Você sabe o que é a transexualidade?

Especialistas lutam para afastar o transexualismo da ideia de um transtorno mental. O que há, na verdade, é um não reconhecimento do sexo biológico e um desejo de pertencer ao sexo oposto.

22 ABR 2016 · Leitura: min.
Você sabe o que é a transexualidade?

Para falar de transexualidade ou transexualismo, primeiramente é preciso entender as diferenças entre gênero e identidade de gênero. Uma pessoa nasce, biologicamente, com um gênero, feminino ou masculino; um gênero atribuído segundo um órgão sexual e um aparelho reprodutor.

Mas nem todo mundo se reconhece no seu gênero sexual biológico. Há pessoas que se identificam com o sexo oposto ao seu e querem ser reconhecidas como alguém que pertence a esse "sexo psicológico", e não como o que dita a morfologia corporal.

Por que isso acontece?

Segundo a Classificação Internacional das Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde, (OMS), a transexualidade é um transtorno de identidade de gênero, juntamente com o travestismo. Porém, tal classificação está prestes a ser revisada, para que não haja vínculo entre o transsexualismo e os transtornos mentais.

Isso porque, para um transexual, não há possibilidade de "melhora" ou de deixar de sentir-se parte do sexo oposto mediante de um tratamento psicológico. O acompanhamento psicoterápico serviria justamente para entender as manifestações deste conflito de identidade de gênero e aprender a lidar com o quadro para minimizar o sofrimento psíquico.

Quais as causas da transexualidade?

Não há consenso sobre as causas da transexualidade. Há especialistas que a defendem como uma condição neurológica, podendo inclusive estar ligada a algum fator genético. Na vanguarda, a França já retirou o transexualismo da lista de transtornos mentais desde 2010. A tendência deve ser seguida por outros países com a revisão da CID.

Atualmente, para ser diagnosticada como uma pessoa transexual, há pelo menos três fatores indispensáveis:

  • o desejo de viver e ser aceita como uma pessoa do sexo oposto, optando pela transição através da terapia de reposição hormonal e cirurgia;
  • que este desejo seja persistente e acompanhe a pessoa há, pelo menos, dois anos;
  • que a transexualidade não seja sintoma de algum transtorno mental prévio.

Um dos casos de transexualismo com maior repercusão nos meios de comunicação foi o de ex-atleta olímpico Bruce Jenner, que passou por meses de transição até se assumir como Caitlyn Jenner.

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Quando surge a transexualidade?

Não existe uma regra para isto. Em muitos casos, as primeiras manifestações da transexualidade aparecem ainda na infância. A criança prefere as roupas e as brincadeiras do sexo oposto, se sente mais confortável com um gênero diferente ao sexo biológico.

Entretanto, o mais normal é que os sinais do transexualismo apareçam na puberdade, juntamente com o despertar do interesse sexual. E não são raros os casos de transexualismo na maturidade, quando a pessoa decide se liberar de pressões sociais e pessoais para assumir algo, até então, oculto.

O mais importante quando uma pessoa desconfia ser transexual é buscar ajuda especializada. Um psicólogo que lida com os temas da sexualidade está preparado para oferecer suporte psíquico ao transexual, melhorando a compreensão dos conflitos e derivando, sempre que necessário, a um acompanhamento médico para terapias hormonais e/ou cirurgia.

Fotos (ordem de aparição): por marinalwang (Flickr) e Vanity Fair

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Comentários 6
  • Gabriela Nemer Ribeiro

    Antes de mais nada quero deixar bem claro que fazer a mudança de sexo não significa, em absoluto nem coisa parecida, mudar de gênero. O seu gênero continuará sempre Masculino, e seu sexo poderá ser Feminino. Ou seja, nada muda, a não ser viver um pouco mais de tempo até você dar um tiro no seu coração. Eu sabia o risco que estava correndo ao fazer minha mudança de sexo com o melhor do mundo, o Dr. Suporn, na Tailândia. Sim, o melhor que existe, mesmo, e sem precisar jamais voltar para lá, pois o Dr. Suporn antecipa o que irá acontecer até os seus últimos anos de vida. O risco era evidente, pois a partir da mudança de sexo e o registro como sendo do sexo feminino, eu não iria ter atendimento médico no Brasil, se um dia necessitásse. Um risco monstruoso, pois ao fazer ressonância magnética ou tomografia ou mesmo Raios-X, o médico (que fez a promessa de Hipócrites, mas na verdade fez a promessa de Hipócritas) ou a médica iria me atender mal para caramba. Estou com a perna direita quebrada há 8 meses (tíbia, meniscos e cartilagem) sem qualquer atendimento; trombose estranha na perna esquerda do joelho para baixo -- trombose externa e interna -- há 6 meses e sem qualquer atendimento. E tenho convênios com o Sistema Integrado de Saúde do Senado Federal e o Saúde Caixa. Mesmo pagando por fora, nada, zero. Eu já sabia que isto iria acontecer, mas se não fizesse a cirurgia de mudança de sexo eu iria morrer em 1 ou 2 anos, pois tentei suicídios, li livros em inglês de como me matar... sou, por ser, infelizmente, Transexual Primária, CID 10, F-64.2 (ou seja, nunca fiz sexo na vida, nem antes da cirurgia nem depois). Sou virgem. E daí? E daí Zero. Tenho problema renal, neurológico, afora ossos fraturados. E daí? E daí, Zero. Mesmo tendo me consultado com 38 médicos, Zero solução. Zero, Zero, Zero. Espero que Deus esteja observando os cretinos, que fizeram um juramento falso, que são Hipócritas, e os condene ao Juízo Final. Enfim, não deveria ter mudado meu nome, só o sexo. Sou Psiquiatra, Psicóloga e Economista. Espero que este meu testemunho ajude alguém, pois Transexual Primária só há 20 delas no Brasil, às vezes menos, às vezes mais: problema; suicídio. Infelizmente um afilhado meu percebeu meus problemas e levou meus revólveres embora. Não pude discutir com ele, pois ele é Mestre em Direito Criminal e dono de uma coleção de 500 armas e com porte de armas. Juro que se eu estivesse com uma pistola ou revólver em meu apartamento (vivo sozinha há décadas), eu me mataria todos os dias, dando tiros no meu coração. Ou seja, não valho coisa alguma depois que mudei meu nome. A cirurgia teria que ser feita para que eu vivesse mais tempo, mas chegou ao meu limite, pois achava que fosse viver menos do que os meus shampoos com vencimento em 2012. Então, para que viver mais? Não tenho problema algum em relação ao dinheiro (tenho muito, e daí? Nada). Dou consultas de 3 horas a pessoas sem ou com dinheiro e não cobro coisa alguma, pelo contrário: compro tênis ou outras coisas para elas. Sou da Associação Francesa de Psiquiatria, fiz também Microbiologia (em Medicina), Psicóloga que usa Roger, Lacan, Fredu, Yung, Reich, Gestalt etc. E daí? Nada. Tenho QI de 195, e daí? Nada. Aliás, tenho que falar com gente despossuída de inteligência todos os dias. Um martírio. Falo e escrevo em 5 idiomas. E daí? Nada. Li mais do que 13 mil livros (os doei para a UnB e para as universidades que cursei nos Estados Unidos: a de Portland, no Oregon, Omaha, em Nebraska, Columbia em Washington D.C., Sorbonne, em Paris...). E daí? Nada. Zero. Conclusão: faça a cirurgia de mudança de sexo se você estiver correndo risco de vida, mas jamais mude seu nome. Fiz a cirurgia com o Dr. Suporn em 30 de Setembro de 2009. Ou seja, sei a respeito dos problemas advindos disto aí, pois jamais fui chamada de senhor, sempre senhora. E daí? Nada, pois os médicos e médicas não servem para coisa alguma. Gabriela Nemer Ribeiro (antes era Erich). Não tenho vergonha nem orgulho de coisa alguma, mesmo tendo 178 troféus de ouro em Tênis, Natação, Judô (faixa preta 2º Dan), Caratê (faixa preta 2º Dan), faixa preta em Full Contact, Basquete, atletismo (4.400 metros em 12 minutos e depois 2 horas de basquete e 4 mil metros de natação). Okay, tenho 1,84, peso 65 quilos, consigo passar facilmente por mulher, menos com os médicos e médicas. Ou seja, você terá que rezar muito, ir a um Terreiro de Macumba ou tentar a Legião da Boa Vontade para tentar algum milagre se algo der errado em seu corpo, como os meus: ombro direito, braço direito, perna direita, pé direito, perna esquerda (e por quê: porque os Filhos do Diabo só pensavam em Covid e jamais em assistir você). Foi assim que a grande, notável Isabel do Vôlei morreu. Por absoluta incompetência médica. Tchau.

  • Gianni Marchezzi

    O texto fala que o “gênero é atribuído segundo um órgão sexual e um aparelho reprodutor”. Na verdade essa atribuição biológica é muito mais ampla e complexa. Tecnicamente a informação biológica do gênero está na cadeia de DNA presente em TODAS as 37 trilhões de células que possuímos. São os cromossomos X e Y. Machos terão em suas cadeias cromossômicas o XY, fêmeas o XX. Portanto, fizer que é apenas o órgão sexual que determina o gênero biológico é incorreto. Essa informação está no DNA.

  • júlia andrade

    Sinceramente, é vergonhoso ver uma página de psicologia tratar a transexualiDADE como doença e/ou transtorno psicológico. "Ismo" remete a doença e o termo "transexualismo" é transfóbico e preconceituoso. Favor, pesquisar mais e se informar com pessoas que fazem parte da comunidade que vocês estão tratando no post antes de escrever esse absurdo.

  • juli fontaneta

    Acredito que o site deveria atualizar as informações, transexualidade não é considerado um transtorno mental desde 2018 (que já demorou pra caramba), e o "ismo" remete a doença.

  • vitoria lins

    legal BUT nao se usa esse sufixo "ismo". esse "ismo" é sufixo designado pra doenças.

  • Rita de Cássia Silveira Cambruzzi

    Interessante para esclarecer a sociedade para que tenham o RESPEITO as pessoas e, mudem a maneira de encarar a transexualidade.

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