Explicando a ansiedade

Possivelmente um dos comportamentos mais funcional na história evolutiva da humanidade é a ansiedade.

21 JUN 2021 · Leitura: min.
Explicando a ansiedade

A ansiedade é uma manifestação do nosso organismo frente às situações onde o perigo real de acontecer algo ruim não necessariamente acontecerá. Se pensarmos na evolução da espécie humana, a ansiedade serve como sistema de alarme que prepara nosso corpo para lutar ou fugir, mediante determinadas situações. Deste modo, podemos afirmar que a ansiedade é uma manifestação fisiológica do organismo que tem como principal função a nossa proteção.

Para melhor exemplificar a fisiologia da ansiedade, mediante a fala "corra que o shopping está pegando fogo", de forma autônoma nosso organismo reage aumentando os batimentos cardíacos, elevando o fluxo sanguíneo para nossa musculatura, entre outras alterações fisiológicas, com objetivo de preparar o sujeito para fugir do incêndio ou tentar combater o fogo por exemplo. O que temos que ficar atentos é quando a ansiedade se manifesta de forma intensa frente a situações que não apresentam risco real ao sujeito, fazendo que o mesmo passe grande parte do seu tempo com sentimento que o pior irá ocorrer, comprometendo significativamente os seus afazeres cotidianos.

Manifestações exacerbada de ansiedade podem ser apresentadas frente a determinados estímulos que serão classificados como transtornos de ansiedade, e nesses casos, a pessoa deve procurar ajuda profissional, como psicólogo e psiquiatra. São vários os tipos de transtorno de ansiedade, tais como, transtorno de pânico, fobia social, agorafobia, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo entre outros. No geral as pessoas acometidas por esse transtorno apresentam sintomas como sudorese, palpitação, rubor facial, "frio na briga", dor no peito, sensação de sufocamento, nó na garganta entre outros que paralisam as pessoas.

As principais formas de tratamento para combater os transtornos de ansiedade são acompanhamento com psiquiatra, profissional esse habilitado para prescrever medicações quando se faz necessário e acompanhamento psicológico, sendo a Terapia Comportamental uma das principais indicações para essa finalidade. Em algumas situações a pessoa responde bem a psicoterapia e não se faz necessário o uso de medicação, porém, para outras pessoas ocorrem a necessidade de psicoterapia com auxílio da medicação. A medicação tem por finalidade agir na redução dos sintomas e a Terapia Comportamental irá identificar os comportamentos que mantém os sintomas de ansiedade além de alterar a relação do sujeito com seu ambiente, pois, alterando o ambiente, reduz os sintomas.

De forma geral, a ansiedade não tem cura, até por que, é essencial para o organismo e não se trata daquilo que é intrínseco a espécie humana, assim, não compre discursos vinculados na mídia que prometem curar a ansiedade, pois só a fala já demonstra equívoco conceitual. Em relação aos transtornos de ansiedade, esses sim, mediante trabalho com psicólogo e psiquiatra devem ser tratados obtendo-se controle satisfatório com a diminuição e/ou retirada de seus sintomas, o que irá possibilitar o sujeito retornar a normalidade da sua vida.

BIBLIOGRAFIA

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.

COÊLHO, Nilzabeth Leite; TOURINHO, Emmanuel Zagury. O conceito de ansiedade na análise do comportamento. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 21, n. 2, p. 171-178, 2008.

LIMA, Carla Laíne Silva et al. Bases fisiológicas e medicamentosas do transtorno da ansiedade. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, p. e808997780-e808997780, 2020.

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Escrito por

Alexandre G. Brito Psicólogo

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