A relação entre a psicose e o uso de drogas
Sete de cada dez pessoas em quadro de vício sofrem de algum tipo de transtorno mental. As conclusões são de um estudo espanhol, que estabelece relação entre psicose e uso de drogas.
Um dos desafios que os psicoterapeutas enfrentam na clínica diária é o atendimento a pessoas – homens, mulheres, jovens, adultos – em processo de dependência com alguma substância aditiva, e que, paralelo a isso, também são vítimas de algum tipo de transtorno mental. Com o objetivo que de encontrar uma relação científica entre o vício em geral e a vulnerabilidade que apresentam aqueles que são dependentes, um grupo de especialistas espanhóis conduziram um estudo detalhado, que escutou e reuniu as considerações de quase 120 profissionais do país.
De acordo com a investigação, sete de cada dez pessoas em quadro de vício sofrem de algum tipo de transtorno mental. Conduzido pelo psiquiatra Miguel Casas, o estudo também apontou que a vulnerabilidade desses pacientes segue uns critérios, em parte ainda desconhecidos, mas que em 95% dos casos têm base psiquiátrica.
Para os investigadores, tanto o transtorno mental como a dependência química devem ser afrontados como doenças cerebrais, e precisam ser tratadas como tais e em conjunto. Essa premissa seria justificativa para o fato de 60% dos equizofrênicos serem dependentes da maconha (cannabis), ou para explicar que a dependência da cocaína e os transtornos bipolares vêm freqüentemente associados em pacientes que tratam essa patologia.
A inter-relação seria tão profunda que a dependência de substâncias como maconha, cocaína, tabaco, crack, ecstasy, poderia ser tanto a causa da patologia psiquiátrica/psicológica como a consequência da mesma. Por um lado, parte dos doentes utilizariam todo tipo de substância psicotrópica como automedicação, ou ainda poderiam tornar-se dependentes da medicação que consomem para controlar algum tipo de transtorno.
Por outro, muitos adolescentes que começam o consumo de cannabis estariam sujeitos a desenvolver quadros psicóticos de maior ou menor intensidade. Ainda conforme o estudo, faz-se evidente a necessidade de realizar-se tratamentos conjuntos e integrais, como forma de conseguir um melhor resultado em ambas as patologias.
Miguel Casas é o vicepresidente da Sociedade Espanhola de Patologia Dual (SEPD). O termo foi cunhado pelo próprio para tratar da relação de adição e psicose, e atualmente já é utilizado e aceito em países como Espanha e Portugal.
Aqui, você tem acesso às conclusões completas do estudo.
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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