Contra a Homofobia: por que tanto preconceito?

Os episódios de violência homofóbica continuam em alta no Brasil. Quais as implicações disso para quem é LGBT? Entenda por que as estatísticas do país são preocupantes.

16 MAI 2016 · Leitura: min.
Contra a Homofobia: por que tanto preconceito?

O Dia Internacional contra a Homofobia, celebrado neste 17 de maio, reabre uma ferida que afeta grande parte da sociedade brasileira, de forma direta ou indireta. Somos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo e os episódios homofóbicos estão cada vez mais presentes em nossa realidade, colocando mais desigualdade na vida dos LGBTs quando se fala de direitos fundamentais.

A filha do apresentador Silvo Santos, Patrícia Abravanel, foi a última "famosa" a se envolver numa polêmica, por intolerância e preconceito. Quando participava de um dos quadros do programa do pai, afirmou ser contra falar que a homossexualidade é algo normal.

As declarações de uma das herdeiras do SBT desencadearam uma chuva de comentários e reações nas redes sociais, com direito ao hashtag #anormaléteupreconceito.

Se para muitos jovens e adultos já é difícil encontrar a melhor forma de lidar com seu desejo e identidade sexual, diante de gestos assim, é compreensível que haja certo desânimo; expor abertamente a orientação sexual pode lhe obrigar a batalhar contra com o preconceito. Mas é preciso entender a importância de se aceitar e de não negar quem você é, sabendo pedir ajuda se necessário.

"Quando entendemos que a homossexualidade não é uma opção e sim uma orientação sexual, podemos começar a tratar da culpa - a culpa de se sentir diferente, de não se aceitar ou ser aceito... Ninguém faz essa opção. Homossexualidade não é doença. Mas diante das dificuldades enfrentadas em nossa sociedade, é preciso se fortalecer enquanto pessoa, ser humano que é", comenta a psicóloga Renata Leal Quaglio.

Leia mais: Contra a Homofobia: o valor da autoaceitação

Estatísticas preocupantes

Os dados não são recentes, mas são igualmente preocupantes. Um estudo da Universidade de Columbia (EUA), que contou com a participação anônima de aproximadamente 32 mil jovens, indicou uma maior probabilidade de suicídio em homossexuais, sendo o ambiente familiar e o convívio social fatores decisivos em como lidam com sua orientação sexual.

O estudo foi realizado em 2008, com alunos das escolas públicas do estado de Oregon. Participaram alunos de 13 a 17 anos e, em base às respostas, os pesquisadores conseguiram definir que a probabilidade de um jovem homossexual cometer suicídio é cinco vezes maior.

Ser criado em ambientes menos repressores, onde há mais inclusão para gays e lésbicas, seria capaz de reduzir em 25% essa probabilidade, ainda conforme as conclusões da pesquisa.

Quem trabalha com jovens LGBT no Brasil confirma essa tendência. Pessoas que se declaram lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, na faixa etária entre 15 e 29 anos, constituem um grupo social com maior probabilidade de suicídio que a juventude em geral.

A esse panorama também se deve somar o problema da violência homofóbica no Brasil. Somente nos últimos quatro anos, segundo os dados do Disque 100, uma central de atendimento que recebe e encaminha denúncias de violações de direitos humanos, foram registrados quase 8.100 casos de LGBTfobia.

Além disso, o Brasil lidera o ranking de assassinatos de travestis e transexuais. Segundo a organização não governamental alemã Transgender Europe, foram documentadas 802 mortes no país entre janeiro de 2008 e dezembro de 2015, o que significa quase 40% dos casos reportados em todo o mundo.

Em março deste ano, o portal HuffPost Brasil e o Curso Abril de Jornalismo uniram forças para investigar as denúncias de LGBTfobia no país e, como desdobramento, criaram um mapa colaborativo, que reúne relatos de preconceito e violação de direitos LGBT. Para ver os casos e contar o seu, clique aqui. Os relatos podem ser feitos de forma anônima.

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Comentários 1
  • ARNALDO GOMES BIANCHINI

    Por que é difícil assumir a homossexualidade?, Contra a Homofobia: o valor da autoaceitação e Homossexualidade: como deve ser a relação entre pais e ... mostram que nem o blog acha normal.

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