É tristeza ou depressão?

Muitas pessoas associam a depressão a uma pessoa triste, sem vontade de viver. Porém, como avaliar se estamos falando de tristeza ou depressão?

23 FEV 2016 · Leitura: min.
É tristeza ou depressão?

Quem é que nunca ouviu falar sobre alguma pessoa que tenha ou já tenha tido depressão? Infelizmente é quase impossível, nos dias de hoje, não ouvir falar dos "transtornos depressivos".

Sim... a depressão é reconhecida como um transtorno, mais especificamente um transtorno de humor, que de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 340 milhões de pessoas, sendo considerada a quinta maior questão de saúde pública, e até 2020 deverá estar em segundo lugar. Preocupante, não é?

Pode ser que muitas pessoas associem a depressão simplesmente à uma pessoa triste, sem vontade de viver a vida, sem ânimo para sair, trabalhar, conversar, namorar, etc. Mas como avaliar se estamos falando de tristeza ou depressão?

Em 1953, foi publicada pela American Psychiatric Association (APA), a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), que já encontra-se em sua 5º edição desde 2013. Neste manual, estão descritas categorizações de respostas que permitem identificar, por exemplo, se uma pessoa apresenta ou não um transtorno depressivo, entre outros transtornos.

Entretanto, tal manual permite apenas uma análise topográfica de um comportamento (por exemplo: incapacidade de concentração ou pensamento de morte), não sendo suficiente para compreender qual a função de determinados comportamentos, assim como porque eles se mantêm.

Bom... mas o que nos interessa aqui, neste texto, é apenas discutir se a Ana, a Maria, o João, o Carlos, e outras milhares de pessoas sentem tristeza ou tem depressão. Resumidamente, de acordo com o DSM-5, uma pessoa com depressão deve apresentar pelo menos dois sintomas principais:

  • humor deprimido (tristeza), sendo que em crianças e adolescentes pode ser humor irritável
  • perda de interesse ou prazer (dificuldades de tomar iniciativa, de fazer coisas novas, ou simplesmente de sair da cama)

Obs.: Ambos devem ocorrer na maior parte do tempo, pelo período mínimo de duas semanas.

Deve apresentar também pelo menos 3 dos seguintes sintomas:

  • Mudança de peso ou apetite;
  • Insônia ou hipersônica;
  • Retardo ou agitação psicomotora;
  • Perda de energia ou fadiga;
  • Inutilidade ou culpa;
  • Incapacidade de concentração ou indecisão;
  • Pensamento de morte ou ideação/tentativa de suicídio.

Além disso, para afirmarmos a possibilidade de um transtorno depressivo, os sintomas devem causar prejuízo ou sofrimento significativo. (Existem ainda, alguns outros critérios e várias especificações, mas que não serão aqui discutidas.)

Pelo menos uma conclusão muito clara nós podemos tirar: em todo transtorno depressivo existe tristeza, mas não é toda tristeza que podemos chamar de depressão! O humor deprimido é um comportamento humano normal e muito comum, mas dependendo de sua persistência e relevância já não faz mais parte de uma condição normal, e é de extrema importância que tenhamos habilidades suficientes para lidar com ela.

Esta conclusão é importante na medida em que auxilia uma pessoa a olhar para seus comportamentos e saber qual é a hora de procurar a ajuda de um especialista.

Outro ponto importante a ser destacado é o contexto no qual esta "tristeza" acontece, e qual função ela tem. Algumas perguntas simples poderão lhe ajudar nesta avaliação: Quando é que eu tenho me sentido triste? Em quais situações tenho me sentido assim? Desde quando? Com que frequência? O que eu tenho feito para me sentir melhor?

E, por fim, respondendo à nossa pergunta inicial: É tristeza ou depressão? Não podemos afirmar nada sem uma boa avaliação comportamental, e para isto, um psicólogo ou um psiquiatra, dependendo da gravidade dos sintomas, poderá ajudar!

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Escrito por

Karina Pinheiro

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