Suicídio: a dor que quer se acabar
No mês de setembro é realizada a campanha Setembro Amarelo, pela Valorização da Vida. Vamos valorizar a vida sempre, não ignorar a dor, se colocar ao lado do outro e prevenir o suicídio!
O que leva uma pessoa a querer tirar a própria vida? O que motiva alguém produzir em si a dor de uma autoagressão? Por qual razão alguém perde o sentido da vida e não quer mais vivê-la? Ou o que traz esta dor que não pode calar e que quer se acabar?
O suicídio leva a muitos questionamentos, mas uma coisa é certa: ninguém quer deixar de viver, o suicida não quer acabar com a própria vida, ele quer acabar com o sofrimento.
Este sofrimento é tão forte, tão cruel, tão profundo, que nada parece fazer sentido. A família, os amigos, a profissão, o dinheiro, a esperança, nada mais existe. Apenas aquele vazio, aquele buraco onde deveria haver tantos sentimentos, mas eles já se foram...
As forças para lutar se acabaram, e o que sobrou é usado para um último ato, na busca errônea pela solução de todos os problemas. E este ato, quando consumado, põe fim a uma vida, uma história, um destino e toda uma existência.
Quem fica sofre muito, é muito difícil compreender, aceitar. Vêm os questionamentos, a negação, a raiva, a culpa, a decepção, e muitos sentimentos negativos, pois ninguém espera que isto aconteça. A morte é dolorosa e o luto sempre vem acompanhado de sofrimento, mas, quando a morte foi uma escolha, uma decisão, um grito de socorro impossível de ser atendido, a dor é muito maior, não há comparação.
Quando se sobrevive a uma tentativa de suicídio parece que a pessoa vive um misto de gratidão com decepção, que depende do nível no qual está o vazio e a desesperança. Ao mesmo tempo em que se questiona o porquê não conseguiu, também se questiona se não é uma nova oportunidade de viver que está tendo e que deve aproveitar, mas ainda não sabe como. Se encontrar a ajuda certa é possível perceber outras saídas, entretanto, se não tiver esta ajuda necessária, em breve tentará de novo, e desta vez pode conseguir.
Ao vivenciar este sofrimento e viver com esta dor é muito difícil perceber que há realidade diferente para si mesmo, não se vê uma luz no fim do túnel, não se percebe uma saída. Tudo parece cinza, nada traz alegria e prazer, não existem bons sentimentos.
A incompreensão das pessoas que estão ao redor é dolorida, pois, é realmente difícil entender por que algumas pessoas não querem continuar vivendo suas vidas, apesar de para os outros parecer boa.
Por isto é muito importante entender que o suicídio não é frescura, não é brincadeira, mas, é algo muito sério, é um grito de socorro, é um desespero profundo, uma dor insuportável, uma necessidade urgente de sair do sofrimento em que se encontra e nada mais consegue aplacar.
Ao passo que a pessoa em risco de suicídio percebe que alguém entende e acolhe sua dor, sabe que é aceita, compreendida e amada, pode começar a se aceitar, compreender, se amar e deixar o desejo de pôr fim a sua vida de lado, pois sua dor é aplacada, suas esperanças são renovadas, a luz no fim do túnel se torna visível e novas possibilidades são visualizadas.
Mas a luta continua, o que foi renovado deve continuar em constante aperfeiçoamento, tanto da parte da pessoa que desejou morrer quanto das pessoas ao seu redor, até que seja extinta esta possibilidade.
Acompanhamento psicológico é de extrema importância em todo o processo, e o uso de medicamento, com acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário por um bom tempo, pois ambos ajudam muito a pessoa a refletir, a repensar sua vida e seus hábitos e, a psicoterapia trabalhará a raiz do problema, fortalecendo a pessoa e a tornando capaz de não voltar ao fundo do poço onde se encontrava.
E é tão bom ver novas possibilidades, recomeçar, reinventar a vida, ressignificar as dores e experiências, superar o passado, aproveitar o presente e vislumbrar um futuro melhor! Saiba que é possível, com ajuda correta muitos conseguiram e você também vai conseguir!
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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