A construção da autoestima

A autoestima é um valor subjetivo, mas está provado que pessoas que suportam melhor os desafios e sabem lidar de forma positiva com conflitos e problemas têm mais autoestima.

19 MAR 2020 · Leitura: min.
A construção da autoestima

O psicanalista francês Jacques Lacan afirmava que, na mente humana, circulam três registros psíquicos: o real, o simbólico e o imaginário. No aspecto imaginário, temos a construção de nossa autoimagem, sempre referendada pelo outro. Assim, pensamos sobre o que somos e o que os outros pensam de nós.

Mas só nos conflitos temos acesso ao que os outros realmente pensam de nós – quando o desabafo revela o que estava oculto nas brincadeiras, sempre com uma verdade transmitida de forma ambivalente, com duplo sentido, nos atos falhos e lapsos de linguagem (que são manifestações do inconsciente no discurso racional), revelando algo que estava oculto.

A autoestima e o outro

Ter autoestima quer dizer gostar de si próprio. Mas, para isso, precisamos dos sinais positivos do outro, para que nossa autoestima fique em alta. Sabemos o quanto um elogio, ou reconhecimento de nosso valor, faz bem; e como é difícil aceitar a crítica, o erro. Assim, nossa autoestima varia “economicamente”, podendo estar em alta ou em baixa, como ações na Bolsa de Valores.

A autoestima tem, na família e no meio social, fatores preponderantes que vão marcar o sujeito pelo resto da vida. A genética também é importante, mas insistimos no “outro” como formador e “combustível” de nossa autoestima.

Trabalho e autoestima

Hoje em dia, o trabalho ocupa a maior parte do nosso tempo e é onde nos relacionamos com os outros. A autoestima é um valor subjetivo, mas está provado que pessoas que suportam melhor os desafios e sabem lidar de forma positiva com conflitos e problemas têm mais autoestima.

Por outro lado, quem está com a autoestima em baixa tem tendência a não suportar conflitos, mesmo sendo muito competente e eficaz. Racionalmente, são indivíduos capacitados; mas, emocionalmente, são vulneráveis. Assim, muitas vezes, brincadeiras de mau gosto, zombarias, piadas sobre o corpo, o gênero e a idade têm consequências danosas sobre pessoas com baixa autoestima.

Afinal, as constantes humilhações; as injustiças; a perseguição e a discriminação causam marcas profundas no psiquismo.

Dor que não tem fim, como as crises de choro (sintoma, dessa dor emocional), e a eterna dúvida: o que esta acontecendo? O que fiz de errado? Por que estou sendo discriminado e isolado?

Atacada e acuada; sem o referencial do outro; com a autoestima em baixa; a vítima não percebe que está sofrendo uma das formas mais torpes de se destruir um ser humano: o assédio moral. Prática que devemos combater, como um compromisso ético em prol da saúde mental e emocional de todos os trabalhadores.

Segundo a doutora Margarida Barreto, Esther Freita  e o professor doutor Roberto Heloani o conceito de assédio moral:

É uma conduta abusiva, intencional, frequente e repetida, que ocorre no ambiente de trabalho, e que visa diminuir, vexar, constranger, desqualificar e demolir psiquicamente um indivíduo ou um grupo, degradando as condições de trabalho, atingindo sua dignidade e colocando em risco sua integridade pessoal e profissional.

Procure um psicólogo se você estiver com os sintomas descritos neste artigo, ou vivenciando conflitos ou assédio moral no trabalho.

Arthur Lobato, psicólogo cadastrado para atendimento online pelo Conselho Federal de Psicologia.

 

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Escrito por

Arthur Lobato Psicólogo

Psicólogo com mais de 15 anos de experiência como consultor na área da saúde mental. Tem seu foco de atuação na saúde do trabalhador, combate ao assédio moral e psicologia clínica geral. Em sua trajetória profissional, ministrou palestras e cursos nacionais e internacionais.

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