A pressa é inimiga das relações

Exatamente isso que você leu querido leitor, redundâncias a parte vamos conversar aqui sobre como a pressa está destruindo suas relações.

23 MAI 2022 · Leitura: min.
A pressa é inimiga das relações

Exatamente isso que você leu, vamos conversar aqui sobre como a pressa está destruindo suas relações. Vale salientar que vivemos em relação, então se pararmos para pensar o outro tem um papel importante em nossas vidas... Mas será que você sabe esperar o tempo das coisas acontecerem? Do vinculo se construir? Será que você não está indo com muita sede ao pote? Impossível não lembrar da música Sede ao pote da Banda de Rock cearense Selvagens á Procura da Lei a canção diz o seguinte: "Eu tenho sede ao pote quero mais um gole dessa vida breve, por isso não me negue mais um dia sem correr perigo, tenho pressa e tenho tempo..." Exatamente isso temos o desejo que ás coisas se desenrolem no nosso ritmo e quanto ao desejo do outro está sendo respeitado?

De acordo com a psicanálise a humanidade deseja porque sua satisfação de necessidades vitais passa pelo apelo dirigido ao outro, o que altera a satisfação transformando assim em demanda de amor. Dessa forma o sujeito é faltoso e desejante e quanto a isso tudo bem, desejar é algo saudável e é isso que nos move. A questão é se você não está se movendo muito rápido a um ponto de invadir o espaço do outro. Será que você está impondo seu desejo ao outro? Será que você abre espaço para o outro se colocar na sua vida da forma que ele é e não do jeito que você espera?

Vamos ilustrar situações hipotéticas: um belo dia você começa uma conversa com uma pessoa e gosta bastante e aos poucos vocês vão se tornando próximos mesmo que virtualmente. E de repente você percebe que está se apegando e as respostas do outro lado começam a demorar, visualizações sem resposta e você enviando cada vez mais perguntas e figurinhas e nada do outro responder, aquilo lhe ocasiona angústia, raiva, talvez desemboque até em um bloqueio do outro.

Mas vamos lá entender isso, a vida é como uma dança e dançar junto requer ritmo, daí a importância de entender o ritmo do outro e saber esperar pela ação do outro, caso contrário é um monólogo. Na ânsia de ser respondida (o), vista (o), amada (o) e validada (o), houve um excesso de mensagens que o outro responde com o silêncio e que muitas vezes o silêncio é interpretado como desaforo ou rejeição. Mas será que é mesmo isso? Será que o silêncio pode ser uma tentativa de demarcação de espaço? O silêncio seria um pedido de pausa? De tempo? Não sabemos é interessante pensar que a pressa é inimiga da relação e as expectativas endereçadas ao outro tendem a ser frustradas. E ai você deve estar se perguntando: E se o outro não for o que eu espero? Na maioria das vezes não é, as pessoas são o que é possível ser e não o que desejamos. Mas essa ansiedade de saber se a relação vai dar certo, se é correspondida(o), tem raiz no medo da falta, na necessidade de preencher o vazio. Mas que espaços são esses que precisam ser ocupados tão rapidamente?

E o que fazer então? Primeiro: Se lhe causa sofrimento procurar terapia com uma profissional qualificada. Segundo: Investigar sua história de vida. Terceiro: Dar tempo ao tempo. Quarto: Se voltar para si, não estou dizendo que se feche para o mundo, mas sim que volte a sua energia para você, se o outro não respondeu ele tem os motivos dele (a), não cabe a nos julgar e sim aceitar e refletir se tivemos alguma responsabilidade nisso. E nos questionar porque a ausência do outro nos incomoda de forma exacerbada.

Referências

RODRIGRUES. Soraia Souza. Demanda e desejo em psicanálise. Revista psicologia.com.pt.2010.

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Escrito por

Silvia Helena de Amorim Martins

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