a vizinha não vai querer cuidar da sua irmã que vai ficar doente e morrer por culpa sua." Acho que sobrevivi porque era boa na escola e lá as coisas faziam sentido, eu me comportava bem, estudava e era reconhecida, recompensada. Uma vez, eu tinha uns 7, 8 anos quando fui mal agasalhada uma professora me deu seu casaco, eu nunca me senti tão quentinha e essa professora nem era minha preferida. A surra que levei por ter feito minha mãe passar vergonha porque a professora pediu para que eu fosse mais agasalhada até valeu a pena. Quando eu tinha 18 anos ela propôs que nos suicidássemos juntas no natal. Meu pai sempre me ignorou. Só se aproximou de mim enquanto precisava de ajuda para dar melhores condições para minha irmã, a filha de verdade dele. Ela ele sempre amou, a mim nada. Eu também amava muito minha irmã então suportei muita coisa, como ele me forçar a mentir para as namoradas dele. Eu odiava mas obedecia porque queria desesperadamente ser amada. Adulta tive relacionamentos disfuncionais e até meu casamento com um bom homem, que me ama, é complicado porque apesar de eu não duvidar do amor que ele sente por mim a bipolaridade dele não permite que ele demonstre ou seja capaz de realmente estar comigo do meu lado. Eu tenho uma filha, eu queria muito ser mãe, mas rapidamente percebi que tinha sido um erro. Eu busco desesperadamente ser uma boa mãe, uso disciplina positiva com ela e sei que somos ligadas, mas se pudesse escolher não teria filhos hoje. Eu nunca falei algo assim pra ela e sempre me desdobro para que ela seja a prioridade. Eu prometi que não passaria adiante a maldição que tinha recebido. Eu tenho acompanhamento psicológico, mas minha psicóloga não me permite falar do que sinto pela minha filha. Sobre meu buraco na alma eu só escuto que a gente nasce só e morre só também. Me dá muitas sugestões sobre como fazer para dar conta me mim, da minha filha, da minha família, mas nem uma ponta de esperança de que um dia alguém esteja comigo para me ajudar, esteja pra mim como estou pra eles. Em relação a minha filha isso é ok, porque tudo o que mais quero é que ela cresça segura, feliz e autônoma. Eu realmente estou cansada de ser só, de não ter ninguém com quem contar. Eu sinto inveja de quem diz que vai na mãe e a mãe faz algo, que a mãe vem ajudar com o filhos recém nascidos. Eu sempre só tive a mim, e agora estou velha e cansada de cuidar de mim e dos outros. Queria poder por um tempo só cuidar de mim, mas aí eu seria idiota e egoísta como meu pai e também não quero isso

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