Sinto uma angústia profunda pelas decisões que tomei e não consigo seguir

Feita por >Teresa · 20 abr 2023 Abordagem psicológica

Olá! Atualmente estou passando por uma crise da qual não consigo sair, mesmo fazendo terapia, mesmo focando na minha saúde física e mental.

Comecei um relacionamento amoroso quando era muito jovem e essa relação perdurou por mais de uma década. Fomos morar juntos e tínhamos o sonho de construir uma vida mas no meio do caminho, tivemos vários impasses e a relação se desgastou.

Um dos maiores problemas foi a minha acomodação e o meu medo de iniciar uma carreira. Sempre tive medo de falhar em tudo o que me propus a fazer e sempre tive problemas em impor as minhas necessidades dentro do relacionamento. Por esse motivo, ao invés de correr atrás de uma melhor qualificação profissional ou de oportunidades, aos poucos me tornei dona de casa, responsável por cuidar dos afazeres domésticos e de dar suporte à carreira do meu parceiro (em vários aspectos, desde forma de incentivo, como também suprindo em outras funções do trabalho). Isso durou alguns anos e logo veio a pandemia, quando veio o maior desgaste. O convívio se tornou pesado e monótono. Sempre que acontecia algo que me magoava, eu tentava buscar um diálogo, mas meu parceiro estava sempre cansado e indisposto. E eu sempre sentia medo de me impor, de falar o que estava pensando com medo de causar conflitos, o que foi gerando um acúmulo de insatisfações e ressentimentos. O relacionamento esfriou e a caímos na rotina de conviver de forma pacífica mas sem conseguirmos nos conectar.

No fim do ano passado, decidimos nos mudar para um outro país, pois meu parceiro havia recebido uma proposta de trabalho. Ele viajou primeiro, na frente, e eu fiquei de ir depois com nossos pets. Isso me gerou muita tristeza, pois me senti abandonada, mas no momento, eu não conseguia identificar esse sentimento. Ficamos um mês em países diferentes e nesse meio tempo, percebi que sempre me senti sozinha, mesmo quando ele estava em casa. Percebi que já passava a maior parte do tempo em casa, cuidando dos assuntos dele e que a mera ausência do meu parceiro já era algo com que eu já estava habituada.

Na última semana antes da minha viagem, encontrei um amigo das antigas com quem sempre havia me dado bem, por acaso, e a partir desse encontro surgiram vários sentimentos dentro de mim que eu não sabia serem possíveis. Eu me sentia morta e apática e esse encontro me trouxe muita alegria, vontade de rir, de viver, de conversar. Passamos a ter um contato frequente pelo celular, contamos nossas histórias, nossas frustrações e disso surgiu uma conexão de cuidado mútuo.

Chegou a hora da minha viagem e eu não queria mais ir, mas a passagem estava comprada, tudo estava encaminhado e me senti na obrigação de dar suporte ao meu parceiro. Sabia que tinha desenvolvido sentimentos por outra pessoa, mesmo sem ter rolado um envolvimento físico ou amoroso, mas imaginei que isso logo fosse passar. Minha viagem durou três dias e em todos os momentos, este amigo me deu todo o suporte necessário, acompanhou todo o meu trajeto e cuidou de mim de uma forma que eu não sentia há muito tempo. Quando finalmente cheguei no país de destino, decidimos cortar relações porque a ficha havia caído pros dois, estávamos apaixonados e sem ter o que fazer. Ele entendeu que eu tinha que cuidar do meu relacionamento e respeitou meu espaço.

Passou um tempo e eu estava sofrendo todos os dias com saudades e questionando meu próprio relacionamento. Não conseguia entender meus sentimentos. Me sentia negligenciada e com vontade de morrer. Todo o afeto que eu deveria entregar pro meu parceiro, eu não conseguia. A relação esfriou mais ainda. Eu sentia culpa pelos meus sentimentos por outra pessoa e também sentia raiva do meu parceiro pelo tratamento frio que ele me dava. E ao mesmo tempo de coração partido por saber que o meu amigo também estava sofrendo com minha ausência. Eu queria saber se ele estava bem, se estava seguindo a vida, mas não podia perguntar.

Esse tormento durou um tempo, até que finalmente cedi e entrei em contato com ele pra saber o que estava se passando. Ele se abriu comigo e disse que a vida dele não estava fazendo sentido sem a minha companhia e logo, eu reconheci que estava me sentindo da mesma forma. E assim retomamos o contato, tentando cuidar um do outro à distância. E pra mim, parecia algo inofensivo, era um cuidado genuíno, uma troca que me fez repensar o modo como estava vivendo, ver que eu precisava cuidar de mim mesma e ele me ajudou a enfrentar várias coisas. Ao mesmo tempo, o meu parceiro vinha definhando dentro de casa, sem receber o meu afeto e sem conseguir ser afetuoso comigo. O clima dentro de casa era o de morte. Passamos dias convivendo sem nos falarmos. E o sentimento de culpa cresceu e se instalou. Eu queria abrir o jogo e falar o que tinha acontecido, mas eu estava com medo de ser expulsa de casa sem ter pra onde ir, ou medo de ele reagir de forma explosiva (porque ele estava emocionalmente instável) e depois de conversar com minha terapeuta e meus amigos, decidi que era importante manter a minha segurança primeiro e me mantive calada.

Até que um dia decidimos colocar as cartas na mesa. Decidimos conversar! E eu decidi por um ponto final na relação. E ele também concordou. Eu senti um alívio enorme e comecei a me organizar pra ir embora e começar a viver a minha própria vida. Procurar um emprego, começar do zero, sem recursos, sem nada. Estava morrendo de medo.

Mas depois de um dia, meu parceiro parecia arrependido e finalmente se abriu, se colocou disposto a trabalhar nos problemas, reconheceu seus erros. E eu não estava disposta a escutar pois já estava decidida a ir embora. Mas todo aquele choro e todo o sofrimento que vi no meu parceiro me atingiram dias depois e eu me reconectei com ele. Reconheci meus erros. Senti saudades do que tínhamos. Comecei a valorizar tudo o que tínhamos juntos. E me senti culpada por tudo o que fiz e confessei que tinha me apaixonado por outra pessoa.

E nesse momento, meu parceiro desistiu de mim.

E agora eu estou sem chão, sem saber o que fazer, quero ficar mas não posso, quero reconstruir meu relacionamento, mas não sei como, eu sinto uma dor tão grande que quero desistir da minha própria vida, mas não consigo.

O que eu posso fazer? Como posso superar tudo isso? Por que minha vida não avança? Por que toda vez que tento ser feliz, eu me saboto? Por que eu faço todos sofrerem? Eu não aguento mais ser eu mesma.

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