Aceitação e rejeição, as enganadoras imaginárias

Para muita gente, a vida se fundamenta entre dois pilares: aceitação e rejeição. Nada é mais substancial do que o valor da experiência, como dizia Rogers. Viver à sombra deles é um equívoco.

12 JAN 2020 · Leitura: min.
Aceitação e rejeição, as enganadoras imaginárias

Há dois termos, que surgem antagônicos, mas que caminham juntos, na mesma rua, em calçadas paralelas: aceitação e rejeição. O primeiro, antevê qualquer projeto de autoafirmação e se posiciona como salvador da pátria, em uma seara manipulada pela exclusão.

O segundo, segue demonizado, em uma sociedade que foge de tristeza e sofrimento, porque não sabe, antes de qualquer coisa, conviver com ambos. Indo mais além, trago aqui meu posicionamento de que, nem aceitação e nem rejeição existem, de fato, mas trafegam no reino da imaginação humana. Acabam por ser materializados e se confundem com a realidade. No entanto, esqueça a ambos. Você não está nesse mundo, nem para ser aceito, nem para ser rejeitado, mas para viver a sua experiência (de vida, de mundo, consigo, com situações, coisas, pessoas e objetos).

O valor da experiência fora tratado pelo psicólogo norte-americano Carl Rogers (1902 – 1987) como o princípio básico da formação pessoal. Ou seja, estamos aqui para dialogar com as vivências, interna e externa, para fazer brotar relações e relações, que se configuram com experiências ímpares e singulares, o que torna o objeto do viver mais real e imprescindível do que basear-se em dois pilares escravizadores (leia-se aceitação e rejeição).

O homem vive, independentemente de ser aceito por outrem. Você só toma conhecimento da aceitação, se é materializada em alguma relação. Se não, não há aceitação. E você segue para a frente. O homem vive, independentemente de ser rejeitado. Mais importante que o objeto da rejeição (ou, a razão dela), é como você se relaciona com ela.

Se você se relacionar mais com si mesmo(a), a relação com o objeto da rejeição (alguém pode lhe desprezar, ser indiferente ou não te enxergar, o que é do jogo das relações sociais) torna-se insignificante. Com isso, a pessoa só maximiza os efeitos de uma indiferença, se estiver vulnerável a ela. Acrescendo valor à experiência (de ser, de viver, de estar, de pensar, e todos os verbos associados) não haverá sentidos para a rejeição ditar as regras.

Cabe, portanto, dar valor a si, por meio da própria experiência de ser. Suplantar a vida em aceitação é um "tiro no pé", pois seu movimento humano passa a ser cadenciado pela opinião alheia, o que é indigesto e injusto. Da mesma forma, a rejeição imaginária não merece ocupar um posto de valor, pois a própria experiência do indivíduo é mais substancial do que qualquer ato de desaprovação alheio.

Em resumo: o desafio é não fixar sua experiência pela vida e pelo mundo nesses dois pilares. Não vale à pena. Não é viável e, mais que isso, é um desinvestimento de energia qualificável. Viver é experienciar e experienciar é viver. Nada é mais valioso do que a experiência, em si.

Praticar a autoaceitação é o caminho para fertilizar a experiência. E é com ela que você seguirá construindo a grandeza de sua história e passagem por esse plano.

PUBLICIDADE

Escrito por

Marcus Vinícius Gabriel

Consulte nossos melhores especialistas em autoestima
Deixe seu comentário

PUBLICIDADE

últimos artigos sobre autoestima

PUBLICIDADE